— Senhora Caldwell! — Lauren levantou-se rapidamente, junto com Julian, que já dava tapinhas nas costas da mãe.
— Mãe, tenta se acalmar, pra poder respirar.
Os olhos de Georgia estavam vermelhos, mas não era apenas por conta da tosse. Não, ela estava com ódio.
“Como essa mulher maldita ainda tá viva?”, ela se perguntou, apertando tão forte os dedos na palma da mão que suas unhas cravaram na pele.
— Senhora Caldwell, sua mão… — Lauren falou baixinho e Julian viu o que a mulher observava.
— Eu vou pegar a maleta de primeiros socorros. — Ele falou e saiu, deixando Georgia e Lauren sozinhas.
Georgia olhou de relance para Lauren. Ela sabia quem era a moça, claro que sabia.
— Como a conheceu? Essa senhora?
Lauren franziu de leve o cenho. Para ela, Georgia parecia reconhecer quem era aquela pessoa. Mas não estava disposta a falar, imediatamente. Então, Lauren esperaria.
— Eu ajudava em um asilo para pessoas doentes ou muito velhas. Foi lá que eu a conheci. Ninguém sabe o nome dela de verdade, porque ela quase não fala e nem se lembra. Na verdade, não se fica perguntando, porque parece que isso desencadeia algo ruim nela e acaba dando início a crises.
Lauren explicou e Georgia, já mais calma, apenas assentiu com um leve balançar da cabeça, como se absorvesse as palavras. Julian voltou e reclamou sobre o kit não estar em local visível, mas Georgia ignorou completamente o filho.
— Coitadinha. — Georgia disse, num lamento mais do que falso, para Lauren. Ela não gostou da mulher e, pelo olhar de Oliver, que se mantinha caladinho, ele parecia compartilhar dessa primeira impressão. — Sabe, eu acho muito digno isso que você está fazendo. E… bom, eu ando meio que com tempo de sobra. Adoraria ir com você até lá. Talvez isso me ajude a ocupar melhor meu tempo!
Lauren concordou, claro, ela não diria: por que eu a levaria, se posso ver que não passa de teatro?
— Sem dúvidas, senhora Caldwell.
— Quando vai até lá? — Georgia perguntou e Lauren suspirou.
— Mais tarde. O horário de visitas termina às quatro. Na verdade, já precisamos começar a nos mover. — Georgia levantou-se, mas Julian segurou a mão da mãe, que o olhou feio. — Por que a senhora não me acompanha em outro momento? A senhora acabou de passar por maus bocados. É melhor descansar, não?
— Não…
— Fique, mãe. Eu volto aqui depois de levar a Lauren no asilo. — Julian sorriu e beijou a testa da mãe. Ele olhou para Lauren e para Oliver, já mais relaxado. — Vamos?
Lauren despediu-se de Georgia e, assim que colocou os pés fora da casa, ela sentiu um alívio absurdo. A mulher era sufocante!
— Desculpe por isso. — Julian falou, com eles já no carro.
— Por que está pedindo desculpas? — Lauren perguntou, atracando o cinto de segurança.
— Minha mãe está mesmo ansiosa para me ver casado e acaba… — ele sacudiu a cabeça. — Falarei com ela que somos apenas bons amigos.
— Pode deixar. — Julian piscou e o carro se foi.
Lauren não queria que Oliver visse as pessoas ali, não ainda. Ela não sabia como as coisas estavam e alguns pacientes não eram só idosos, mas tinham problemas mentais. Oliver era novinho demais. Infelizmente Emma não pôde ficar com a criança, pois tinha muitas pendências a tratar do trabalho.
Levantando o rosto, Lauren olhou melhor para as paredes de entrada pintadas de verde-água, bem como a grande porta dupla de madeira, da mesma cor. Ela suspirou e empurrou-as, pisando naquele porcelanato que há tantos anos não via.
Atrás do balcão, uma senhora sorriu para ela, e, logo, reconheceu Lauren.
— Senhora Lancaster! — a mulher disse, saindo de trás do balcão e indo até Lauren. Como não se viam há muito tempo, era claro que a senhora não sabia que Lauren já não estava mais casada com Damian.
— Senhora Miller. — Lauren disse e abraçou a mulher. — Quanto tempo!
— Muito tempo! Achei que tivesse nos abandonado de vez! — a senhora falou e fungou, sorridente. — Mas acho que sei quem você veio visitar.
Lauren assentiu. No início, ela visitava a todos igualmente, porém, uma paciente em especial se apegou a ela e, pelo que Lauren soube, sofreu muito com o afastamento da moça. Lauren sentiu-se mal por ter ido embora, mas ela precisava daquilo.
“Eu vou compensá-la.”
— Venha, eu tenho certeza de que ela vai ficar muito feliz em vê-la.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Divórcio Contratual - Grávida do Meu Ex-marido