— Mas a verdade é que... — Gabriel respirou fundo. — …Eu já estava apaixonado pela minha esposa, Beatriz. Só que, quando percebi isso, já tinha magoado ela profundamente. E sim, a dor que causei teve participação da Vitória. Mas também teve a minha. Eu não estou fugindo da responsabilidade. Só que... Assim que entendi o que sentia de verdade, mandei meu assistente alugar um apartamento pra ela. Me afastei. Não me vinguei. Não fiz nada contra ela. Só tomei alguma atitude quando descobri que ela havia armado contra a Beatriz. E foi durante a investigação que eu vi quem ela era de verdade.
Rafael, ao lado, não resistiu e comentou, quase como um narrador:
— Sr. Renato, eu tenho aqui o escaneamento do contrato de aluguel da época... Se o senhor quiser ver...
Renato ergueu a mão.
Não precisava.
— Eu errei, sim. — Reforçou Gabriel. — Mas se devo alguma coisa a alguém, é à Beatriz. Com a Vitória? Nunca fiz nada além do que ela mereceu. Quando ela voltou a me procurar, eu recusei. Claramente. Foi ela que insistiu. Foi ela que mandou sequestrar a Beatriz.
— Vitória me disse que foi só uma ameaça, não sequestro. — Rebateu Renato, com um leve franzir de cenho. — E ainda alegou que foi chantageada pelos irmãos do Grupo Martins. Já sofreu o suficiente com isso.
“Só uma ameaça?”
Gabriel soltou uma risada de puro deboche.
— E você não pensou em checar o depoimento oficial? — Disse ele, com a voz gélida. — Se você sabe o nome do Eduardo, então conseguir uma cópia do processo não devia ser tão difícil. Todos os envolvidos confessaram. Foi sequestro, sim. Levaram o dinheiro. Se a Letícia não estivesse com a Beatriz naquele dia, ela teria sido levada. E ninguém sabe se teria saído viva.
Renato apertou os lábios, pensativo.
Ele tinha perguntado à irmã. E Vitória havia dito que os cúmplices mentiram, tentando se livrar da culpa.
Disse que só queria pressionar... Não machucar.
Mas agora Gabriel dizia que ela queria, sim, matar a Beatriz.
E agora... Em quem acreditar?
O silêncio se instalou. Tenso, denso.
Renato mergulhava em dúvida.
Foi então que o celular de Gabriel começou a tocar.
Era uma ligação do mordomo.
Ele atendeu:
— O que foi, Marcos? Aconteceu alguma coisa com meu avô?
Mas, do outro lado, o que veio não foi resposta.
Foi um grito furioso, com a voz cheia de fôlego e raiva:
— SEU MOLEQUE! TÔ VIVO, PORRA!
Gabriel ouviu a bronca e... Relaxou.
Se o velho ainda tinha força pra xingar, então estava tudo bem.
Ele tinha mandado o Rafael segurar tudo, ninguém devia ter espalhado!
E mais:
“Como o velho sabia que era o Renato?!
Será que alguém puxou as imagens das câmeras da recepção?
Mas isso também não fazia sentido... Renato estava sempre fora do país.
Como o avô o reconheceria tão rápido?”
Cheio de perguntas na cabeça, Gabriel mal teve tempo de reagir, porque Renato se adiantou, como se já soubesse do que se tratava.
— Tem a ver comigo? — Perguntou, calmo, olhando para Gabriel.
Gabriel então ativou o viva-voz.
Do outro lado, a voz furiosa do Sr. Henrique estourava de novo:
— SEU MOLEQUE INÚTIL! AO INVÉS DE TRABALHAR, SAI NO SOCO DENTRO DA EMPRESA! VOCÊ ACABOU COM A IMAGEM DO GRUPO PEREIRA! O QUE TANTO TE LIGA A ESSE RENATO PRA ELE APARECER PESSOALMENTE AQUI?! OU VOCÊ ME DÁ UMA BOA EXPLICAÇÃO, OU VAI SER AFASTADO IMEDIATAMENTE!
Gabriel já ia abrir a boca para se defender, mas Renato se levantou do sofá, tranquilo, e começou a andar em direção a ele enquanto falava:
— Sr. Henrique, boa tarde. Sou Renato. A pessoa com quem seu neto brigou hoje.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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