Prólogo
Meus seios se achatam contra o tecido áspero de seu terno, enquanto ele me puxa e me beija, sua língua forçando e jogando com a minha boca. Eu posso sentir a outra mão acariciando minhas costas, mergulhando para baixo para deslizar sobre minha bunda, espremendo duro. Em seguida, ele gira ao redor dos ossos do meu quadril e curva sobre o meu montículo, seu dedo médio mergulhando ligeiramente. Eu gemo quando eu o sinto me provocando.
Ele ri contra meus lábios, enviando energia elétrica incandescente na minha espinha.
—Você quer mais? Me quer dentro de você?
—Sim —Eu sussurro.
O sorriso no seu rosto faz meus joelhos fracos, então ele me beija com a sua magnífica língua e boca. Suas mãos se curvam ao redor da minha cabeça e agarra um punhado de meu cabelo. É doloroso e sua expressão não alivia mais. Ele me beija com ferocidade, parece um louco.
—Você às vezes me olha como um homem bom, eu não sou.
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Khadija Aziz
Cemitério de Miami
Bem, a farsa acabou, penso olhando para o verde sombrio repleto de lápides e rodeado por cercas e portões de ferro. O céu está cinza, combinando com este dia tão triste. Uma brisa gelada farfalha pela copa das árvores. Apenas os canteiros de flores vermelhas e amarelas vibrantes quebram o aspecto sombrio do local.
Intranquila eu olho de soslaio para o mais novo Sheik. Rashid Jael Barak. Ele está ali, em silêncio, não olha para mim, apenas encara o caixão do pai sendo baixado, ouvindo o Shaykh dizer algumas palavras de alento.
Pó ao pó... O Sheik Al Jain está morto, penso sendo imergida pelo desânimo, desanimo este que parece me sufocar, me inundar. Eu realmente gostava dele, ele era um homem sábio, pacato e de sorriso fácil.
Uma multidão de pessoas está presente para se despedir, e entre essas pessoas está o Zafir, irmão do Rashid, que segura um grande guarda-chuva preto e está ao lado da esposa com um bebê de um ano no colo.
Rashid conversou muito pouco com o irmão, mas o pouco que conversou, ficou muito fragilizado, e acabou chorando abraçado a ele.
Pelo que pude entender, o Sheik escondeu de todos a sua doença —uma cardiopatia grave —somente o Rashid sabia. Somente nos últimos dias de vida do Sheik isso foi revelado e todos os filhos foram chamados. Mas para a tristeza de todos, Al Jain morreu dois dias depois. Nesses dois dias eu permaneci trancada no quarto. Simulei um grande resfriado.
Qual é o meu papel nessa família?
Esta é uma pergunta que eu sempre me faço.
Por que eu sou a namorada de mentira do Rashid? Até hoje eu me pergunto porque o Rashid é tão fechado. Ele pode ter a garota que quiser, mas escolheu a mim para viver essa farsa.
Duvido que alguém entenda o Rashid. Nem mesmo seus próprios familiares o entendem. Ele é um homem difícil de se decifrar.
Eu o amo desde o início. Um amor intenso e forte, mas infelizmente conheço meu papel nesta história, além disso, eu acredito que ele não me ache digna para ser a sua esposa.
Eu não sou a mulher que Rashid sonhou para estar ao seu lado. Sou apenas uma odalisca que ele conheceu em um bar árabe e que a livrou de uma situação e acabou lhe amparando em um momento difícil.
Nos últimos meses, eu vivi balançada entre o êxtase e o desânimo. O êxtase por me sentir tão bem ao lado dele e o desânimo por tudo não passar de uma grande mentira.
Já estamos há três meses juntos. Eu acho que nem o Rashid esperava que seu pai moribundo vivesse por tanto tempo. Mas agora com a morte do Sheik a farsa acabou, e o pior é que há algum tempo eu me atrevi a sonhar, a ter ideias ridículas sobre a minha relação com o Rashid.
Ele é tão arrogante, penso enquanto o observo passar a mão pelos cabelos despenteados. Mas ao mesmo tempo penso que ele é instigante, charmoso e exala sensualidade e testosterona por todos os poros
Rashid me olha e pega a minha mão, mais uma vez.
—Acabou. Vamos para casa.
Eu assinto sem nada dizer. O que eu posso dizer em uma hora como essa?
Caminhamos até o sedã preto, seus brutamontes sempre na nossa cola.
No caminho eu tropeço. Rashid me segura a tempo de eu não me esborrachar no chão. Ele puxa o meu braço com tanta força, que eu acabo trombando nele.
—Cuidado, Kadija! —Ele fala como se fosse minha culpa, como se eu tivesse feito de propósito.
Eu o encaro indignada, mas ao mesmo tempo inalo o seu cheiro limpo e o seu perfume maravilhoso. Ele é simplesmente inebriante.
Continuamos a caminhar, agora começa a cair uma garoa fina. Seus guarda-costas logo chegam e seguram guarda-chuvas sobre nós conforme nós andamos.
Durante todo este tempo em que estive com ele não consegui decifrá-lo.
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