|KAYRA |
Droga, droga, droga! Mas que porcaria!
Consigo perceber nitidamente quando o reconhecimento atinge seu rosto e o loiro arregala seu par de írises azuis como o céu, ao fitar o meu rosto com um misto de surpresa, satisfação e talvez alegria?
Mas que droga de azar!
Não sei porque, mas na minha cabeça iludida eu podia jurar que conseguiria esconder minha identidade até o final da reunião, ou que talvez ele não repararia em mim por ser um grande bundão e não dar o mínimo valor ou atenção para as pessoas que considera inferior a si. Mas não, não... o imbecil tinha que olhar praticamente dentro da minha cara e se lembrar de mim!
Caramba, Kayra Pextton, você é uma tremenda de uma azarada, garota! É o que digo para mim mesma como se brigasse comigo dentro da minha própria cabeça, mesmo que isso não faça tanto sentido nesse instante.
-Senhorita Pextton, nós já...
-É um prazer conhecê-lo, senhor Callaham.
Eu o corto imediatamente antes que o idiota diga algo que acabará completamente com minha vida, e exponha um acontecimento que eu nunca mais quero me recordar, diante de sua família. Não porque tenho vergonha de quem sou ou do que fiz, o que aconteceu aconteceu e ninguém tem nada a ver com as decisões que tomo, pois sou a única responsável por elas e dona do meu nariz .
Entretanto, se esse bundão resolver abrir a boca e contar como nos conhecemos isso acarretará em diversos questionamentos os quais não pretendo responder. E então quando a questão do tempo em que tudo se sucedeu vier à tona, será como somar dois mais dois, a rainha e qualquer outra pessoa nessa sala descobrirá o segredo que tenho ocultado de todos durante tantos meses: a identidade do pai dos meus limõezinhos.
Mas eles são somente meus filhos e de mais ninguém! Por essa razão não posso permitir que ele diga ou insinue nada a respeito do que ocorreu entre nós no passado. Se por um milagre eu conseguir sair viva dessa reunião, que neste momento parece-me mais uma inquisição em que estou prestes a ser decapitada se algo sair do controle, então eu tentarei arranjar uma saída para esse problema, e evitar qualquer tipo de contato com esse ser daqui por diante. Somente me comunicarei com a rainha e o rei, sempre longe da presença do loiro que neste instante ainda continua segurando minha mão na sua, como se quisesse levá-la embora consigo.
-É um prazer me conhecer, senhorita Pextton?
Ele pergunta ao arquear as sobrancelhas loiras no alto com a língua escorrendo ironia, e no mesmo segundo eu reajo puxando minha mão do seu alcance, mas, o bastardo não a solta por mais que eu tente, e a mantém firmemente presa no calor da sua.
Merda! Filho da mãe abusado!
-Sim, realmente é um grande prazer conhecê-la também, minha querida.
Deklan Callaham diz com um sorrisinho malicioso no canto dos lábios grossos e delic... opa, que dizer, idiotas! Eu quis dizer idiotas e que só falam besteiras. Eu me corrijo bem a tempo, antes que meus pensamentos me levem a lugares perigosos, indevidos e impróprios.
E por falar em lugares perigosos... bem que essa boca gostosa já passou por vários lugares perigosos e restritos em meu corpo proporcionando-me grande prazer e...
FOCO, KAYRA PEXTTON!
Deixe de pensar em safadezas com esse idiota que você deve odiar com todas as forças. Lembre-se de tudo o que ele lhe causou. Toda a dor e o sentimento de humilhação que vieram no dia seguinte devem estar bem fresquinhos em sua mente para que você não banque a idiota outra vez e cometa os mesmos erros novamente. Seja esperta, garota! Não vacile, não caia na tentação e se concentre naquilo que está aqui para fazer, que é cuidar da saúde do rei Dominik e nada mais do que isso.
-Bom, agora que toda a família do paciente está reunida, podemos iniciar a reunião, certo?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Improvável
Amei...