Meu nome era Sherrie Kasper. Meu sangue tinha o cheiro mais doce e o melhor sabor. Diziam que eu era a loba com o melhor sangue dos últimos séculos, o que era uma grande honra para a minha família. Sabe por quê? Porque significava que o Alfa precisaria do meu sangue para sobreviver e prosperar.
Nossa matilha, Diamond, era a mais poderosa do país. Nossos Alfas do Clã Santiago receberam poderes especiais. Eles conseguiam enxergar o passado e o futuro e controlavam a história e o destino da matilha. Abençoado pela deusa da lua, o Clã Santiago era algo divino aos nossos olhos.
Embora os membros do Clã Santiago fossem os mais hábeis, eles eram amaldiçoados. Quanto maiores fossem suas habilidades, mais curtas seriam suas vidas. Eles tinham dificuldade em conter seus lobos interiores. Eventualmente, eles perderiam o controle e nunca mais seriam capazes de se transformar da forma humana para a forma de lobo.
No entanto, o sangue das lobas Kasper poderia protegê-los da maldição.
Para evitar que os membros do Clã Santiago se tornassem gananciosos e machucassem as Kasper, existia um pacto entre os dois clãs. Cada macho do Clã Santiago assumiria uma fêmea do Clã Kasper para ser sua companheira e única provedora de sangue.
Toda loba Kasper acima de 12 anos deveria ser registrada e testada nos jogos anuais. De acordo com o resultado do teste, seríamos classificadas em diferentes níveis. As lobas de nível superior serão companheiras dos machos Santiago de classificação superior.
Participei dos jogos quando tinha 12 anos. Fui classificada no nível mais alto. Na verdade, fiquei em primeiro lugar.
Eu seria a fornecedora de sangue exclusiva do Alfa Collin. Quando completasse 18 anos, eu me tornaria sua Luna. Eu me senti honrada em servir ao meu Alfa e à minha matilha.
No dia seguinte aos jogos, um grupo de guardas foi em casa me buscar. “Você foi convocada para o covil do Alfa”, disseram eles, sem utilizar meu nome. Que bom ser conhecida!
Fui escoltada para longe da minha família, empolgada demais para questionar por que os guardas que me guiavam pareciam tão poderosos e sérios.
"O Alfa mandou me chamar?", perguntei. Os guardas não responderam. Eu esperava que aquele dia fosse ser o melhor da minha vida. Ser a vencedora dos jogos, ter o sangue mais puro para servir o Alfa era apenas o começo. O Alfa Collin queria me encontrar – ele provavelmente queria conhecer sua futura Luna.
Quantas vezes, quando menina, sonhei com o dia em que meu sangue poderia ser o melhor para ele. Quantas vezes sonhei que o conheceria e seria sua Luna!
Chegamos ao covil do Alfa, que parecia mais um castelo. Era uma caverna que tinha salas de pedra construídas ao redor, atingindo o comprimento de dez casas. Havia luzes nas janelas dessas salas, e eu podia ver figuras me observando de dentro delas.
Os guardas me levaram para dentro. Ao olhar para cima, notei a luz do sol entrando nas salas iluminadas e coloridas, repletas de móveis luxuosos que eu nunca tinha visto parecido na minha vida. Tudo parecia brilhar, como se tivesse descido dos céus. Minha respiração ficou mias curta com a expectativa de ver Collin. Em breve, eu sentiria o cheiro do seu poder.
Eu esperava prosseguir em direção àquelas salas lindas. Eu esperava conversar com Alfa Collin e que nós aprendêssemos um sobre o outro durante os próximos seis anos, até chegar a hora de nos casarmos. De repente, quando meu pé subiu no primeiro degrau, um dos guardas me segurou.
"Não. Por aqui", ele disse com uma voz áspera. Outro guarda pegou meu outro braço e me levou para baixo. Fiquei tão chocada no começo que nem lutei. Eu não sabia por que eles tinham que me tratar daquele jeito. Eles poderiam ter me dito que eu precisava me trocar ou me limpar primeiro.
"Para onde vocês estão me levando?", eu finalmente exigi saber, enquanto eles me arrastavam para uma câmara escura abaixo do covil. Havia algo errado. 'Deixe-me sair!' Minha loba Natasha estava rugindo de forma protetiva.
"Não use esse tom com a gente, garota", respondeu um guarda.
Eu me transformei e tentei fugir. Os outros dois guardas lobos me morderam, agarrando meu pescoço. Eu tinha apenas 12 anos. Minha loba era muito menor que eles. Não importava o quanto eu arranhasse e mordesse; eles conseguiram me arrastar ainda mais para o porão. Eles forçaram pó de acônito no meu nariz. Eu me encolhi, afastando-me do cheiro forte, e voltei à forma humana.
"O que você está fazendo?", eu gritei, choramingando enquanto eles me colocavam no chão. "Não! Você não pode fazer isso comigo! Eu sou Sherrie Kasper! O Alfa precisa do meu sangue!", eu gritei. Aquilo era um grande engano.
Depois do pó de acônito, eu estava fraca demais para lutar. Eles acorrentaram minhas mãos e meus pulsos e me trancaram em uma cela escura de 50 metros quadrados. Como uma prisioneira. Chorei e gritei com os guardas, exigindo respostas, mas ninguém reagiu.
"Alfa Collin!", eu gritei sem parar. Ele não poderia estar tão longe que não pudesse me ouvir. Mas ninguém respondeu.
No dia seguinte, Natasha finalmente acordou dentro do meu corpo, embora estivesse fraca demais para assumir o controle. Tentei me conectar telepaticamente com a minha família, com o meu clã. No entanto, a conexão estava bloqueada.
Os guardas chegaram com um médico para tirar meu sangue em uma bandeja.
"Por que vocês estão fazendo isto comigo?", eu rosnei.
“É para o Alfa. Você deve servir de bom grado”, disse o médico. Sua expressão estava vazia, como se ele não pudesse ter sentimentos.
"Eu sou a Sherrie", eu disse, enquanto sentia meu corpo mole. "Eu sou a futura Luna."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Felicidade de Ter Meu Segundo Alfa
São só 5 capítulos?...