Em seu lugar 24-Como confiar em Said se ele oscila?

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Abro meus olhos lutando contra a vontade de continuar dormindo e os fecho novamente.

Não dormi bem à noite, e agora isso se reflete na minha disposição. Volto a abrir os olhos decidida a encarar a minha realidade. Um longo dia me espera... e o carneiro.

Sinto meu corpo arrepiar ao pensar nisso.

O que mais me deixa confusa é a profundidade dos meus sentimentos com relação a Said em contraste a tudo que a Europa representa para mim. É a minha razão lutando contra meu coração.

Na minha lógica, o meu lugar é na Inglaterra. Eu amo poder dirigir meu carro, trabalhar para o meu sustento, participar de eventos sociais, me vestir sem me preocupar com o que pensariam de mim. Fora a ausência do véu....

Allah! Mas só de pensar assim, de pensar em ficar longe dele, meu coração se afunda no peito me dizendo que eu não sou mais a mesma pessoa... eu amo Said.

Zafira está certa? Ele está realmente gostando de mim?

Sim, ainda é cedo para chegar alguma conclusão...eu preciso do tempo, é ele que irá me dizer se isso realmente é verdade. E isso não me faltará, penso, de repente, amarga. E ele me indicará também se eu poderei confiar a Said o suficiente para me abrir com ele.

Está nele uma terrível verdade que impregna toda a sociedade árabe, uma verdade que só um pequeno número de pessoas admite. E diz assim " a vida de uma mulher se assemelha a uma cera macia, os homens podem nos moldar a seu bel-prazer, de acordo com as suas crenças e desejos individuais. "

Como confiar em Said se ele oscila?

Desde o episódio do hospital, Said mudou comigo, parece agora pronto a ouvir. Muito diferente do início.

Mas como dizer que sou uma impostora?

Coloco minhas roupas de trabalho e lanço um olhar para o relógio.

Ontem à noite encontrei a travessa com o carneiro, e fiz um marinado do meu jeito. Agora de manhã irei colocá-lo em uma assadeira e depois no forno. Se houver algum jeito especial para fazer esse prato... eu não sei. Nem quanto tempo ele terá que ficar no forno, nada! Estou fazendo tudo

Estou ferrada!

Mais tarde na cozinha, Zafira e Salma que estão proibidas de dar palpites, me observam a fazer o carneiro. Riem o tempo todo de mim. E saem cochichando.

Allah! Custa elas me dizerem o que eu estou fazendo de errado?

só reforça a ideia que eu estou fazendo tudo

Mas o que eu posso fazer?

Isso me preocupa.

SAID

eu saí do quarto de...—Allah! Eu nem sei o nome dela! —Bem, saí possesso e irritado, pois quando propus o jantar, tinha em mente apertar o cerco, fazendo-a confessar. Mas ela continuou com a farsa! Bancando a vítima e me colocando no papel do tirano

jeito que eu ando nervoso tenho até medo de passar do meu limite, caso ela continue a mentir. As dúvidas e os sentimentos que eu tenho por ela, parecem incontroláveis. Preciso mais que tudo entender com quem eu