ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 90

Christine percebe os olhares de Saulo e Richard, enquanto suas amigas permanecem em silêncio.

— Christine, por que você está tão aborrecida com isso? — Questiona Richard.

— Eu não entendo o que está acontecendo com vocês. Alex foi desagradável com todos, e vocês simplesmente ignoram.

— Não é bem isso, Christine. Era uma questão entre eles. Eu não acho que Alex tenha agido erradamente. Se fosse eu, teria feito o mesmo. Desculpe, Sophia, mas você não é uma vítima. — Diz Saulo.

— Vocês homens são insensíveis. Sophia errou, mas ela está grávida. — Rebate Grace.

— Sophia, resolva isso logo, pelo amor de Deus. — Richard recebe o olhar confuso dela. — Não esqueça que sou médico.

— Ai, meu Deus, então foi você quem o ajudou. Por que você fez isso?

— Você sabe que não dá para negar nada ao Alex. Você foi longe demais, Sophia. Diga a verdade. Vamos, Saulo, vamos deixá-las a sós.

Richard e Ryan saem da cafeteria juntos. No dia anterior, ele já havia informado aos amigos que Alex não era o pai daquele bebê, mas sim o Bryan.

— O que ele quis dizer, Sophia? — Indaga Bruna.

— Meninas, me desculpem. Minha família me obrigou a mentir. — Sophia confessa, baixando o olhar. — Alex não é o pai do meu bebê, é o Bryan!

— O quê? — Exclamam as três juntas, incrédulas.

— Não quero discutir isso agora. Não posso acreditar que você me fez de idiota novamente. — Christine diz, levantando-se, visivelmente irritada.

— Me desculpem, meninas.

— Você foi longe demais, Sophia. — Bruna diz, levanta-se e sai, seguida por Grace.

— Que droga. — Resmunga Sophia.

Rebecca e Leandro caminham lado a lado em silêncio, na direção do hotel onde ela está hospedada.

— Rebecca, eu não quero te ofender, tudo bem? — Diz, quebrando o silêncio. — Mas eu soube do contrato entre vocês.

— Alex contou a você sobre isso?

— Não, o Alex nunca fala nada. Se alguém sabe, é porque se envolveu. Ryan nunca me disse nada, mas acredito que ele saiba, já que é o advogado de Alex.

— Como você ficou sabendo, então?

— Sua amiga me contou ontem à noite. Ela está preocupada com você.

— Entendo, Susan, esqueci de vocês, acabei preocupando-as.

— Você pediu realmente o divórcio?

— Sim, eu pedi. Alex mentiu para mim. Compreendo que tenhamos feito um contrato, mas ele me arrastou para tudo isso. Ele tinha uma namorada que está grávida, e ele escondeu quem é.

— Rebecca, acredito que ele não tenha escondido quem ele é de você. Alex nunca usou o sobrenome da família Shaw, ele o usava apenas em negócios. A relação dele com a família é complexa, por isso ele assumiu o sobrenome do padrasto.

— Padrasto? Eu realmente não sei nada sobre a vida dele.

— Com certeza, em algum momento, ele te contará. Mas acredite, embora eu não conheça os termos do contrato, posso afirmar que você importa muito mais para o Alex do que qualquer contrato.

— Isso não é verdade.

— É, sim, eu nunca o vi se importar e cuidar tanto de uma mulher, como fez aquela noite no Pub. Ele pode não dizer com palavras, mas tenho certeza de que ele já deixou claro nas ações que gosta de você.

Rebecca fica em silêncio, relembrando todos os momentos que compartilhou com Alex desde que o conheceu.

— Eu soube que você cursa Engenharia Civil. Se desejar, posso oferecer uma vaga de estágio no grupo Murphy!

— Por que está fazendo isso? — Pergunta ela curiosa.

— Você é uma pessoa legal, Srta. Jenkins. Entendo por que Alex gosta de você, e acredite, ele realmente gosta. Além disso, há uma bela senhorita em Seattle que me castigará se eu não for legal. — Diz, arrancando um sorriso dela.

— Tudo bem, Leandro, obrigada. Estou aberta a receber propostas de emprego. Mas você pode me garantir que não terei problemas com Alex?

