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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 536

Pronto. Estava fechado o ciclo.

Nos negócios, ele tinha se saído bem. Mas, na educação dos filhos e netos... Aí sim, havia fracassado miseravelmente.

Agora, já velho, sem mais a teimosia dos tempos de juventude, o Sr. Henrique se pegava refletindo com frequência.

Talvez tivesse sido rígido demais com o filho... E também com o neto. Sempre quis controlar tudo, até mesmo os casamentos deles.

Ainda assim, às vezes ele pensava: "Será mesmo que estava errado?"

André, afinal, nunca teve talento ou competência. Por isso, ele havia lhe arranjado uma esposa que fosse uma parceira confiável nos negócios, alguém que o ajudasse a se firmar dentro do grupo.

Mas ele jogou tudo fora. Cego, imaturo, trocou uma mulher que poderia lhe trazer estabilidade por outra que não acrescentava nada, caindo feito um bobo em palavras vazias.

E agora? Vive à deriva, um fracasso completo, sem rumo nem força.

Já com Gabriel, a história se repetia.

Vitória era, desde o início, uma mulher cheia de veneno por dentro. E, mesmo assim, ele se apaixonou perdidamente por ela, como se tivesse perdido completamente o juízo.

Beatriz era uma moça excelente, boa, honesta, sensata. Mas Gabriel não soube dar valor. Só depois do divórcio começou a correr atrás como um desesperado.

E o pior... Ainda teve a audácia de jogar a culpa sobre ele.

Disse aquelas palavras cruéis, ferinas, que cravaram direto no seu peito, como se ele fosse o grande vilão da história.

Se havia alguma culpa por aquela união contratual, era apenas com Beatriz.

Com Gabriel? Hah... Só soube aproveitar tudo que lhe foi dado, e ainda teve coragem de morder a mão que o alimentou.

Hoje, quem era Vitória? Ele sabia como ninguém.

Sempre teve um faro apurado pra julgar o caráter das pessoas. E acertou em cheio naquela vez. Gabriel é que foi cego e fraco. Caiu de amores por uma mulher como aquela e ainda teve a ousadia de machucar Beatriz por ela.

O Sr. Henrique soltou um suspiro longo e pesado. Já estava velho. Muito velho. Não lhe restavam muitos anos de vida.

Mesmo que quisesse, já não tinha forças pra controlar nada. Nem Gabriel, nem o resto da família.

Filho legítimo, filho fora do casamento... No fim das contas, isso pouco importava. Desde que o império do Grupo Pereira continuasse de pé por mais um século, ele poderia descansar em paz do outro lado.

Quanto a Gabriel... Que seguisse o caminho que quisesse.

O que ele sentia agora era simples: uma decepção profunda. Uma ferida que já não doía com fúria, mas sim com um amargo desamparo.

Já perto do fim do expediente, na empresa Aurora.

[Minha mãe me arrastou de manhã pra uma festinha de uma socialite amiga dela, deixei o celular em casa.]

[Mas não fui eu quem te levou pra casa ontem! Eu mesma apaguei no carro, só acordei quando meu irmão me chamou já em casa.]

[Você disse que foi levada pra casa, que alguém limpou seu rosto, ligou o ar-condicionado… Será que foi o motorista? Ou meu irmão? Vou perguntar.]

Beatriz ficou encarando a tela do celular, sem conseguir digitar nada.

Ela realmente achava que tinha sido Letícia. Mesmo sabendo que Letícia tinha dormido no caminho, ainda assim, imaginou que, em algum momento, pudesse ter acordado e cuidado dela.

Afinal, era Letícia quem sabia o número do apartamento. Sabia a senha da porta.

Mas... Se foi outra pessoa?

“Como ele saberia disso? O prédio tem portaria. Ninguém consegue essas informações assim, do nada.”

Não podia ter perguntado para o síndico. Mesmo a administração não saberia a senha da casa.

Beatriz franziu a testa, o coração acelerando de leve. Por mais que pensasse, nada fazia sentido.

Até que, de repente, ela se lembrou de uma coisa…

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