INTENSO DESEJO romance Capítulo 33

 Em algum momento da sua vida você sentirá a felicidade escorrendo entre seus dedos e não saberá como agir, porque alguns segundos são o suficiente para mudar todo um cenário e te deixar impotente. Algumas vezes, você será o único  responsável por isso. Auto sabotagem.

Sinto meu corpo tensionar e estanco na porta do meu quarto assim que o vejo, aperto com mais força a toalha que me circula como se fosse uma espécie de armadura. Meus olhos ardem e começam a lacrimejar, as lágrimas se misturando com as gotas de água ainda presentes do meu banho.

Direciono meu olhar para a pequena lixeira no canto do quarto, buscando um vislumbre do papel amassado que estava lá mais cedo. O pânico me invade quando minha suspeita se confirma.

— Eu...

Paro, gaguejando no meio da frase, incerta do que devo falar.

Adentro o cômodo em silêncio, caminhando em sua direção de forma receosa. Ele parece inerte no conteúdo da carta, indiferente a minha presença. Engulo a seco assim que paro ao seu lado, ele levanta os olhos e me encara pela primeira vez.

Um nó aperta meu peito, minha garganta seca e tudo que consigo pensar é o quanto me odeio por ser a causadora da dor em seus olhos.

— Você vai me deixar. — Murmura, sua voz parecendo bem diferente do habitual, voltando a olhar para a carta antes de terminar a frase.

Vacilo, me sentindo a pior das pessoas. Ele não quer me encarar. 

Mais lágrimas passam a descer dos meus olhos.

— Não. — Me apresso a dizer. Negando com a cabeça em desespero. — Eu amo você.

Toco seu rosto, buscando lhe mostrar todo meu amor, tentando fazer com que ele me encare e veja que estou falando a verdade. Ele desvia, se levantando e tomando algum espaço pra longe de mim.

-—Tio, Enzo. Não sei como tornar isso mais fácil e lhe contar que quero partir, voltar para a escola e ficar até minha formatura, preciso de um tempo para pensar e ordenar as coisas em minha cabeça. Preciso ficar longe. Estou confusa no papel que ocupo em sua vida agora, sei que não sou mais só a sobrinha da sua falecida esposa, mas também não sou sua mulher, não fora deste apartamento ao menos...

Ele começa a ler, narrando minhas palavras como se fossem insultos. Meu peito aperta ainda mais, o espaço grande do quarto diminuindo e tornando o lugar sufocante. As lágrimas começam a jorrar sem parar.

— PARE! — Grito, ganhando um olhar sombrio e vazio.

Ele se aproxima, ficando dois passos de distância. Um sorriso sarcástico se alargando nos lábios bonitos enquanto mantém seus olhos presos nos meus.

Um arrepio sobe pela minha coluna e pela primeira vez eu sinto medo dele.

— Diga, Melissa. Você estava confusa quando meu pau estava enterrado na sua boceta hoje mais cedo na cozinha? Me fale, sua dúvida estava lá enquanto eu te comia forte debaixo do chuveiro minutos atrás? — Pergunta, arrastando as palavras como se fossem punhais.

Nego com a cabeça.

Meu rosto queimando em constrangimento, ele não entende. O conteúdo dessa carta não contradiz meu sentimento.

— Lorenzo, eu...

— Quieta. — Ele fala, soando mais como um rugido tamanha sua raiva. Em um movimento rápido ele arranca a toalha do meu corpo e me joga na cama, subindo em cima de mim. — Será que preciso te foder com mais força pra você entender a porra do papel que ocupa em minha vida?

Meu corpo corresponde as suas palavras e presença. Suas íris cor de caramelo parecemos mais intensas e selvagens agora, a raiva está nítida em cada expressão do seu rosto. Estou nua e com as pernas levemente abertas embaixo dele, sentindo sua grossura encostando na minha barriga.