Resumo de Capítulo 01 – Capítulo essencial de Entre quatro paredes(Completo) por Winnie_welley
O capítulo Capítulo 01 é um dos momentos mais intensos da obra Entre quatro paredes(Completo), escrita por Winnie_welley. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Eu olhava pela janela os carros passando pelo lado de fora, tudo no centro da cidade era movimentado e ríspido. O barulho dos carros era quase imperceptível com o vidro do café que nesse dia, estava especialmente cheio por conta de uma confraternização. O local era pequeno, e quente, a cozinha era o pior lugar para ficar, cheiro de fritura e doces invadiam as narinas se você não fosse acostumado.
Apoiei minha bandeja no balcão e suspirei, levei a costa da mão até a testa e limpei o suor.
— Aqui o pedido da mesa sete! — Uma das meninas que trabalhavam no balcão disse.
Pego o prato com bolo, a xícara de café e levo para o cliente.
O dia inteiro era assim, entregando cafés, jogando lixo, limpando mesas e recebendo gorjetas medíocres. Algumas vezes recebia cantadas ou homens atrevidos tentavam pegar em minha nádega, mas eu sabia como contornar essas situações.
— Eu não aguento mais servir tantos milhares. — Uma das minhas colegas de trabalho diz. Ela era nova no emprego, era a única que falava comigo e que ainda tentava me chamar para sair.
O café com certeza era o lugar mais competitivo de Nova York, por conta da comissão, qualquer um pisaria em você para ganhar um trocado à mais.
— Uma hora você se acostuma. — digo.
Duas garotas entram no café, elas eram diferentes do que costumávamos receber. Usavam roupas claras e seus cabelos estavam perfeitamente penteados, uma loira e a outra morena, ambas esbeltas, provavelmente eram modelos da agência de modelos afrente. — Deixa que eu vou dessa vez.
Fui até elas com o caderno de anotações mão. Elas estavam conversando sobre algo enquanto seguravam o cardápio na ponta dos dedos.
— Boa tarde, o que vão querer?
— Algo não muito gorduroso, sem açúcar nem glúten. — Uma delas me responde com sotaque francês antes de me olhar dos pés à cabeça. — Tem alguma sugestão, garçonete?
— Água? — Sugeri ironicamente.
— Que fait ce qu'elle pense qu'elle est? — a morena indaga em francês.
— Une serveuse stupide avec des vêtements sales. — A outra responde.
Elas entreolharam, olharam para mim e gargalharam.
— Vamos querer uma size salad e uma água. — Elas responderam. Anotei e dei as costas para elas levando o fiapo de meu cabelo para trás da orelha.
Pendurei o pedido no mural.
Meu avental estava sujo de açúcar de confeitar e café, limpei o mesmo imediatamente. Tentei não pensar nas piadinhas cujo ouvi, por mais difícil que fosse.
Eu sempre saía às 22 horas, mas desta vez tinha algo estranho pairando sobre o ar. Minha sensação intensificou quando fui chamada a sala da gerente. Ela era grossa na maioria das vezes e tinha um humor ácido que quase ninguém suportava. Mas pelo menos me empregou durante esses anos que mais precisei.
— Demitida?! — Questionei indignada.
— Eu sinto muito Alice, nós precisamos cortar gastos. — Continua — o café já não dar mais dinheiro como antes.
— O que eu vou fazer agora? —Sento na cadeira cabisbaixa.
Ela respira fundo, mesmo com a cabeça para baixo via os olhos dela revirarem.
— Eu posso indicar você, mas esse é o máximo que posso fazer. Ainda tem o seu seguro desemprego, pode pegar no nosso setor de Rh.
Tirei meu avental e o joguei em um lugar qualquer da sala dos funcionários. Abrir meu armário e olhei a foto de minha família, basicamente consistia em: minha irmã Anne e minha mãe. Olhei para o chão, fechei meus olhos segurando as lágrimas, encostei nos armários e arfei. Eu estava exausta. E o que eu faria agora?
Enquanto estava no metrô, tentava não pensar nos desafios que teríamos de enfrentar, sem meu emprego não podia mais ajudar em casa e a pagar o plano de saúde de minha mãe que a esse altura estava alto, mas caro do que quando começamos o tratamento.
A estação mais perto da minha casa ficava há duas quadras, no Queens.
Vou direto para casa, abro a porta entro e fecho-a novamente. Me apoio na mesma e sinto meus olhos pesarem. Droga, Alice.
Jogo minha bolsa em um canto qualquer e chuto para longe. Enxugou as lágrimas e quando vejo Anne descer as escadas.
— O que aconteceu? — Perguntou ela franzino a sobrancelha alourada — Por que está em casa tão cedo?
— Bom dia, Anne. — Digo a minha irmã que estava sentada em uma das cadeiras da mesa, tomando café. — Não vai para a escola?
— Hoje não tem aula.
Apoio as mãos na cintura.
— Anne, você não está mentindo para mim como fez da última vez, não é?
— Você precisa da minha ajuda! — Ela gesticula com as mãos fazendo uma expressão de injustiça.
— E você tem que ir para a escola, vai se arrumar e peça a nossa vizinha para cuidar de mamãe. Já basta eu sem estudo, você não.
Eu tinha o mínimo, mas não cheguei a fazer faculdade. Minhas notas eram boas, fui aceita por uma faculdade em outro estado mas minha família precisava de mim, então deixei tudo de lado para começar a trabalhar.
Eu dava duro há anos, já trabalhei com coisas inimagináveis mas nunca tive um sapato bom ou roupas nova.
Essa era a nossa vida.
Ela não me contradiz e vai para o andar de cima. Dou uma bocada na torrada que estava em minhas mãos e me preparo psicologicamente para mais um dia daqueles.
O dia foi duro, não consegui nada além de: "Ligaremos para você" ou "Seu currículo não tem o necessário". Está sendo difícil encontrar emprego, a minha sorte é que eu tinha alguns cursos que precisavam ser atualizados, mas ainda davam para alguma coisa.
Já eram 13:24, meu estômago doía de fome. Não tinha dinheiro para nada além de passagem de metrô. Eu ainda estava no metrô em direção a mais uma das empresas que provavelmente não me aceitaria, até que eu vejo o anúncio que a Anne havia me entregado na noite passada dentro da minha bolsa, tinha certeza que ela o colocou lá. Despercebida, soltei um sorriso nasal e abri o papel, observei e pensei: até que não seria uma má ideia tentar, afinal de contas, eu seria só uma simples atendente.
— Não custa nada tentar! — Digo a mim mesma dentro da estação.
Um senhor de idade olha para mim como se eu fosse maluca.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Bela história...
Linda história, valeu a pena. Gostei muito também das consigo finais, o aprendizado com o tempo....
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....