Felicidade de Ter Meu Segundo Alfa romance Capítulo 4

Senti que alguém estava tocando meu rosto. Uma mão encostou suavemente na minha bochecha, traçando meus lábios por um segundo, antes de voltar para minha bochecha novamente.

"Quem é você?" Acordei afastando-me dele, ainda sentindo a sensação persistente de suas mãos tocando meu rosto.

"Ah, que bom. Você acordou. Meu nome é Anderson. Eu estava patrulhando a margem do rio quando vi você."

Eu olhei para ele desconfiada. "Você me salvou?"

Ele assentiu com a cabeça: "Algo assim. Como você está se sentindo?"

"Estou bem melhor agora. Pelo menos, estou aquecida." Eu estava enrolada em um cobertor, descansando em uma cama perto da lareira.

Eu o observei cautelosamente, perguntando-me o quão honesta eu poderia ser com aquela pessoa – com qualquer pessoa, aliás. Se eu não pude confiar na minha irmã nem no meu companheiro Collin, em quem eu poderia confiar?

Ele parecia muito forte, como se pudesse despedaçar um homem ou um lobo com as próprias mãos. Observei suas mãos, as maiores que já tinha visto, com antebraços enormes levando a bíceps musculosos e ombros largos.

"Onde estou?", perguntei, nervosa, na esperança de estar longe de Ferrara e Collin e de toda a dor do meu passado. Perguntei-me se Anderson poderia me prender. Senti meus pulsos e tornozelos livres de correntes e continuei movendo-os para ter certeza de que a sensação era real.

"Você está com a minha matilha, Shine Rain. Eu sou o Alfa aqui, então você está segura comigo." Ele acrescentou a última parte como se sentisse meu cansaço.

Ele parecia se importar tanto que fiquei tentada a me abrir e contar tudo a ele, mas achei melhor me conter. Eu não agiria sem pensar. Eu não podia confiar em ninguém.

"De onde você é?", ele perguntou rapidamente, como se entendesse que eu não iria lhe contar muito, mas ele estava curioso demais para resistir à tentação de perguntar.

"Não me lembro", menti, sem vontade de contar nada.

"Certo. Talvez você esteja muito magoada para lembrar, não é?", ele disse, estreitando um pouco os olhos. Em seguida, forma mais gentil, ele continuou: "Você se lembra do seu nome?"

Claro que eu lembrava que meu nome era Sherrie Kasper. Embora eu não tivesse certeza da minha aparência, pude notar que o cabelo que caía sobre meus ombros era preto e liso, em vez de loiro e ondulado, como antes, o que me deu certeza que eu tinha outro aspecto.

"Sher… Sharia." Quase contei a ele meu nome verdadeiro, ainda apegada à identidade que me foi negada. Mas eu precisava de um novo nome. "Obrigada por me salvar, Alfa Anderson", eu agradeci com mais doçura, mais uma vez sentindo meus pulsos livres de correntes e querendo continuar daquele jeito para sempre.

Ele balançou a cabeça, aceitando meus agradecimentos. "Acho que você precisa descansar mais. Talvez você se lembre de outras coisas mais tarde e possa me contar mais?", ele sugeriu.

Eu não faria aquilo, mas balancei a cabeça como se concordasse. Como se eu pudesse confiar a ele minha identidade, assim como ele fez comigo.

Ele continuou: "Octavia cuidará de você. Se você precisar de alguma coisa, ela estará por perto. Basta chamá-la."

Alguém para cuidar de mim? Eu mal conseguia entender tal conceito. Uma senhora de meia-idade entrou quando ouviu seu nome. Ela parecia bem para a idade, provavelmente por se manter ativa. Seu rosto era gentil, e ela imediatamente ela abriu um sorriso caloroso. Seu cabelo castanho acinzentado estava preso em tranças e amarrado em um nó atrás do rosto quadrado.

Sorri discretamente de volta, perguntando-me o que eu deveria dizer a ela, o que eu poderia falar naquela situação tão pouco familiar. "Obrigada, Octavia."

Anderson olhou para Octavia e para mim, parecendo satisfeito. Com um pequeno aceno, ele saiu do chalé. Olhei em volta, tentando entender se aquela seria a morada dele. Era pequena. Parecia estranho um Alfa morar em uma casa tão pequena, com apenas alguns cômodos. Eu me perguntei se ele estava mentindo para mim.

Sentei-me, puxando o cobertor para me esquentar. Eu queria olhar para o meu corpo para confirmar que realmente não estava mais com cicatrizes, mas achei melhor deixar para mais tarde, quando não houvesse mais ninguém por perto. Minha pele estava tão confortável naquela lã macia… Era incrível a sensação de estar aquecida. Mas eu tinha um curativo no pescoço e outro no braço; parecia que eu tinha mantido os dois ferimentos que quase me mataram.

Octavia tinha um rosto gentil e era difícil não gostar dela. Mesmo sem perguntar nada, ela começou a compartilhar muitas informações comigo. "O Alfa Anderson é o homem mais gentil da matilha, e eu sei disso muito bem. Sou a empregada dele há muitos anos. Os médicos disseram que custaria muito para você ser curada e que o remédio que você precisava era muito caro. Disseram que não havia garantia, mas Anderson insistiu, não medindo esforços para salvá-la. Bem, ele é dono de uma fortuna, mas mesmo assim…"

Fiquei receosa com a menção de médicos. O que eles tinham me dado? De quem exatamente ela estava falando? Quem me vira ali? Eu nem sabia qual era a minha aparência! Será que eu seria reconhecida?

"Quem me deu remédio?"

"Ah, sim", disse ela. "Esqueci de explicar. Alguns médicos da matilha foram chamados porque Anderson estava muito preocupado com você. Acho que ele nem dormiu nesses últimos dias. Ele ficou aqui, sem sair para nada, caso você acordasse."

Eu ainda estava presa à questão dos médicos. Lembrei-me das milhares de vezes que Natasha recebeu doses de acônito daquele médico que trabalhava para Ferrara.

Octavia continuou falando. "Você estava tão pálida! Disseram que você estava com muito pouco sangue. Era como se daquelas duas feridas tivessem drenado todo o sangue do seu corpo, e ainda assim você continuava viva. Os médicos nunca tinham visto nada parecido. Você mal respirava, mal tinha a força ou consciência para tomar o remédio."

Fiquei horrorizada com o fato de os médicos – ou quaisquer outras pessoas – terem me dado algo quando eu estava inconsciente. Mesmo assim, eu estava acordada agora, aquecida e me sentindo melhor do que há muito tempo. O que quer que eles tinham feito, parecia ter funcionado.

"Os médicos disseram que você poderia ter morrido, mas sua loba é tão forte. O Anderson gostou disso; eu pude notar." Octavia ainda estava falando. Eu não estava acostumada com alguém me dando tantas informações. Lembro-me de chorar, implorar e pedir aos guardas e ao médico que me contassem alguma coisa, tendo sido negada qualquer informação durante aqueles seis dolorosos anos.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Felicidade de Ter Meu Segundo Alfa