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Ela Casou com o Chefe romance Capítulo 8

A mansão dos Duarte estava impecável naquela noite. Luzes suaves, arranjos florais caros, garçons circulando com taças de cristal. O ambiente exalava riqueza, mas também hipocrisia.

A família queria um espetáculo… E Helena estava pronta para dar um.

Ela chegou com dez minutos de atraso. Usava um vestido preto, longo, elegante, de costas nuas. Os cabelos presos em um coque perfeito. O batom vermelho contrastava com o olhar sóbrio e frio. Nenhuma joia chamativa. Nenhum sorriso nos lábios.

Ela entrou como quem carrega uma tempestade.

Silêncio. Vários rostos se viraram. Alguns cochicharam. Outros fingiram não vê-la. Mas todos a sentiram.

— Helena… — disse a mãe, apressando-se para alcançá-la. — Que bom que veio.

— Achei que seria educado comparecer. Afinal, sou a ex-noiva.

A mãe empalideceu.

— Por favor, sem provocações. Hoje é sobre sua irmã.

Helena arqueou uma sobrancelha.

— Sempre é.

A festa seguia, engessada. Músicas clássicas tocando. Isadora e Gabriel no centro da atenção, sorrindo para fotos, agradecendo convidados.

Helena os observava de longe. Não com dor. Com cautela, como quem avalia um alvo antes do ataque.

Gabriel a viu primeiro. Engoliu seco. Desviou o olhar. Isadora percebeu em seguida, e sua expressão desmoronou por um segundo — antes de ajustar o sorriso artificial.

— Helena! — ela se aproximou, com um falso entusiasmo. — Que surpresa boa…

— Não finja. Você sabia que eu viria. — Helena respondeu, calma, mas com um veneno sutil na voz.

— Não quero que essa noite vire uma disputa. — Isadora sussurrou.

— E eu não vim para isso. Só queria olhar nos seus olhos... e ver se você dorme bem.

Isadora corou.

— Gabriel me ama. Ele percebeu que eu era a certa pra ele.

Um burburinho tomou o salão. O pai tentou interromper, mas ela levantou a mão, firme.

— Fui orientada a mentir. A proteger a imagem dessa família. A dizer que a decisão foi minha. Que eu entendi o “amor verdadeiro” dos dois. Mas hoje… eu não devo mais nada a ninguém.

Ela olhou diretamente para Isadora e Gabriel.

— Desejo que sejam felizes. Mas saibam: felicidade construída sobre ruínas tem prazo de validade.

E então, olhando para todos, ela concluiu:

— Às vezes, a melhor forma de vingança… é sobreviver mais bonita, mais forte — e com a cabeça erguida. Obrigada.

Ela devolveu o microfone, ergueu o queixo e saiu do salão antes que alguém pudesse reagir.

Do lado de fora, o ar da noite estava frio. Mas Helena sentia-se quente por dentro.

Pela primeira vez, não chorou, não tremeu, não pediu amor. Ela falou. Ela expôs. Ela virou o jogo.

E agora… estava pronta para a próxima jogada.

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