ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 30

Em Seattle, na festa da piscina, os grupos de amigos estão separados, evitando, problemas entre eles, após todos os ocorridos dos últimos dias.

— Vocês tinham que ver ela falando, como se fosse bonito ser usada e descartada por um homem. — Diz Sabrina debochando. A atração que ela sentiu por Alex a irritava de todas as formas, ainda mais porque ele saiu com sua prima.

— Eu não estive na festa ontem, mas Melissa me disse que esse homem com quem Becca esteve é muito lindo e interessante. O poder que ele exala fez ela molhar a calcinha. — Diverte-se Tiffany.

— Ele é normal, Peter é muito mais bonito. — Diz Samantha com desdém. — Ela só ficou com esse homem para sair por cima, mas no fim só conseguiu virar uma vadia diante de todos. Nem esse tal homem a respeitou, transou com ela durante o final de semana todo e foi embora, sem olhar para trás.

No grupo de amigas de Rebecca, elas estão conversando; ela dá risadas sozinha, deixando claro que já bebeu demais.

— Eu estaria morta se ele estivesse aqui.

— Olha a Srta. Jenkins, pensando no senhor bonitão. — Diverte-se Susan.

— Becca, já chega de beber. — Diz Luan, irritado por ela estar bebendo demais.

— Estamos nos divertindo, Luan. Pare de tentar me controlar. — Ela tira seu short e pula na piscina. — Vamos lá, pessoal, não é uma festa na piscina? Estão esperando o quê?

Todos os seus amigos pulam na piscina, divertindo-se naquele momento. Peter está observando Rebecca de longe, ele evita olhar quando Samantha está por perto. Ele não entende como está tão ferrado e ela parece feliz enquanto se diverte. Após várias bebidas, Rebecca sai da piscina para ir ao banheiro. Peter vai atrás dela. Quando ele se vê sozinho com ela, ele a pega pelo braço.

— Não, Peter, não me toque, por favor. — Diz ela, tentando se soltar. Ele a pressiona na parede, não permitindo que ela saia dali.

— Becca, o que você está fazendo comigo? — Ele chora enquanto pergunta. — Por que, Becca? Por que você fez isso conosco? Por que transou com ele? Você partiu meu coração, Becca. Era para você ser minha.

— Por favor, Peter, pare com isso. Por favor, por favor. — Peter tenta beijá-la, ela vira o rosto; ele beija o pescoço dela, a orelha, a bochecha, enquanto ela tenta se soltar. — Não, Peter, me deixa, por favor.

— Você vem para essa festa com esse mini biquíni, passou a noite rebolando essa bunda para mim e agora está me negando um beijo. Sou seu, Becca. Você é minha, sempre estivemos destinados mutuamente.

— Não, Peter, saia de perto de mim, saia agora de perto de mim, eu odeio você. — Diz ela, gritando, chamando a atenção de algumas pessoas, inclusive de Samantha.

Peter se ajoelha e fica abraçado nas pernas dela. Ela segue imóvel, encostada na parede. Ele começa a chorar novamente. Rebecca não consegue segurar as lágrimas.

— Por favor, Becca, eu te amo, me perdoe, me desculpe por te machucar, eu fui um idiota. O que faço para você me perdoar? Podemos esquecer esse final de semana e começarmos de novo? O que você acha? — Rebecca não consegue responder. — Foi apenas um erro, Rebecca. Ela não significa nada para mim. É você que eu amo.

— Peter, o que você está fazendo? — Questiona Luan, se aproximando; ele tenta tirar Rebecca dali.

— Luan, fica fora disso. Ela é minha. Rebecca e eu nos amamos. Vamos nos resolver.

— Cara, você está bêbado. Deixe-a, vá ficar com sua namorada.

Luan puxa Rebecca e a tira dali. Peter dá um soco na parede e se encosta nela, frustrado.

— O que foi? Por que ela está assim? — Questiona Susan.

— Peter estava com ela, estava pedindo perdão. Vou levá-la para casa. Peguem as coisas dela.

— Vamos para sua casa, Luan, ou para a minha? — Questiona Melissa.

— Pode ser a minha. Venha, Susan. Vocês nos encontram lá.

André permaneceu sentado, Melissa recolhe as coisas delas e vai até André e Marcelo.

— Você não vem?

— Ok, eu não sei quando será devolvido. A senhorita que está com ele é imprevisível. Pode seguir cobrando as diárias do meu cartão. Obrigado.

— Pode nos informar o nome dela, para atualizarmos o cadastro?

— Rebecca Jenkins. — Ele desliga e manda uma mensagem para Rebecca.

“Mal se passaram 24 horas e você já está me causando problemas. Era para você entregar o carro, não ficar com ele. Terá que me recompensar por isso.”

Alex deixa o celular de lado e vai ao seu notebook, finalizar o seu trabalho. Ele deixa todos os documentos prontos para entregar a Ryan quando ele chegar. Seu celular toca novamente e ele atende imediatamente ao verificar que é Luan quem está ligando.

— Aconteceu alguma coisa? — Questiona ao atender.

— Não.

— Então por que está me ligando?

— Só para me desculpar. Eu a deixei beber demais. Ela está bem, ninguém a maltratou. Mas sei que ela te ligou várias vezes. Então me desculpe por falhar. — Luan queria muito agradar Alex para poder sempre colaborar com o grupo Shaw.

— Eu te disse que ela desconhece os limites. Eu não quero saber dessas idiotices, apenas das coisas importantes. Não me ligue para futilidades.

Ele desliga e checa as ligações perdidas. Rebecca ligou para ele às 4h da manhã. Ele verifica que não tem nenhuma mensagem de texto, apenas uma de voz, que ele imediatamente escuta.

“Você tinha razão quando disse que posso convencê-lo a voltar para mim. Hoje ele se ajoelhou e me pediu desculpas. Foi tão estranho, mas eu senti o peso diminuir do meu coração, e por um instante pensei que tudo ficaria bem. Só agora entendi o que você me falou. Talvez, se eu não tivesse bebido, as coisas seriam diferentes agora.”

Após concluir a reprodução do áudio, ele se vê em um impasse, sem compreender a intenção por trás daquelas palavras. Decide ouvir a mensagem novamente e sente uma pontada de desconforto ao perceber que ela está considerando a possibilidade de perdoá-lo. Alex fica ainda mais agitado com a incerteza sobre se ela voltou ou não para Peter. Qualquer resquício de bom humor desaparece, substituído por uma mistura angustiante de emoções confusas que o irritam profundamente. Ele mantém com firmeza sua determinação de não permitir, de forma alguma, que sentimentos de amor por ela surjam.