|DEKLAN|
Já não basta a dezena de problemas a qual tenho que tentar controlar como meu pai e sua grande teimosia, toda vez que temos que deixar o palácio para ir algum lugar sem sermos seguidos seja por repórteres, fãs ou paparazzis, eu ainda tenho que lidar com encheção de saco de Desirée, minha irmã e a gêmea mais velha de nós dois, durante todo o percurso até o hospital, com sua voz irritantemente chata reclamando de todas as coisas que poderiam ter dado errado, mas não deram.
O senhor Dominik Callaham lhe ofereceu motivos? É claro que sim, mas o que passou passou. Não há razão para continuar falando sobre a mesma coisa repetidamente com um disco arranhado e vir fofocar tudo para a mamãe, que já tem tantas preocupações em mente nesse momento, como se nosso pai fosse um mero moleque que aprontadas todas longe de sua vista. Aconteceu, passou e agora vida que segue adiante, pelo amor de Deus!
Como ele mesmo disse, Desirée é insuportavelmente chata. Dessa forma, eu só havia aceitado vir no mesmo veículo que ela por causa do nosso pai, pois se não fosse por isso, eu estaria bem longe dela, tanto na vinda, quanto ao permanecer na mesma sala ou qualquer outro ambiente em que esteja presente. Nossa relação não é das melhores há bastante tempo, mas não por culpa minha, obviamente, e sim dela, pois minha querida gêmea mais velha tem um grave problema que me enlouquece: ela é terrivelmente arrogante, autoritária e controladora.
Desirée acha que pode vigiar e manipular a minha vida como faz com a das pessoas a sua volta, contudo eu jamais irei permitir isso. Então decidi cortar os laços de relação que havia com ela, da última vez que passou dos limites e me tirou completamente do sério. Eu não pude admitir mais aquela sua obsessão sobre mim, que estava arruinando minha vida e meus relacionamentos pessoais. Ela que se trate com um profissional e me deixe em paz, se tem algum problema. Agora somos como dois estranhos, unidos apenas pelo mesmo sangue que corre em nossas veias.
Porém, nos últimos meses sinto que Desirée tem tentado se reaproximar de mim e reestabelecer alguma conexão entre nós, mas ainda continuo com um pé atrás sobre tudo o que a envolve. Veja bem, eu não odeio minha irmã, na verdade eu amo pois faz parte da minha família e realmente quero lhe dar mais uma chance, de verdade. Assim como ela, também desejo que voltemos a ser como erámos no passado, apenas dois irmãos que se davam super bem. Entretanto as últimas atitudes que teve para comigo ainda me deixam um tanto desconfiado de que ela as repita novamente, e tente controlar minha vida como já havia feito antes.
Todavia, como a vida sempre surge com novos caminhos que parecem um rio fluindo para um mesmo destino, a descoberta da doença do nosso pai, que havia pego a todos de surpresa há aproximadamente seis meses atrás, e abalado totalmente cada pessoa da nossa família, está servindo gradativamente, de modo bem cauteloso e sutil, para nos reaproximar outra vez. E agora estamos todos aqui como uma família, reunidos no melhor hospital de Bullut para encontrar uma solução que salve a vida da pessoa que mais amamos, o nosso pai.
-Bom dia, mãe. Como a senhora está?
Eu pergunto ao deixar um beijo em sua bochecha ao que ela esboça um pequeno sorriso de diversão com a confusão que nós três já chegamos fazendo, e responde com a mesma velha frase de sempre.
-Plena e linda, lidando com um problema do mundo de cada vez.
-Essa é a minha esposa!
Papai diz todo orgulhoso e em um tom apaixonado que me faz rir. Esses dois são uma figura de casal e uma grande inspiração para mim. Pois mesmo após tantos anos de casados ainda permanecem tão apaixonados como no início quando se conheceram, e isso sempre me fez desejar que quem sabe um dia, eu também tenha a mesma sorte de encontrar a minha alma gêmea.
-Dominik, Deklan, e Desirée, deixe-me apresentá-los a doutora Kayra Pextton, a médica e cirurgiã cardíaca que irá cuidar do caso, e que segundo a mesma, é a melhor que existe.
Minha mãe diz com certo humor no final da frase ao apontar para a mulher que está assentada ao seu lado, e logo papai e Desirée se aproximam para cumprimentar a mulher ao mesmo tempo, como se fossem duas crianças disputando a atenção de alguém e ver quem chegaria primeiro. Rolo os olhos achando graça de tudo, pois sei que de nada adianta me estressar por bobagens.
Se eles querem agir dessa maneira, que ajam, eles já são bem crescidinhos e eu não sou o pai deles, por mais que eu ache que ambos estão matando a mamãe de vergonha nesse instante com a cena infantil que protagonizam, contudo não nenhum de nós interfere ou diz nada para os dois adultos que não parecem ser agora.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Improvável
Amei...