INTENSO DESEJO romance Capítulo 31

Duas semanas depois.

Admiro sua beleza em silêncio, seu corpo magro e esguio é grande para o pequeno sofá do quarto, mas ela insistiu em dormir aqui todas as noites desde que saí da cirurgia e não estava mais em risco. A bala atingiu próximo ao meu fígado esquerdo, tendo que ser retirada as pressas. Sorrio, apreciando suas caretas em meio ao sono, quero me levantar e ir até ela, beijar cada parte do seu belo rosto e alisar as pernas levemente torneadas. Sua beleza natural me deixam desnorteado, mas controlo meus impulsos ciente de que estamos em um hospital e a qualquer hora um médico ou enfermeiro podem entrar.

Ela remexe, liberando baixos resmungos e virando de costas pra mim. Droga. Ela não deveria ter vindo de vestido, o pano levantou na região de sua bunda e agora tenho uma visão privilegiada. Encaro a porta, talvez se eu for rápido.

Não. Se alguém entrar e nos pegar ela ficará constrangida, eu sou o maldito tio dela pra todos os efeitos.

Cacete, essa merda está começando a me dá nos nervos.

Descanso minha cabeça sobre a almofada macia e suspiro, frustrado com todo o tesão acumulado. A cada dia o corpo dela parece melhor e suculento, eu até mesmo vi alguns enfermeiros mais jovens dando uma segunda olhada em sua direção, aquilo quase me fez ter um infarto. Graças a Deus eu já estava no hospital.

Porém, minha garota ainda é uma menina e os últimos acontecimentos mexeram com a mente dela, eu percebi por mais que ela tente se fazer de forte. Ela descobriu sobre um pai que nunca ouviu falar, foi sequestrada pelo mesmo e ainda soube pela boca dele que a morte da sua tia tinha sido acometido por ele. Foi demais pra ela.

Quase morri naquele quarto, ouvi o barulho do disparo e senti minha pele ser rasgada, mas, ainda assim, continuei socando o infeliz até encontrar o gatilho da pistola e atirar, bem no meio do seu peito. Os médicos explicaram que eu estava agindo sem pensar, por conta de toda a adrenalina que estava sendo descarregada, mas eu estava ciente e fiz exatamente o que queria, eu o matei. A polícia chegando um tempo depois, duas horas mais cedo que o informado para Sandra, aparentemente eu tive sorte de uma ambulância vir junto, pois alguns minutos a mais e seria sangue perdido demais pra reverte.

Que se dane, faria tudo novamente.

— Você está acordado. — Guio meus olhos para o sofá e a vejo me fitando com um sorriso na boca gostosa.

Céus, ela sabe como fica linda assim.

— Estou. -— Respondo.

Ela se espreguiça, caminhando em minha direção em passos preguiçosos. De imediato, meus olhos se arrastam para o tornozelo, ela acabou torcendo quando foi sequestrada e teve dificuldades pra apoiar e andar normal durante uma semana.

— Aquela mulher veio aqui. — Fala, torcendo o nariz em desgosto.

Sandra.

— O que ela queria? — Pergunto, demonstrando um falso interesse para estimular sua aversão a minha pobre advogada.

Mel é extremamente encantadores quando está com ciúmes e isso me deixa duro.

-— Saber como você estava.

— Você deveria ter me acordado. — Digo, contendo um sorriso ao vê-la me lançar um olhar assassino.

— Não gosto dela. — Diz.

— Eu sei. — Falo, sorrindo.

— As enfermeiras acham que ela é sua namorada. Falaram que vocês formam um belo casal. — Suas palavras saem triste e isso faz uma tonelada cair sobre meu estômago.

Então, era isso.

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