Maysa
Estou no meu apartamento, da janela da minha sala vejo a ampla vista do parque. Nesse fim de tarde, pessoas ainda correm, se exercitando. O tempo está nublado, um pouco frio.
A decisão que tomei em deixar Said, foi bem de acordo com meus padrões modernos de independência, mas a verdade é que eu não consigo seguir em frente. Não consigo deixar de olhar para trás e reviver os momentos em que estive nos braços dele. E cada vez que faço isso, eu sinto um aperto no meu coração.
Está sendo tão difícil, a imagem dele me persegue.
—Maysa.
Eu me viro para a minha amiga Jéssica que tinha subido um pouco no meu apartamento, depois de um dia inteiro de trabalho.
— Se continuar com essa carinha triste, vou achar que está arrependida da escolha que fez.
Eu me afasto da janela e limpo uma lágrima que desce em meu rosto. Eu lhe dou um meio sorriso.
— Tenho que dar tempo ao tempo. É muito recente, creio que uma hora vai passar.
Jéssica diz sonhadora:
— Um amor se cura com outro amor.
Eu meneio um não com a cabeça.
—Não um amor. Entendo que o tempo cura, te prepara para um novo amor. Se eu seguir esse conselho, procurar outra pessoa antes desse tempo, só me enganaria. E seria pior. Só reforçaria mais meu amor por Said.
Jéssica ergue as palmas das mãos numa atitude defensiva.
— Está bem! Não está mais aqui quem falou. Como pode ainda sofrer por esse bárbaro? Você mesmo me contou tudo que ele te fez. Um homem como aquele se pudesse te colocaria dentro de uma burca.
—Eu sei.... —Digo, infeliz.
—Está tudo certo para a festa?
Distraída pensando sobre isso, mal escuto o que ela me pergunta. E agora o meu cérebro se esforça para encontrar uma resposta. Por fim digo:
— Claro! A minha parte eu já fiz. Já falei com o síndico. E quanto a sua parte? Está tudo organizado?
—Sim, não se preocupe. O buffet que eu contratei é muito bom. Já consegui até arrecadar todo o dinheiro. Será uma despedida bonita.
—Smith merece.
Eu meneio a cabeça.
— Não. Ele não consegue porque não é ele. É o país que ele vive, a nossa gente, a sociedade machista. Quando pisei com meus pés aqui e voltei a trabalhar, fiquei reparando nos homens. Cheguei à conclusão que o que eu pedia para Said era demais. Eu experimentei uma liberdade que ele não pode me dar e ao mesmo tempo eu recebi asas que ele queria cortar. Mas ele não percebe que é da minha natureza voar. Não posso ser uma ave exótica na gaiola dourada, que recebe tudo de seu dono, mas sonha em voar, sentindo falta da liberdade. Ele merece uma pessoa que o faça feliz.
Eu suspiro e enxugo as lágrimas.
Uma hora ele irá acordar e enxergará minha irmã com outros olhos. Se bem que ela me disse que ele anda o bicho. Brigando com todo mundo, e tem evitado vê-la.
Allah! Espero ter feito a escolha certa. Espero que ele seja feliz.
Jéssica me tira dos meus pensamentos.
— Pare de sofrer. Sabe que eu acho? Que no fundo você se martiriza se perguntando se fez a boa escolha. Você está infeliz. Vem, vamos encomendar essa pizza.
Eu aceno um sim e forço um sorriso.
Passamos uma noite relativamente boa. Pedimos pizza de mussarela e abrimos um vinho que eu tinha na geladeira. A bebida é herança do meu lado europeu. Em nossas tradições não costumávamos beber. Nunca vi Said bebendo.
Allah! Pare imediatamente de pensar nele! Me recrimino enquanto lavo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
🖊️ AVALIAÇÃO FINAL: Texto com vários erros e trama muito superficial, pueril e inverossímil, voltada essencialmente para a atração física e a tensão sexual, confundindo o tempo todo paixão com amor e não convencendo minimamente o leitor quanto à seriedade dos acontecimentos, visto que são dois adultos que mal se conhecem se comportando como adolescentes inexperientes, dominados pelos hormônios enquanto tentam entender o que sentem (confundindo imaturamente amor com paixão) e desenvolver não um relacionamento profundo, maduro, duradouro e com propósito, mas uma espécie de cabo de guerra emotivo-sexual, onde o foco está em quem vai conseguir satisfazer melhor seus próprios desejos físicos e anseios emocionais ou em quem terá que ceder mais às exigências culturais do outro... Eu vivi uma paixão forte antes de conhecer meu esposo e sei que não é fácil abrir mão de um relacionamento entre desiguais quando estamos muito apaixonados, mas também sei que é possível e agradeço a Deus por ter acontecido o término, pois só assim pude conhecer meu esposo, com quem sou feliz há 20 anos sem nunca ter precisado fingir ser quem não sou nem viver essa montanha-russa emocional 🎢, pois as renúncias que ambos precisamos fazer desde que nos conhecemos nunca foram relacionadas à nossa essência. Além disso, não foi em 1 mês que me apaixonei tão fortemente pelo meu ex, foi num relacionamento de quase 2 anos, com muito menos diferenças a considerar e muito mais profundidade de sentimentos - perto do qual essa situação do texto é simplesmente SURREAL (foi por muito pouco que não desisti de ler antes de chegar ao desfecho)... 👀 EM SUMA: estorinha adolescente e supercial que não convence minimamente, voltada essencialmente para situações rasas e tensão sexual. No final tenta passar algo um pouco mais aprofundado, mas já está contaminado pela superficialidade e falta de maturidade dos personagens, não dá mais pra levar a sério (a mudança abrupta torna tudo ainda menos verossímil). Muita decepção depois de ter lido "O Egípcio", da mesma autora... 💔...
