ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 7

Alex está sentado no bar do hotel, encarando sua dose de uísque por vários minutos. Rebecca se aproxima do balcão e pede ao garçom a bebida mais forte disponível. Alex permanece imóvel, sem sequer olhar para o lado. Determinada a aproveitar a noite e esquecer por algumas horas tudo o que viu, Rebecca olha na direção de Alex, que continua encarando sua bebida. Ela se aproxima dele, pega o copo e toma todo o uísque em um só gole.

– Dizem que quando alguém observa um uísque por tanto tempo, é porque não tem a intenção de bebê-lo.

– O que você pensa que está fazendo? – Pergunta ele, sem desviar o olhar.

– Apenas te ajudando. Mas, se você deseja beber, posso pagar uma dose de uísque para você. – Alex finalmente a encara, fixando seus olhos nela por vários segundos, deixando-a um pouco intimidada com sua expressão indecifrável.

– Pagar uma bebida para mim? No máximo, você poderia me devolver a bebida que acabou de tomar. – Ele pede um uísque duplo ao barman, enquanto Rebecca dá de ombros.

– Você é um tanto grosseiro. De qualquer forma, peço desculpas por ter bebido o seu uísque . – Alex dá um sorriso.

– Grosseiro? Você tem algum problema que eu deveria saber? Para mim, ser grosseiro é se comportar como você, invasiva e sem educação.

– Me desculpe. – Rebecca abaixa a cabeça e volta ao seu lugar. Alex a ignora, voltando ao silêncio e encarando sua bebida. Seu telefone toca, interrompendo seus pensamentos. Ele toma o uísque enquanto faz um gesto ao barman para reabastecer seu copo.

– O que você quer agora? – Pergunta ele, irritado.

– Filho, só queria saber se você está bem. Eu esperava que você aparecesse ontem. Afinal, você também tem parte da empresa. – Diz Christian Ramsey.

– Você está brincando, certo? Quantas vezes precisaremos ter essa conversa? Eu não tenho o menor interesse nessa empresa. Na verdade, a considero irrelevante. Só me causaria mais problemas.

– O que você está dizendo? A empresa é excelente e está bem administrada por nós. Seu irmão está fazendo um ótimo trabalho. – Alex dá risadas.

– Não vai demorar muito até que vocês precisem de empréstimos para tirá-la do buraco em que se encontra. Não tenho interesse em compartilhar nada com essa família. Por que vocês simplesmente não podem me deixar em paz? – Ele continua pedindo ao barman que recarregue seu copo. Rebecca fica em silêncio, ouvindo a conversa de Alex ao telefone, pensando o quanto ele é grosseiro e arrogante.

– Não seja um garoto arrogante. Seu ódio por mim está fazendo você inventar coisas que não existem. Meus negócios estão indo muito bem. Eu sou seu pai, preocupo-me com você e gostaria que estivéssemos presentes na vida um do outro. Você consegue entender? Quantas vezes terei que implorar por perdão?

– Você sabe que suas palavras não têm sentido. Você não quer construir uma relação familiar. Para mim, você é apenas o meu progenitor, não o meu pai. Sua proximidade é movida pelo interesse, porque sabe o quanto é lucrativo ter-me ao seu lado, em vez de simplesmente me ignorar. – Christian fica em silêncio, pois, no fundo, sabe que há verdade em suas palavras. – Era o que eu pensava. Por favor, não me ligue mais. – Alex desliga o telefone e toma mais um gole de uísque.

Ele olha para o lado e percebe Rebecca o encarando. Ele simplesmente bebe mais um gole de sua bebida. Durante a ligação, ele consumiu várias doses e continuou bebendo no bar. Rebecca permanece imersa em seus pensamentos, refletindo sobre seus próprios problemas. Mesmo desgostando da atitude de Alex, ela não pode deixar de notar como ele é atraente. Ela observa cada detalhe do homem sentado no bar: cabelos escuros, olhos azuis, alta estatura e uma aparência que sugere um corpo bem cuidado por baixo do terno. Sua postura é impecável. Em vários momentos, ela o observa enquanto afasta investidas de outros homens que se aproximam no bar. Ambos permanecem imersos em seus pensamentos, e depois de várias doses, Alex volta a olhar as mensagens e fotos que recebeu de seu irmão. Ele se sente um tolo e mal pode acreditar que Sophia teve coragem de traí-lo. Ele olha novamente para Rebecca, que continua a rejeitar os avanços de outro homem. Ela olha de volta, levanta o copo em direção a Alex e bebe tranquilamente. Alex se levanta e vai até ela.

– Levante-se e venha comigo. – Ele vira as costas e sai antes mesmo que ela possa responder, dirigindo-se a uma das mesas no canto do bar. Rebecca permanece imóvel por um momento, olha para trás e vê Alex sentado. Ela observa-o por alguns minutos, debatendo consigo mesma se deve ou não se aproximar.

– Não tenho nada a perder. – Ela murmura para si mesma, levanta-se e caminha em direção a ele. Alex a observa se aproximando. Ela está incrivelmente bela e sensual em seu vestido. Ele repara em cada detalhe dela, como se estivesse gravando sua imagem em sua mente. Rebecca é uma mulher atraente, com cabelos longos e lisos, olhos verdes, estatura média e um corpo bem proporcionado, com traços delicados. Rebecca se senta sem dizer uma palavra, mantendo o contato visual com Alex.

– Por favor, traga uma garrafa de The Macallan Sherry Oak para mim. E a senhorita, o que gostaria? – Pergunta ele, observando Rebecca.

– Uma garrafa de Cabernet Sauvignon, por favor. – Ela responde diretamente ao garçom. Ambos permanecem em silêncio, trocando olhares, até que o garçom retorna com as bebidas, serve-os e os deixa a sós.

– Então, por que você está aqui? – Pergunta Alex, quebrando o silêncio.

– Não preciso de um motivo específico para estar aqui. Só quero beber, me divertir e esquecer.

– Então você tem um motivo, que é esquecer. Se você só quisesse se divertir, estaria com suas amigas. Mulheres não costumam frequentar bares sozinhas, a menos que tenham um motivo.

– Ah, desculpe-me. Eu não sabia que você havia estabelecido essa regra. E qual é o seu motivo para estar bebendo? É porque está em desacordo com a família e está descontando sua raiva em estranhos, enquanto a única coisa que pode fazer é se embebedar? – Alex observa-a com um sorriso.

– Problemas familiares, todos nós temos. Não estou aqui por causa disso. Você é realmente invasiva, nunca conheci uma mulher tão ousada quanto você. E o que acontece, falta autoestima para você estar aqui sentada comigo, suportando minha raiva em uma noite de sexta-feira? Sua vida deve ser monótona.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: ENTRE O AMOR E O ÓDIO