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Grávida do Bilionário Alfa romance Capítulo 7

Charlotte

"O bebê é meu", falo possessivamente. "Você não pode só me falar que é mágico e esperar que isso seja prova de que é o pai".

"Meus sentidos não mentem, humaninha", Collins declara, não deixando espaço para debate. "E os meus investigadores também não. Você não tem condições de cuidar dessa criança, não recebe dinheiro o suficiente pra pagar suas dívidas. Nenhuma mulher responsável engravidaria em uma situação dessas".

"Dinheiro? Que dinheiro? Você fez eu ser demitida!", falei, cerrando os dentes.

O grande homem... ou lobo, piscou, surpreso. "Você foi demitida?".

"Quem é que tá se fingindo de idiota agora?", questionei, irritada. "Você ligou pros Maillard depois que te pedi pra ajudar a Victoria, você fez eu ser demitida e acabou com a minha reputação".

"Não fiz nada disso, eu nem sabia que você tava desempregada", insistiu.

"Achei que seus investigadores fossem os melhores, não?", provoco.

"Claramente isso é recente", defende. "E eu não te culpo por ficar desesperada, mas você precisa admitir que a única explicação pra isso...", aponta para minha barriga. "É que você precisava de dinheiro e queria me extorquir em troca da criança".

"Eu queria esse bebê mais do que tudo no mundo!", exclamo, levantando-me. "Eu tenho tentado engravidar há anos, e quando vim falar com a Victoria não sabia que tinham roubado minha identidade e nem que seria demitida. Essa era a minha última chance, e você não tem ideia do quão difícil tem sido... o quão doloroso é pensar que talvez eu tenha que abortar por causa de tudo que aconteceu", acabei contando mais do que o planejado, mas não pude evitar. Tenho estado tão preocupada com isso nos últimos dias que não consegui me conter.

"Abortar?!", Collins se levanta rapidamente, ficando mais alto do que eu, mesmo eu estando em cima da escadinha da mesa de exames. "Então agora você tá me ameaçando?".

"Quê?! Não!", grito. "Não tem nada a ver com você, você mesmo disse que eu não tenho condições de criar um bebê, então eu quero fazer a coisa certa!".

"Lobos não abortam seus filhotes", ele rosna. "Nossas crianças são preciosas demais, e a Victoria sabe disso. Tenho certeza que era isso que ela tava pensando quando sugeriu usar o mesmo esperma."

"Argh!", grito, explodindo de raiva e cerrando meus punhos. "Eu não te aguento! Quantas vezes vou ter que dizer que, se essa criança foi sua, foi um acidente?! A Victoria não trocou as amostras de propósito e eu não engravidei porque queria que você pagasse minhas dívidas!".

Olhou-me, semicerrando seus olhos. "Você é uma ótima atriz, sabia?".

"E você é uma cobra", ataco. "Eu não ficaria surpresa se você tivesse escamas ao invés de pelo.

Um rosnado soa de seu peito, tão poderoso que minhas pernas ficam bambas. "Cuidado, Charlotte, eu tô sendo bonzinho porque você não tá acostumada com a gente, mas se continuar falando assim comigo eu vou...".

"Vai o quê?", rebato. "Você acabou de falar que seus filhotes são preciosos, então eu sei que não vai me machucar". Infelizmente, sinto lágrimas se formando em meus olhos e as seco antes de continuar a falar. "E eu já perdi tudo com o que me importava, então não é como se você pudesse me punir de algum jeito".

Viro de costas para que ele não me visse chorando. Sei o quão suspeito tudo isso parece, mas não sei o que fazer. No lugar dele eu pensaria a mesma coisa, ainda mais sabendo o que sei agora sobre o laboratório. 'Não deve ser fácil lidar com amostras de espécies diferentes, mas... espera aí', penso e me viro para Collins.

"Se você não sabia que era possível uma humana engravidar de um lobisomem, por que a Victoria teria tentado usar o seu esperma?", questiono. "Ela não tinha como saber que era a amostra errada. Ela não saberia que funcionaria, mesmo se fôssemos tão manipuladoras quanto você pensa. E se tudo que eu quisesse fosse te extorquir, por que ainda não pedi dinheiro? Por que não admiti nada?".

"Seria por amor também!", exlcamo. "Eu não queria que sofresse, não queria que crescesse como...", quase falei que não queria que crescesse como eu, mas me impedi. "Eu amo ele mais do que eu mesma, e tô disposta a sacrificar minha própria felicidade por ele".

"Então faz isso agora", Collins manda. "Dá pra ele uma vida que você jamais poderia ao me passar a guarda dele. Cuida dele até o parto, e depois deixa comigo, no lugar dele".

"Você não entende, se eu fizer isso eu nunca vou conseguir ficar longe dele", insisto. "Eu não sou forte assim. Se ele chegar a nascer, eu nunca vou conseguir me separar, preciso cuidar e proteger ele".

"Isso não é possível", Collins declara. "Você não tá apta pra ser a mãe de criança nenhuma, ainda mais da minha. Você não consegue cuidar nem de você, as suas dívidas deixam isso claro...".

"Eu já falei...", tento interrompê-lo, mas ele continua falando.

"E a sua desculpa sobre a Victoria supõe que ela entende o suficiente sobre a sociedade de lobisomens pra saber que não cruzamos com humanos. Ela só sabe que nós existimos e como inseminar nossas mulheres. Ela provavelmente assumiu que nós cruzamos com humanas às vezes e deu sorte!", acusou.

"Ela é uma médica que trabalha com as suas amostras o tempo todo, ela provavelmente sabe muito mais sobre química orgânica do que vocês", defendo-a, percebendo tarde demais que isso também poderia incriminá-la.

Ele ergue uma sobrancelha, claramente pensando o mesmo que eu. "Enfim, ela provou que não é de confiança assim que te falou sobre meu esperma, e você provou que não é de confiança ao ficar mudando de história. Você não pode amar o bebê o suficiente pra abortar mas não pra dar uma vida melhor pra ele. Eu claramente só não te ofereci um valor alto o suficiente ainda".

"Isso não é justo", oponho-me, balançando a cabeça negativamente. Acabei de descobrir que tudo que eu acreditava era uma mentira em um momento altamente emocional. Eu nem estava consciente o tempo todo. Como ele espera que eu pense claramente?

Ele não cede. "Tudo bem, Charlotte. Você não precisa inventar desculpas, eu vou te fazer uma oferta que você não pode recusar".

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