* Além de tudo é hipócrita. O discurso de tradicionalista só vai até onde lhe convém, onde não convém que se lasque... Não é convicção religiosa, é mero interesse... Mais uma característica revoltante desse mimadinho narcisista fantasiado de homem... 🤮...
⁉️ "Até que ponto ela lutaria por mim?"... "Não aceitarei pontos nem vírgulas entre nós" ... Ora... E você, cara pálida, até que ponto lutará e cederá por ela?... Esses "mocinhos" de romance hoje em dia não servem nem pra espantalho de horta... É a mulher que tem que conquistar os caras, nunca o contrário... 🙄 E essas protagonistas pamonhas me dão nos nervos, sem força de vontade e respeito próprio nenhum, só pensando com os hormônios... 😒...
😒 Oh, coitadinho... O abusador bárbaro com pose de juiz justiceiro está arrazado porque em poucos dias se apaixou pela ladra que ele desprezava e agora percebeu que ela é de outra cultura e o vê com maus olhos depois de ele ter agido como um troglodita... Ah, faça-me o favor!... Que coisa mais sem nexo. Até parece que um árabe tradicionalista iria perceber que era visto como um bárbaro selvagem, sendo que pra ele ser assim é que é o certo... E um cara desse nunca iria se interessar por uma mulher cujo comportamento ele despreza, muito menos em poucos dias... Ainda mais tendo visto a mulher desde o início como se fosse apenas um pedaço de carne, não uma pessoa... Essa conversa de "eu a amo" e "eu o amo" chega a ser risível... Quem ama alguém em poucos dias, só porque não consegue controlar os próprios hormônios e vê o outro como se estivesse no cio? Desde quando isso é amor?... 👀...
😵💫 Mas que negócio sem cabimento... O cara tem namorada/noiva e fica querendo agarrar e beijar a outra, enquanto tenta dar lição de moral... Num dia quer humilhar a mulher e no outro já está dizendo que não sabe como ficar longe dela, como se fosse bipolar... Parece redação de adolescente do ensino médio isso... 😒...
❗ Ah, vá catar coquinho na descida, amigo... Sério que você quer "preservá-la, torná-la uma pessoa melhor e fazê-la agir como uma dama"... olhando-a como se fosse um pedaço de carne, agarrando-a e beijando-a ao seu bel prazer? Que conversa pra boi dormir é essa? Só se for pra rir... Já não basta a tola agir como uma adolescente dominada pelos hormônios e sem juízo, com essa rebeldia infantil de querer se mostrar e se afirmar com essa maquiagem fora de hora e lugar, ainda vem o cara com esse discurso de político em véspera de eleição?... Tá cada vez pior essa estória... 🙄...
⁉️ Minha nossa, quanta superficialidade e futilidade... Comecei a ler essa estória depois de ler O EGÍPCIO, mas que decepção... Pelo visto será só mais do mesmo de apelação sexual e relacionamentos baseados no carnal, sem nada de realmente relevante ou mais profundo, com personagens que mais parecem ratos marsupiais australianos do que seres humanos... Se for isso mesmo, não vou até o final, não. Sinto muito. Quero literatura de verdade, não futilidade e pornografia disfarçada de romance... 🫤...
Aff... Por que essas protagonistas sempre tem que ficar se derretendo diante dos caras como adolescentes sem cérebro, dominadas pelos hormônios? Me dá até vergonha como mulher esse comportamento fraco e patético... Não podem ver um rosto bonito ou um corpo bem feito que já estão se derretendo, mesmo o cara sendo um néscio, um cafajeste, um animal violento, um qualquer que não vale nada... 🙄 Esse tal Said poderia ser lindo de morrer, mas com esse comportamento de besta quadrada, sem contar a arrogância e o abuso sexual, sequer seria visto como um homem por mim... E ainda fuma, pra piorar (cheira mal)... Que atitude deprimente a dessa Maysa... Se passar pela irmã tola e irresponsável para pagar por uma dívida que não é sua e ainda sentir atração pelo energúmeno que a trata como vadia... É uma vergonha pra mim como mulher... 😒...
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...