Ponto de vista de Anderson
Fiquei parado diante da multidão, desafiando qualquer um a me confrontar em uma luta. Eu até queria. Eu estava com muita raiva. André, meu lobo, estava prestes a assumir o controle. Eu não perdia uma luta desde os 14 anos de idade e todos sabiam disso.
"E então? Quem quer lutar comigo?", eu gritei em direção a todos.
Com maldição ou não, ninguém faria mal a ela. Eles não poderiam expulsá-la da matilha, pois eu a protegeria. Sharia, minha companheira. De jeito nenhum eu testemunharia sua morte; adquiri um medo de perdê-la mesmo tendo acabado de encontrá-la.
Sim, ela era minha companheira. Eu sabia pelo cheiro. Seu sangue tinha um cheiro doce e delicioso, uma mistura de baunilha e canela.
Os outros membros da Matilha Shine Rain baixaram os olhos. Ninguém lutaria comigo, não com meu histórico de vitórias em todas as lutas. Quando eu estava com raiva, então, eu poderia matar com muita facilidade. Todos começaram a se entreolhar, dispersando-se lentamente pelas casas ou pelas árvores atrás delas.
André se acalmou dentro de mim. Não houve luta. Virei-me para onde Michael estava, mas ele já tinha ido embora. Eu me encontraria com ele mais tarde; ele já devia saber que não poderia desafiar minha autoridade quando eu não estivesse presente.
No dia em que patrulhava a margem do rio, aquele cheiro tomou conta de mim. André assumiu o controle e eu me transformei sem escolha. Ele estava nervoso, pois nosso instinto gritava: "Companheira!" Foi um desejo profundo que senti até a alma, algo que nunca tinha sentido em toda a minha vida.
Eu vi uma parte do corpo de uma garota pálida no rio. Ela estava parcialmente coberta com trapos molhados, parecendo estar gravemente ferida. Fiquei na beira da clareira, olhando para ela. Cheirei o ar, tentando descobrir se ela estava viva ou se havia se afogado no rio. Mas eu podia sentir o cheiro do sangue dela. A garota tinha sangrado muito. O cheiro que desejei durante toda a minha vida sem nem saber.
Foi estranho porque, quando a luz do sol a atingiu por um determinado ângulo, vi um corpo mutilado, coberto de cicatrizes. Eu vi um corte que ia do pulso até o braço, por onde era possível enxergar seu osso. Sua perna estava torcida, parecendo estar quebrada. Em seu pescoço, havia um corte enorme, como se alguém quase tivesse ferido sua cabeça pelo lado esquerdo. Ela parecia fraca, sem vida. Diante dos meus olhos estava a minha companheira morta.
Eu fiquei paralisado, observando, mas então ela se moveu. Ela se sentou e olhou em volta. Sua cabeça balançava, como se ela estivesse tonta.
Transformei-me novamente para a forma humana e corri até ela, para tirá-la das águas frias. Eu a peguei, mantendo a esperança de ter encontrado minha companheira viva, mesmo que estivesse à beira da morte. Ela estava tossindo água antes de desmaiar. Seu corpo era muito frágil e leve. De perto, todas aquelas cicatrizes em seu corpo pareciam haver desaparecido. Mas o corte no braço dela estava muito inchado, vermelho e com um pus escorrendo. Estava claramente infeccionado. Perigosamente infeccionado.
Ela olhou para mim por um breve momento; seus olhos cor de violeta eram tão vívidos! Mas, em seguida, ela voltou à inconsciência.
Havia um corte em seu pescoço, logo abaixo da bochecha esquerda. Quase no mesmo lugar da minha cicatriz, só que não chegava ao rosto dela. Senti muita pena do estado delicado da minha companheira. Tive que resistir aos impulsos que me açoitavam por dentro e não deixar André assumir o controle.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Felicidade de Ter Meu Segundo Alfa
São só 5 capítulos?...