ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 39

Sophia segue com a cabeça abaixada, buscando a coragem necessária para encarar suas amigas. Ela se encontra em um momento de incerteza, sem saber exatamente como agir. No entanto, compreendendo que não tem alternativa senão encarar a situação, ela decide revelar a verdade.

— Meninas, peço desculpas, por favor. Não culpem o Alex. Tudo isso foi culpa minha. Se vocês tivessem me dito que ele estaria aqui, eu não teria vindo. Eu não teria enfrentado essa situação.

— Amiga, sem rodeios, está bem? O que aconteceu para você se sentir assim? — Pergunta Christine.

— Tive relações com o Bryan.

A sala VIP mergulha em um silêncio. Seria possível ouvir até mesmo o som de um alfinete caindo no chão. Sophia capta os olhares expressivos das suas amigas e, naquele instante, sente-se profundamente julgada.

— Que ideia foi essa que passou pela sua cabeça? Estou aqui parecendo uma completa idiota. Primeiro cobrei explicações do Alex naquele dia e acabei de fazer isso de novo, e você simplesmente não me contou nada disso? Você achou que podia se envolver com o Bryan e ele manteria segredo? Você sabe perfeitamente bem que ele adora atormentar o Alex. Como você pôde, Sophia? Como pôde ser tão ingênua? Você entregou praticamente o Alex de bandeja para o Bryan poder ridicularizá-lo. Foi uma atitude extremamente irresponsável da sua parte.

— Entendo, Chris. Eu estava bêbada, chateada, e o jeito como o Alex vinha me tratando, ou melhor, não vinha tratando, corroeu minha autoestima ao longo deste último ano. Eu estava à beira de um colapso emocional, então, quando o Bryan mostrou interesse, senti-me valorizada, acabei me deixando levar por isso, e acabamos ficando juntos. Mas eu estava embriagada, não estava pensando direito.

— E agora, como vamos lidar com isso, Sophia? — Pergunta Grace.

— Por enquanto, não há muito que possamos fazer. O Alex não vai me perdoar. Pelo menos, não agora. Vocês entendem isso tão bem quanto eu. Preciso dar espaço para que ele possa esquecer o ocorrido. Minha família, já cuidou para que o Bryan não toque mais nesse assunto.

— Sophia, você realmente se meteu em uma grande confusão. Dê um tempo ao Alex, talvez ele possa te perdoar eventualmente.

— Acho difícil, Bruna. Minha relação com o Alex já estava complicada, e agora que cometi essa grande besteira, acredito ser improvável que ele me perdoe. Vou para casa. Boa noite, meninas. — Sophia sai da sala VIP sem esperar por qualquer resposta.

Algumas semanas depois, Alex continuou imerso nos negócios. Ele e os amigos não voltaram a se encontrar desde os eventos no PUB. Enquanto isso, em Seattle, Rebecca permanecia afastada de sua família e ignorava todas as tentativas de contato de Peter. Ela participou de várias entrevistas e a crescente falta de respostas positivas a estava desanimando.

— Por que você não liga para o bonitão e pede ajuda? Aposto que ele tem vários contatos.

— Não quero ficar sempre dependendo de alguém, Melissa. Preciso aprender a me virar sozinha.

— Pedir ajuda é importante, amiga. Acho que você deveria ao menos considerar essa possibilidade.

— Susan, vocês duas estão loucas. Já faz semanas que eu não falo com ele. Foi algo casual e passageiro. — O celular dela toca. — Alô? — Diz ao atender.

— Boa tarde, Srta. Jenkins. Sou Tamara, do Grupo Shaw. Meu contato é referente à sua candidatura para a vaga de assistente de secretaria no Grupo Shaw. O Sr. Shaw ficou bastante impressionado com o seu portfólio e gostaria de encontrá-la para uma reunião. Você está de férias da faculdade, não é? E está em Massachusetts?

— Boa tarde, Srta. Tamara. Sim, estou de férias. Atualmente, estou em Seattle, mas, se for necessário, posso ir até Massachusetts.

— Não será necessário. No Grupo Shaw, priorizamos o bem-estar dos nossos colaboradores. Agendarei uma reunião com o RH para você, e se eles aprovarem, você fará uma reunião online com o Sr. Shaw. Isso é conveniente para você?

— Claro, está perfeito para mim. Muito obrigada!

— Combinado, aguarde o nosso contato. Boa tarde! — Tamara desliga.

— Ai, meu Deus, eu não acredito! — Exclama, animada. — Meninas, adivinhem quem era?

— Para de fazer mistério, fala logo. — Ordena Melissa.

— Do Grupo Shaw! Eles me convidaram para uma entrevista. Caso eu passe, serei assistente de secretaria do CEO. Terei uma reunião com o temido CEO do Grupo Shaw. Graças a Deus que será online. — Rebecca ri, demonstrando um alívio evidente.

— Eu adoraria ter essa reunião pessoalmente, só para poder conhecer o Sr. Shaw. — Diz Melissa, entre risos.