— Com isso, você não precisará se preocupar. Quando assinar o divórcio, Alex não se aproximará mais de você. Você deixará de existir para ele. A indiferença de Alex é assustadora quando ele deixa de se importar.

Rebecca não consegue responder, e essas palavras ecoam em seus pensamentos. O medo de ser rejeitada por Alex está presente, mesmo que ela tente ignorar seus sentimentos.

— Obrigada, vou indo. Boa noite!

— Boa noite. — Ele diz, observando-a se afastar.

Rebecca verifica o horário e chama um táxi, indo diretamente para a mansão. Ela entra silenciosamente, tentando não chamar a atenção de Maria e Henrique, e se encaminha para o quarto de Alex. Com cuidado, coloca o envelope sobre a cama e se acomoda na poltrona, contemplando a escuridão. Imersa em seus pensamentos, aguarda ansiosamente por ele.

À medida que o tempo avança, seu nervosismo cresce, e seu coração dispara com o som da porta se abrindo. No entanto, as palavras parecem se prender em sua garganta quando ele acende a luz, e ela vislumbra suas costas. Finalmente, quando toma coragem para chamá-lo, é interrompida pelo toque do celular dele. Alex observa o número desconhecido e atende à ligação.

— Alô. — Ele diz ao atender, colocando o telefone no viva-voz e o deixando sobre a cômoda enquanto retira seus acessórios com tranquilidade.

— Alex Baker, tem sido difícil falar com você nos últimos dias. Agora que você não tem mais emprego, achei que seria mais acessível.

Rebecca decide não interromper ao ouvir a voz e reconhecer que é o seu tio.

— Esperto, senhor Antônio, mas não tenho interesse em falar com você, por isso o ignorei o tempo todo. Por favor, pare de me ligar.

— Alex, tenho alguns assuntos a tratar com você.

— Vocês devem gostar muito de mim, pela insistência toda. Tudo bem, você tem 5 minutos do meu tempo para falar tudo o que quiser. — Diz ele, parado em frente à janela, retirando seu paletó com tranquilidade.

— O grupo Shaw resolveu rapidamente o problema que você criou para a família do meu genro. E não custou nada a eles, não é?

— São apenas decisões burras, não acha? É impressionante como estou cercado de pessoas incompetentes. Prometi a Rebecca que te deixaria em paz, Sr. Antônio. Agradeça a ela por mais uma vez salvá-lo. Evite me provocar, porque acabarei quebrando essa promessa.

— Alex, Alex, começou a dar desculpas agora? Você nem sequer pode cumprir a promessa que fez ao seu avô. Você é patético, não passa de um perdedor. Mas eu não liguei para zombar de você. Liguei para falar de Rebecca. Na sexta-feira, ela virá com o seu marido para comemorar conosco nossa parceria com o grupo Shaw. — Alex sorri sarcasticamente, vira-se e fica surpreso ao avistá-la. Ele suspira, passa a mão no cabelo e se encosta na cômoda, enquanto a observa. — Venha ver o tipo de mulher que ela é, para se convencer de vez que não compensou perder tudo por alguém como Rebecca.

— Terei que recusar, não tenho interesse. Mas diga a ela que continuo achando-a uma mulher burra e extremamente estúpida por acreditar em qualquer coisa que vem de você.

— Alex, não seja rude. Ela é apenas ingênua e está sozinha. Foi fácil convencê-la a vir aqui. Digamos que minha sobrinha não é muito esperta.

— Mande lembranças a ela, o seu tempo acabou.

— Espere, Alex, eu quero te ajudar. Posso te dar todas as informações sobre o marido dela, claro, se você puder pagar. Posso até mesmo dizer a você onde ela está. Quem pagar mais por ela, leva. O que você acha? É o máximo que posso fazer por você, depois de tudo que você me causou. Seja realista, estou sendo benevolente.

— Você é a escória, o homem mais nojento que já tive o desprazer de conhecer. Eu adoraria destruí-lo, Sr. Halgrave, mas ela tirou isso de mim, porque é tão idiota quanto você. Sei exatamente onde ela está, não preciso que você me diga. Deixe de ser patético. — Ele desliga abruptamente, sem dar a Antônio a chance de responder, enquanto mantém seu olhar fixo em Rebecca, com uma expressão indecifrável.