Em seu lugar 19-Típico homem oriental.

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Por um momento, eu fico sem saber o que dizer, meu coração se aperta no meu peito. Eu baixo a minha cabeça para fugir daqueles olhos hostis.

— Com licença, não posso falar com os convidados da casa.

— Você com essa aparência de pureza não me engana garota. Pau que nasce torto, morre torto. Você merece o encarceramento pelo resto da vida.

Com a explosão de suas palavras eu sinto o sangue se esvair de meu rosto. Quando me afasto para me refugiar no meu quarto, ele segura o meu braço. Eu levanto os meus olhos, me sentindo impotente e horrorizada com seu gesto.

Ouço a voz grave de Said:

—Solte ela Rashid! — Eu volto meus olhos para Said, seus olhos são duros como aço para o homem. Contudo, ele ainda assim me fita com ódio e se demora em me soltar.

Eu logo que me vejo livre sigo para o meu quarto me sentindo arrasada, nem tanto pelas palavras dele, mas por Said ter manchado minha imagem para ele.

Será que já não estou sendo punida o suficiente?

Me jogo na cama e choro amargamente. De meu quarto, eu consigo ouvir as vozes exaltadas no corredor e depois de um tempo o silêncio.

A porta se abre com um estrondo, eu me sento, enxugando minhas lágrimas.

Estava ali o meu Juiz, que ditava as sentenças diante de uma criminosa!

— Eu te odeio! Sai do meu quarto! Não acha que tenho sido penalizada o suficiente? Precisa ficar manchando minha imagem por aí. — Eu grito. Coitada da minha irmã. Penso

Said parece sem ação por um momento, mas só por um momento, pois ele avança sobre mim e me puxa com tanta força que me pega de surpresa. Cega de raiva, começo a lhe dar socos no peito. Ele me abraça, me aperta em seus braços.

Apertando minha cabeça de encontro ao seu peito, ele começa a dizer suavemente em meus cabelos:

— Shiiii! Por favor, se acalme. Ele não pisará mais aqui.

— Ele manchará minha imagem por aí! — Digo chorando e com raiva dele. —Serei apontada, condenada.

Ele me pega pelos ombros e me afasta. Sustenta meu olhar irado:

—Ele não fará isso! Ele me teme!

—Por que ele me veio com lições de moral? Quer que eu seja uma pessoa melhor, mas mancha minha imagem?

—Eu não fiz isso. — Eu viro meu rosto. — Escute! —Ele segura meu queixo e me faz olhar para ele: — Ele é um amigo, e eu me abri com ele. Errei, pensei que ele tivesse mais maturidade para entender do que demonstrou.

meus olhos e o empurro. Said não permite que eu o afaste. Ele ergue meu queixo novamente. Nossos olhos se encontram. Os olhos dele são tão ternos que me desarmam e fico como uma boba olhando para ele.

Não fique assim. Eu mais do que ninguém, me preocupo com sua imagem. Se não fosse assim, não teria jogado seus vestidos fora, não teria tirado sua maquiagem. Por isso, coloque um sorriso neste

É bem típico de Said essa súbita mudança de atitude. Comporta-se agora como um homem sensível, não mais como um bárbaro que só pensa em me corrigir.

—Coloque um sorriso nesse rosto. Vamos! — Said traça os dedos na linha de meus lábios.

Eu o encaro séria, ele me dá um sorriso arrogante formando covinhas nas faces, os olhos brilhando intensamente.

É tem coisas que não mudam...

Posso ter que suportar tudo, mas não pode me obrigar

Ele gargalha, jogando a cabeça para trás. Para com um meio sorriso no rosto.

Está certo. O que acha de irmos ao hospital agora e visitarmos sua amiga? Depois poderemos almoçar fora. Quero conversar com você.

me afasto dele, ele não me

Por mim tudo bem. Mas eu não tenho outra roupa, somente esses caftans brancos

divertimento desaparece do sorriso dele. Os olhos se estreitam numa expressão pensativa. Agora há tensão na atitude antes descontraída

tem nada de errado com sua roupa. Até prefiro que esteja sóbria, e que não chame tanto a

Típico homem oriental.

— Está certo! Então estou pronta.

observa meus cabelos castanho-escuros soltos, onde a intensa luz do quarto vindas da janela, os deixavam com um

vida parece parar enquanto assisto seu olhar descer e fitar a minha boca brevemente, então ele sobe o olhar novamente e olha para os meus cabelos, seus dedos deslizam pelos fios que correm como seda em seus dedos. Eu aperto meus braços no corpo, desesperada para me impedir de me aproximar ainda mais dele e beijar sua boca que está tão próxima

respiração está agitada quando ele me olha nos olhos