A mansão dos Duarte estava impecável naquela noite. Luzes suaves, arranjos florais caros, garçons circulando com taças de cristal. O ambiente exalava riqueza, mas também hipocrisia.
A família queria um espetáculo… E Helena estava pronta para dar um.
Ela chegou com dez minutos de atraso. Usava um vestido preto, longo, elegante, de costas nuas. Os cabelos presos em um coque perfeito. O batom vermelho contrastava com o olhar sóbrio e frio. Nenhuma joia chamativa. Nenhum sorriso nos lábios.
Ela entrou como quem carrega uma tempestade.
Silêncio. Vários rostos se viraram. Alguns cochicharam. Outros fingiram não vê-la. Mas todos a sentiram.
— Helena… — disse a mãe, apressando-se para alcançá-la. — Que bom que veio.
— Achei que seria educado comparecer. Afinal, sou a ex-noiva.
A mãe empalideceu.
— Por favor, sem provocações. Hoje é sobre sua irmã.
Helena arqueou uma sobrancelha.
— Sempre é.
A festa seguia, engessada. Músicas clássicas tocando. Isadora e Gabriel no centro da atenção, sorrindo para fotos, agradecendo convidados.
Helena os observava de longe. Não com dor. Com cautela, como quem avalia um alvo antes do ataque.
Gabriel a viu primeiro. Engoliu seco. Desviou o olhar. Isadora percebeu em seguida, e sua expressão desmoronou por um segundo — antes de ajustar o sorriso artificial.
— Helena! — ela se aproximou, com um falso entusiasmo. — Que surpresa boa…
— Não finja. Você sabia que eu viria. — Helena respondeu, calma, mas com um veneno sutil na voz.
— Não quero que essa noite vire uma disputa. — Isadora sussurrou.
— E eu não vim para isso. Só queria olhar nos seus olhos... e ver se você dorme bem.
Isadora corou.
— Gabriel me ama. Ele percebeu que eu era a certa pra ele.
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