ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 131

Após aquela noite, Alex recusou todas as tentativas de contato dos seus amigos e só voltou a se encontrar com eles no dia do casamento. Ao se juntar a eles na área reservada para o noivo, ele atrai os olhares dos amigos.

— Antes que vocês comecem com os mesmos discursos de sempre, deixo claro que não quero ouvir. — Diz Alex, caminhando até o bar e servindo-se de uma dose de uísque, evidenciando sua irritação.

— Alex, sua vontade será respeitada, eu te prometo. Não voltaremos a tocar no assunto. Você aceita ser o meu padrinho? Diz que sim, por favor. — Implora Leandro, aproximando-se e passando os braços nos ombros de Alex. — Por favor, Alex, diga sim. — Alex se afasta e encara-o.

— Onde está o teu padrinho idiota?

— Alex, eu faria essa troca de qualquer forma. Você é meu amigo, e quero que você me acompanhe no altar. Infelizmente, o amigo de Susan, o tal André, que acompanharia a Srta. Morgan, sofreu uma torção no pé e não estará presente.

— Menos um idiota para aturar esta noite. — Diz Alex, fazendo-os rir. — Eu não vou acompanhar essa mulher, Leandro. Serei o teu padrinho somente se a Srta. Jenkins for minha acompanhante.

— Isso não será problema, minha adorável noiva irá atender ao teu pedido. — Diz animado, abraçando Alex com entusiasmo.

Leandro pega o seu celular, e manda uma mensagem para Susan, que está reunida com as mulheres no camarim, sendo preparada por uma equipe para o casamento.

“Meu amor, ele disse sim. Você pode alterar a ordem das madrinhas.”

— Meu noivo parece mais animado com o sim do Alex do que com o meu. — Diz Susan ao ler a mensagem, arrancando risadas das amigas. — Rebecca, você terá um novo acompanhante.

— O que posso fazer? Você é a noiva, você que manda! — Responde com um sorriso animado.

— Tente disfarçar melhor, amiga, está evidente a sua animação. — Provoca Susan. — Melissa, você se importaria de acompanhar o Sr. Walsh? — Melissa está imersa em seus pensamentos, observando o seu celular tocar incessantemente e não responde. — Melissa? — Chama Susan novamente.

— O que foi? — Questiona, parecendo distante.

— Está tudo bem com você?

— Ficarei bem, não se preocupe. Não tive uma boa noite de sono. Por favor, repita a sua pergunta. — Diz, tentando esconder seu nervosismo.

— Tudo bem o Sr. Walsh te acompanhar no altar?

— Sem problemas. — Responde, observando o seu celular voltar a tocar.

— Agora, vamos aproveitar esta maravilhosa massagem antes do grande momento. — Conclui Susan, exalando animação.

— Eu disse que uma massagem ia te relaxar, Susan. Até mesmo passou o teu nervosismo. — Comenta Grace, com um sorriso acolhedor.

— Não foi apenas a massagem, foram também algumas doses de bebida. — Responde Susan com um toque de humor, arrancando risos das amigas.

Melissa se levanta, claramente nervosa. Ela lança um olhar ansioso para o celular e força um sorriso constrangido, tentando ocultar suas emoções.

— Vou dar uma volta lá fora, meninas, já volto. — Anuncia, saindo da sala.

Melissa se afasta do camarim e fica virada para a porta, atenta aos movimentos, certificando-se de que ninguém sairá da sala e escutará a sua conversa. Quando o seu telefone toca novamente, ela suspira e atende.

— Eu já disse para você parar de me ligar. Não tenho mais dinheiro para te dar. — Diz firmemente ao atender, sua voz carregada de raiva.

— Não me interessa, você vai dar um jeito de conseguir. — Rebate a voz feminina do outro lado da linha.

— Bruna, o que aconteceu? — Pergunta, claramente preocupada.

— Chris, ouvi algo terrível. Você sabe por que a Rebecca não tem lembranças da tragédia com a filha? Porque ela realmente não fez aquilo. — Revela, seus sentimentos oscilando entre choque e angústia.

— O quê? — Christine responde, atônita. — Do que você está falando?

— Foi a Melissa. Acabei de escutá-la no telefone. Foi ela quem armou para a Rebecca, com a ajuda de alguém que trabalhou na tua casa naquela tarde.

As palavras de Bruna atingem Christine como um choque elétrico, fazendo-a cambalear e se apoiar na pia, sua mente incapaz de assimilar completamente essa revelação chocante.

— Isso não pode ser verdade, Bruna. Você tem certeza do que ouviu? Isso é inacreditável! — Christine balbucia, seu rosto, uma mistura de incredulidade e horror.

— Estou absolutamente certa, Christine. Eu ouvi claramente, não há dúvidas. O que faremos? Devemos contar isso para a Rebecca agora?

— De forma alguma, isso a devastaria. Não temos absolutamente nenhuma prova concreta para sustentar isso. Seria uma crueldade com a Rebecca e Susan se destruíssemos esse momento, elas estão radiantes. Podemos esperar até amanhã, não fará diferença. — Diz Christine, com um suspiro profundo de preocupação, seus olhos expressando um medo palpável. — Como alguém pode causar tanto mal à Rebecca? Ela sempre disse que a ama, eu simplesmente não consigo acreditar.

— É aterrorizante, Chris, estou completamente apavorada com isso.

— Naquela tarde, além das empregadas habituais da casa, várias diaristas foram recrutadas. Teremos que investigar mais a fundo. — Conclui Christine, ainda atordoada com a notícia.

No banheiro, as duas amigas passam muito tempo discutindo a revelação, enquanto lutam para controlar o nervosismo que as consome, sentindo-se como se estivessem à beira de um abismo emocional. O medo e a raiva se entrelaçam angustiantemente, formando um turbilhão incontrolável de emoções que ameaçam engoli-las a cada segundo.

Quando retornam à sala, tentam esconder suas emoções. Mantendo sorrisos falsos, tentando apoiar o casamento da amiga, mas a sombra do obscuro segredo pesa sobre elas como um fardo insustentável, uma verdade que não pode ser revelada naquele momento. Evitam até mesmo olhar na direção de Melissa, temendo que suas expressões entreguem o que sabem.