Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 5

O dia foi tenso, Vanessa me olhava como se quisesse me matar e depois jogar meus restos aos porcos. Eu não queria mexer com alguém como ela, que com certeza pisaria em mim como se eu fosse uma mísera barata.

Falei do ocorrido para Beatriz durante o horário de almoço e ela gargalhou.

— Eu não posso acreditar, Alice — ela indagou ainda rindo.

— Foi muito constrangedor.

— Mas como ele é de perto e a sala dele?

— Ah, eu não reparei muito. — Finjo dar de ombros.

Ela me lança um olhar cético.

— Está bem, está bem. Ele foi educado e só. Somente isso, Beatriz. — Me rendo. — A sala dele é muito bonita.

— Podre de rico, tinha que ser né.

Para mim era estranho a visível divisão de classes. Enquanto Dante tinha ouro e diamantes cravejados em uma inópia garrafa de vinho Italiano 1886, eu me humilhei mais cedo para continuar em um emprego de recepcionista.

Já estava nos últimos minutos do meu expediente.

— Finalmente, trabalho concluído. — Beatriz diz trocando de roupa.

— O dia foi duro hoje.

— Muito cansativo, e agora a minha noite vai ser fantástica.

— E por quê? — Pergunto.

— Tenho um encontro com um homem maravilhoso, ele é perfeito. — Ela diz fantasiosa.

— Uau, um homem perfeito?

— Quero dizer que aparentemente sabe fazer as coisas, entende? Não existe homem perfeito dona Alice.

— Certamente.

Depois de uma conversa divertida, Beatriz vai embora e eu caminho até a estação de metrô mais próxima que ficava a umas quadras da empresa. Ouvir Don't stop me now do Queen, enquanto eu mesmo queria desistir de andar e me deitar e uma calçada era um tanto contraditório.

Já estava tarde eu estava sozinha, mesmo sendo uma rua muito movimentada durante o dia, a noite tudo fica parado.

Um carro se aproxima de mim, eu me assusto e me afasto, poderia ser um sequestrador ou um psicopata qualquer, mas o automóvel era muito chique para ser de qualquer um. O motorista abaixa o vidro e vejo quem era, sr. Dante.

— Quer que eu a leve para casa? — Perguntou.

— N-não, eu estou indo para a estação. — Minha voz sempre fica falhada quando se tratava do Dante.

— Tem certeza? Está bem tarde, não vai me custar nada te levar pelo menos na rua da sua casa. — Disse.

— M-mesmo assim, não seria adequado. — Digo cruzando os braços.

Ele olha para frente e bate repetitivamente seu dedo indicar no volante, parecia pensar.

— Te levo pelo que aconteceu hoje, para ficarmos quites. Está bem?

Fico relutante, mas no fim aceito a proposta.

— Tudo bem. — Entro em seu carro. O cheiro que exalava era tão bom, perfume masculino e carro novo.

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