— Amiga, você continua com essa obsessão, você é realmente única. — Zomba Susan.

Em Boston, na sede do Grupo Shaw, Alex está revisando alguns contratos quando é interrompido pelo telefone tocando.

— Diga! — Responde ao atender.

— Sr. Shaw, peço desculpas por incomodar, mas estou enfrentando dificuldades para lidar com um senhor que liga diariamente. Já informei que o senhor só atende com horário marcado, porém ele continua fazendo várias ligações seguidas.

— Continue dispensando. Peça à equipe de TI para bloquear todos os números dele.

— Entendido, Sr. Shaw. Providenciarei isso imediatamente.

— Srta. Morello, você sabe o nome dele?

— Ele se identifica apenas como Halgrave.

— Curioso. Por favor, encaminhe a próxima ligação para mim.

— Claro, Sr. Shaw. — Alex desliga, prontamente voltando às suas atividades.

“Qual dos dois está tão interessado em falar comigo?” — Pensa Alex.

Ele volta a mergulhar em seu trabalho, até que é interrompido novamente pelo toque do telefone.

— Sr. Shaw, é o Sr. Halgrave novamente.

— Está bem, pode passar. — Alex ativa o viva-voz, levanta-se e se posiciona diante da janela. — Então, com qual dos Halgrave estou falando hoje?

— Olá, Sr. Shaw. Aqui é o Robert Halgrave. Estou ligando para podermos negociar.

— Quem disse que estou interessado em negociar com você? Não tenho interesse em tratar com pessoas como você.

— Peço que me ouça antes de desligar. Tenho uma proposta para você. Posso permitir que você se case com minha filha, mesmo que ela esteja acertando as coisas com Peter O'Donnel. — Mente, provocando Alex. — Porém, estou certo de que posso facilmente convencê-la de que você é uma opção mais interessante.

Alex permanece em silêncio, processando aquela informação. Ele mal pode acreditar que ela tenha realmente voltado para Peter. Sacode a cabeça em negação e foca na ligação.

— Por favor, Sr. Halgrave, evite os insultos. Se eu tivesse interesse na Srta. Jenkins, ela já estaria comigo. Sinto pena dela fazer parte de uma família como a sua, parece a única pessoa decente entre vocês. A decisão dela de retomar o relacionamento com o Sr. O'Donnel apenas enfatiza sua burrice. Eu não me envolvo com mulheres desse tipo. Não há nada que você possa oferecer que eu deseje. Portanto, mantenham-se fiéis ao nosso acordo. Não pretendo incomodá-los novamente com isso. Pessoas irrelevantes como vocês não me interessam. Nossos negócios naquele fim de semana foram coincidências, e apenas porque aquele idiota decidiu me desafiar. Deixem isso no passado, é o melhor para todos vocês. Caso vocês ousarem ligar novamente para o meu escritório, pessoalmente me encarregarei de lidar com vocês, começando por você. Portanto, não me provoque. — Alex desliga sem aguardar por uma resposta.

Enquanto isso, em Seattle, no Grupo Relic Halgrave, os três homens ficam irritados com as palavras de Alex.

— Droga, você não disse que isso daria certo?

— Achei que daria certo, Magno. Esse rapaz estava interessado na Rebecca. Você já reparou como ela está conseguindo se manter longe de casa? Com o dinheiro dele, eu não dei nada a ela e bloqueamos o acesso às contas que ela tinha. Ele está nos manipulando, fingindo desinteresse.

— Está bem, Robert, mas não podemos depender disso. Nossa exposição está aumentando. Algumas empresas estão se aproximando de nós. Vá conversar com sua filha, precisamos entender se ela ainda mantém contato com ele. — Diz Antônio.

— Certo, vou passar em casa e levar a mãe dela comigo. Rebecca está ficando cada vez mais difícil de lidar. Até mais tarde. — Robert sai da sala, deixando-os sozinhos.

— Não podemos contar com a ideia de que esse rapaz irá cooperar. Eu já alertei que era arriscado. Esse homem já teve tudo o que queria da sua sobrinha. Precisamos ser realistas. Ela não tem nada de excepcional. Todos os homens só querem sexo, especialmente com mulheres bonitas como ela. Depois, o interesse desaparece.

— Infelizmente, tenho que concordar.

— Olha, Antônio, temos apenas uma opção, talvez você não goste dela. Mas todos os negócios ilícitos foram conduzidos da forma mais discreta possível, você sabe disso, e todos passaram pela empresa dele. Eu não o forçaria, mas é a melhor solução, deixarmos que ele assuma tudo. Afinal, quem nos trouxe esse problema foi a filha dele.

— Somos homens de negócios, os mais fortes prevalecem sobre os mais fracos. Faremos o que precisa ser feito. — Conclui Antônio, demonstrando que não hesitará em manipular o irmão para se proteger de quaisquer problemas.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: ENTRE O AMOR E O ÓDIO