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Grávida do Bilionário Alfa romance Capítulo 6

Charlotte

"Seu filhote?", pergunto, percebendo que devo soar como uma idiota por repetir o que ele havia acabado de dizer, mas a situação é surreal demais. Sinto como se estivesse tendo um sonho, ou um pesadelo. "Do que você tá falando?".

Há pouco tempo eu estava admirando seu corpo, mas agora volto a pensar em o quão aterrorizante Brayden Collins é. Já vi muitos homens ruins, mas nenhum deles me intimida como ele. Parece até ser sobre-humano, emanando uma energia que faz com que eu queria me acovardar em seus pés.

"Você", semicerrou seus olhos para Victoria, e depois para mim. "É isso que você fez com meu esperma, você inseminou a sua amiga?".

"Claro que não!", ela contestou firmemente, apesar de estar claramente abalada. "Sim, eu inseminei a Charlotte semana passada, mas não com o seu esperma. Ela escolheu um dos nossos clientes".

"Mentira", acusou. "A Charlotte claramente sabia das amostras, já que ela veio me pedir pra te poupar...".

"Você fez isso?", Victoria virou-se para mim.

"Sim, mas eu só tava tentando ajudar. Eu achei que ele te pouparia se soubesse que você nunca faria nada pra prejudicar sua carreira. Me desculpa, eu só queria ajudar", desculpei-me.

"Tudo bem", falou gentilmente, acariciando minha mão antes de virar-se para Collins. "Isso não quer dizer nada...quer dizer, sim, eu inseminei ela no mesmo dia que a sua amostra desapareceu, mas.... não, não é possível, a sua amostra tava em outra geladeira...", para de falar no meio da frase, olhando para a tela do ultrassom e arregalando os olhos. "Meu Deus...".

"Que foi?", indaguei, confusa.

"Não é humano", murmura tão silenciosamente que eu quase não a escuto. De repente, ela olha para Brayden Collins, tomada pelo medo. "Eu juro que não fiz de propósito, eu não sei como aconteceu!".

"Como assim não é humano?", questionei. "É o quê? Um alienígena?".

"Não finge que não sabe", o homem enfurecido rosnou. "Não finjam que não planejaram isso cautelosamente".

Victoria começou a tremer. "Charlotte, quando eu te contei sobre as amostras, eu só te contei metade da história", explicou. "Eu precisei assinar milhares de documentos de confidencialidade, porque descobri certos segredos ao examinar as amostras do senhor Collins".

"Quais segredos?", pergunto, sentindo-me completamente perdida.

"Ele não é...", começa a explicar, olhando, nervosa, para o enorme homem perante nós. "Ele não é humano... é um lobisomem".

Começo a rir alto. "Não, fala sério, o que foi?".

"É sério. Ele é um lobisomem", Victoria sussurra.

"Victoria", chamo seu nome, certa de que estou sonhando. "Lobisomens não existem".

"Eu também achava isso, até que comecei a trabalhar aqui. Esse laboratório é conhecido por fazer dois trabalhos ao mesmo tempo. Metade dos funcionários são dedicados às amostras de lobisomens, e poucos humanos trabalham aqui porque não confiam em nós".

Começo a ficar preocupada com minha irmã. "Você tá chapada?", pergunto baixinho.

"Ela não tá", Collins solta, e volto minha atenção para ele. Nesse momento tenho certeza que seus olhos, normalmente verde, estavam brilhando como luzes de neon. As provas estavam na minha frente, mas meu cérebro não sabia processá-las, e resolveu desligar. De repente, fico atordoada e desmaio.

Quando acordei, Victoria havia sumido. Sento na mesa do exame, tentando me lembrar do que havia acontecido, e logo lembrei-me de tudo que aconteceu porque Brayden Collins ainda estava na minha frente, observando-me de perto. Seus olhos não estavam mais brilhando, mas ainda lembro-me de como estavam. Também me lembrei de quão rápido ele se moveu para resgatar Jacob e, na época, achei que fosse apenas a adrenalina, mas agora não tenho mais tanta certeza.

"Como você tá se sentindo, Charlotte?", perguntou, muito mais calmo do que antes.

"Acho que tô ficando maluca", respondo. "Isso não pode ser real".

"É real", assegurou-me. "A sua amiga nunca devia ter concordado em te deixar armar pra mim já que sabia a verdade.

"Ela não me deixou fazer nada, e eu não tava armando pra você. Eu só queria um bebê", insisto.

"Não, não é assim que funciona", responde com certa gentileza.

"Então como é que funciona? Como tudo isso funciona?", questionei-o, agora mais calma do que antes.

"Bom, os lobisomens são como humanos de muitos jeitos", Collins explica, encostando-se na cadeira, mas sempre com seus olhos vidrados em mim. Seu olhar era tão intenso que me deixava desconfortável. "A gente nasce em forma humana e vivemos a maior parte das nossas vidas assim. A maior parte de nós só se transforma com alguns anos de idade, já que demanda esforço e treinamento. Os sentidos aguçados, vista, faro e audição, sempre estão presentes, mas se transformar não é tão fácil assim pros pequenos. É como aprender a falar, é natural quando é adulto, mas dá trabalho no começo".

"Mas como eu posso estar grávida se não... sou uma de vocês?", pergunto.

Pela primeira vez Collins parece não ter todas as respostas. "Eu não tenho certeza. Eu nunca ouvi de algo assim acontecer. A nossa sociedade existe em paralelo com a sua, e algumas pessoas, como a sua amiga, ficam sabendo do segredo às vezes, mas só em casos especiais e eles nunca fazem parte da sociedade de verdade. É só quando alguém tem conhecimento ou habilidades que são valiosas pra gente".

"Então tem... um mundo inteiro cheio de lobisomens que existe bem debaixo dos narizes dos humanos?", resumo.

"Basicamente, sim", confirma.

E bandos e Alfas... tudo que a gente lê em histórias é real?".

"Bom, as nossas transformações não têm nada a ver com a lua cheia, mas fora isso muita coisa é real. A gente é muito mais rápido e forte que humanos, e nossa sociedade é dividida em bandos, mas eles são muito grandes. Pensa neles como estados de um grande reino", explica.

"Reino? Com rei, rainha e tudo mais?".

"Sim", sua resposta parece carregar algo mais, como se algo importante estivesse sendo omitido, mas não sei o que. "Agora, se você terminou de fazer perguntas, podemos conversar sério?".

"Conversar sério?", questiono. O que seria mais sério do que virar meu mundo de cabeça para baixo?

Ele encara minha barriga. "Sobre o bebê".

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