O rosto de Cheryl ficou lívido, antes que ficasse vermelho.
— Oh, minha nossa, Cheryl!
A voz de Sloane saiu claramente falsa aos ouvidos de Lauren.
— M-meu vestido! Meu casamento é em dois dias!
Aqueles eram os retoques finais, pois Cheryl havia perdido um pouco de peso, devido ao nervosismo. Ela agora estava chorando copiosamente.
— Senhorita, poderia nos dar licença? — Lauren pediu e Sloane estava pronta para negar, mas Cheryl olhou para ela e deu um aceno de cabeça. Para evitar mais confusão, Sloane deu um sorriso que não chegou aos olhos e saiu.
— Eu preciso… — Cheryl fechou os olhos. — Preciso pedir que posterguem o casamento.
— Não será necessário. Eu sempre faço dois vestidos idênticos, nessas ocasiões importantes, para o caso de algum acidente acontecer. Pedirei que o tragam aqui. Mantenho fora do prédio.
Lauren sabia que, se um incêndio ocorresse, por exemplo, todas as peças ali seriam destruidas. Aquele vestido era de um desenho do vestido da mãe de Cheryl e, por isso, tinha algo especial ali. A mãe dela havia morrido no ano anterior.
Os olhos de Cheryl se iluminaram e ela abraçou a estilista.
— Muito obrigada! Eu nem sei…
— Preciso que venha amanhã buscar e… Não diga nada a ninguém sobre um novo vestido. Nem mesmo para a sua melhor amiga. Não divulgo essa informação.
Cheryl piscou algumas vezes e mordeu os lábios.
— Mas ela deve estar se sentindo tão mal…
— Por favor. Ou não poderei seguir com o vestido extra.
Cheryl não gostou da condição, mas aceitou. E ela era uma mulher de palavra, por isso, quando saiu da sala de René, não contou nada a Sloane, ouvindo a amiga falando sem parar sobre como sentia muito.
Algo dentro de Cheryl, algo que sempre estava ali, queria sair para a superfície. Porém, ela botou para mais fundo e ofereceu um sorriso fraco a Sloane.
— Tudo bem. Eu vou dar um jeito.
— Um jeito? — Sloane perguntou. — Mas não seria melhor remarcar a cerimônia?
— Não será necessário. Não se preocupe.
Sloane mordeu o cantinho da unha. Que tipo de jeito poderia Cheryl dar?
— Vamos. O motorista já está nos esperando.
Sloane levantou-se logo depois de ouvir as palavras de Cheryl, e caiu aí chão.
— Eu vi!
A estilista foi para o lado de Cheryl e a ajudou a se levantar.
— Temos câmeras de vigilância. — Ela apontou para o canto da parede. — Machucou-se, senhorita Lefevre?
Cheryl sacudiu a cabeça, mantendo os olhos no noivo.
— Eu não disse que Cheryl me empurrou. — Sloane falou. Ela sabia que se olhassem as câmeras de segurança, ela seria desmascarada. — Charles, Cheryl ia me ajudar a levantar.
Os olhos de Charles ficaram mais suaves, porém, Sloane conseguiu o que queria: causar mal-estar.
— Ah… desculpe, Cheryl. Eu… deve ser o estresse pela chegada do nosso grande dia. — Lauren apenas observava os três. — E o vestido rasgou? Melhor adiarmos…
— Não será necessário. — René falou. — Está tudo sob controle.
No entanto, Cheryl ainda encarava Charles.
— Acho melhor adiarmos.
Charles sentiu que algo não ia bem.

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