ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 147

Rebecca para em frente à porta do escritório de Natan e suspira, tomando coragem para entrar e conversar com ele. Ela bate na porta e aguarda por uma resposta, seu coração batendo forte de ansiedade.

— Pode entrar. — Responde Natan com um tom profissional.

— Bom dia, Sr. Plaenge. — Cumprimenta com um sorriso tímido, seu olhar denunciando a complexidade das emoções que a afligem.

— Minha linda, que bom te ver. — Responde com um sorriso animado. Ele levanta-se, se aproxima e, de repente, puxa-a para um beijo inesperado, fazendo com que seu coração acelere. — Você está atrasada.

— Eu sei, me desculpe. — Responde, se afastando e virando as costas para ele. — Fui a uma consulta médica.

— E como você está, meu amor? — Pergunta, uma nota de preocupação em sua voz.

— Do que você me chamou? — Questiona, virando-se para encará-lo, seus olhos revelando surpresa.

— De meu amor. — Responde, se aproximando e acariciando o rosto dela com ternura. — Rebecca, eu te amo. — Diz, observando a expressão surpresa dela. — Sei que você pediu para irmos devagar, mas eu não posso mais esconder isso. Te conhecer foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

— Natan, eu não sei o que dizer. — Responde, afastando-se ligeiramente, mas ainda mantendo contato visual.

— Você não precisa dizer nada, apenas me deixe falar. Eu nunca imaginei que iria amar uma mulher como amo você. Te conhecer tornou meus dias melhores. Conto os minutos para você entrar por essa porta sorrindo e fico imaginando uma vida ao seu lado. Quero tudo com você, Rebecca, uma linda casa, construir uma famí…

— Natan, eu estou grávida. — Diz, interrompendo-o, enquanto a notícia enche a sala de uma mistura de emoções complexas.

Rebecca observa o sorriso desaparecer gradualmente dos lábios de Natan com a revelação que acabou de fazer. Um silêncio tenso e carregado paira na sala enquanto ele passa a mão no cabelo, caminha até sua mesa e suspira, suas costas voltadas para ela. Seus ombros caem, denotando o peso das palavras que acabou de ouvir.

— O que você quer dizer com isso? — Questiona, sua voz trazendo um misto de incredulidade e confusão.

— Quero dizer que tem um bebê dentro de mim, Natan, na verdade, tem dois bebês. — Confessa, permitindo que as palavras carregadas de emoção preencham a sala.

Natan vira-se bruscamente e a encara, seus olhos transbordando surpresa e emoção.

— Uau, gêmeos. — Murmura, caminhando e envolvendo-a em um abraço afetuoso. — Dois bebezinhos. Vou amá-los com todo o meu coração. — Diz, acariciando o cabelo dela, enquanto Rebecca deixa lágrimas escorrerem, suas emoções à flor da pele.

— Natan. — Sussurra em seu peito. — Me desculpa.

Natan a aperta com mais força, como se quisesse protegê-la do mundo inteiro.

— Por favor, não faça isso. — Implora, sua voz repleta de desespero.

— Me desculpa, por favor, me desculpa. — Suplica, entre lágrimas. — Mas eu não posso tirar isso dele.

— Ele não merece você, Rebecca. Posso amar você e esses bebês. Vocês não precisam dele. Não corra para os braços de alguém que sempre te machuca. — Diz, deixando as lágrimas escorrerem, seu rosto marcado pela dor. — Isso não é justo, eu acabei de abrir meu coração para você, me deixe amá-la, por favor. Podemos ser felizes juntos.

— Estou tão feliz, Susan. Deus me concedeu a chance de ser feliz novamente. — Rebecca diz com os olhos brilhando de emoção.

— Amiga, por que terminou com o Natan? Ele não é... — Susan interrompe a fala abruptamente. — Ai meu Deus!

— Sim, amiga, Alex é o pai. Agora preciso ligar para ele, me desculpar, porque acho que fiz ele acreditar que ele não era o pai. E contar que ele será papai novamente. — Diz, com um enorme sorriso iluminando seu rosto, transbordando de alegria.

— Então foi isso. — Resmunga, parecendo intrigada. — Amiga, talvez você tenha dificuldade em falar com o Alex. Ele bloqueou todo mundo.

— O quê? Não acredito. — Rebecca pega o celular e tenta ligar para ele, mas a ligação não completa. — Qual o problema desse homem? — Ela fica visivelmente irritada e logo depois começa a rir. — Vou resolver isso e depois vou matá-lo por agir como uma criança birrenta. — Diz, esboçando um sorriso.

Rebecca vai até o apartamento ao lado e pede emprestado o celular do vizinho para tentar ligar para Alex, mas quando digita o número, percebe que ele trocou provavelmente de número. Isso a deixa ainda mais frustrada, e a situação começa a ficar tão absurda que ela não pode deixar de rir, como se a vida estivesse pregando uma peça nela.

— Conseguiu falar com ele? — Questiona Susan curiosa.

— Acho que estou prestes a enlouquecer, Susan. Não, ele não nos bloqueou, ele trocou de número. — Responde, exasperada. — Quer saber, eu estava disposta a viver isso com ele. Não vou mover um dedo sequer para informá-lo que estou grávida dos filhos dele. — Conclui, sentando-se no sofá e acariciando sua barriga. — Alex precisa amadurecer, tanto quanto eu. Mas não posso negar que a vingança seria doce, talvez seja a hora dele sentir na pele o que é ser surpreendido. E quem sabe, quando ele aparecer, os bebês já estejam aqui para dar as boas-vindas! — Rebecca dá um riso travesso e balança a cabeça, imaginando a situação hilária que se desenrolaria.

— Amiga, você não acha que está sendo injusta?

— E você acha que ele está sendo diferente? Ele disse que me ama, que estava disposto a amar esse bebê como se fosse dele, mas aparentemente ele é um homem que desiste rápido. Por mim, tudo bem, eu desistirei também. — Suspira e se joga no sofá, visivelmente chateada. — Por que temos que ser esse casal complexo? Não podemos ser duas pessoas normais? Aguardaremos o tempo do Alex, em algum momento ele voltará para me enlouquecer. — Conclui com uma pitada de humor, arrancando risadas de Susan.