Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 25

CAPÍTULO 25

Eu não sou perfeito, tenho os meus fantasmas

Narrado por Kevin

Quando pensares em desistir, lembra-te do que te fez começar

Gustavo está com cara de anta a olhar para mim.

— Porque estás a olhar para mim com esse ar de louco? — pergunto, já antevendo o que ele vai falar.

— Eu é que sou louco? Kevin, o único louco aqui presente és tu. — ele fala exasperado — No mesmo dia, perdeste a Alyson e ganhaste um menino, que tu nem sabes quem é. Sabes lá se esse menino, não foi mandado pelo pai da Alyson? Apenas para te distrair e tu não procurares ela?

— E o que uma coisa tem a ver com outra? Eu vou procurar a Alyson, independentemente do Liam. Eu vou apenas tentar ajudar quem precisa, e o menino neste momento precisa, um menino de apenas 8 anos na rua, de noite, sem ninguém para cuidar dele, apenas dependente de uma vizinha que nem sempre pode estar presente, com a mãe no hospital. Gustavo, nós não sabemos o que isso é, sempre tivemos o que queríamos.

— Então e o que tu estás a pensar fazer? — ele pergunta um pouco mais calmo.

— Hoje à tarde vou com o menino visitar a sua mãe, vou tentar perceber o que ela precisa, para tentar ajudar da melhor maneira. Apenas isso, não vou fazer nada de mais e nada, que eu tenho a certeza que tu também o farias.

Ele faz uma careta rendido.

— Tens razão, mas eu só quero ter a certeza que nada disso é um golpe, mas enfim, fazes bem em ajudar. Agora diz-me, qual o teu plano para encontrar a Alyson!

Eu me entristeço.

— Ainda não sei, tenho que tentar perceber quem a comprou.

— E como pensas saber isso! Pelo que eu sei, eles não fornecem nenhum tipo de informações, pior, depois dos leilões eles parecem desaparecer do mapa. Eu acho, que a tua melhor hipótese é esperares pelo próximo leilão dela, aí eu posso te tentar ajudar, porque como tu sabes, o meu pai recebe sempre os convites desses eventos, mas só uma semana antes do leilão, mas acabas por ter uma coisa a teu favor, sabes o dia exato do leilão dela.

— Mas eu não posso esperar um ano Gustavo, ela não pode esperar um ano. Tu já imaginaste o que ela já deve ter passado, nestas malditas 24 horas? Como ela vai aguentar um ano inteiro a ser abusada vezes sem conta, sei lá por quantas pessoas.

Falo desesperado, eu estou realmente muito desesperado.

Não consigo sequer imaginar a minha Alyson, a passar por esse tipo de situação.

Ela é a minha vida, que fugiu por entre os meus dedos, sem eu conseguir fazer nada para a ajudar.

Me sinto um lixo, um imprestável, que não a consegui salvar de uma situação de rutura, ela não vai aguentar ser maltratada dessa maneira, nem bagagem ela levou e por culpa de quem? Culpa minha, tudo culpa minha, que não a consegui salvar do seu triste destino.

— Sinto muito Kevin, mas antes disso não vou conseguir ajudar-te. — ele diz triste.

Coloco a cabeça entre as minhas mãos.

— Eu sei, mas eu estou desesperado. — falo triste.

Depois de um breve silêncio, ele diz.

— Temos agora uma reunião. — ele me lembra.

— Importas-te de ir sozinho? Não estou com cabeça e além do mais tenho que ir buscar o Liam. — peço, me sentindo muito em baixo.

— Claro, vai lá e depois me conta como foi.

— Combinado então. — digo por fim.

Ele sai da sala, me deixando ali sozinho, no meio dos meus fantasmas.

Decisão Tomada

Narrado por Kevin

Começa, não esperes pela coragem ela te encontra pelo caminho

Tal como combinado, cheguei à porta do prédio do Liam às 16h30m da tarde.

Ele já lá estava, com uma senhora já de uma certa idade.

Saí do meu carro e os fui cumprimentar.

— Muito boa tarde senhora, olá Liam. — os cumprimento.

Ele me olha com os seus olhos verdes a brilhar de alegria.

— Olá. — ele diz a sorrir.

— Boa tarde senhor, eu sou a vizinha do Liam, a Theia. — ela se apresenta.

— Muito prazer, eu sou o Kevin. A senhora é quem está a ajudar o Liam e a sua mãe certo? — pergunto.

— Sim, eu mesma. O Liam me contou como o conheceu, a vida não tem sido fácil para a mãe do menino. — ela fala um pouco triste.

— Eu percebo, por isso vou tentar ajudar no que for preciso. — digo sincero.

— Muito bem. — ela se vira para o Liam — Vai lá então Liam e porta-te bem.

— Pode deixar, Senhora Theia. — ele diz todo contente.

Ela afaga o seu cabelo.

— Eu sei, tu és um bom menino.

Dá um beijo na sua testa.

— Tome conta dele, por favor, ele não é difícil de aturar, é um menino bem calmo e tranquilo.

— Já percebi que sim. — sorrio — Vamos então, rapaz?

Ele se despede da senhora Theia e eu o ajudo a entrar no carro, comprei um assento adequado à sua idade, para ele ir no meu carro em segurança, ajudo ele a colocar o cinto de segurança, entro no carro, coloco eu também o cinto de segurança e dou início à marcha.

Pelo espelho retrovisor, olho para ele.

Ele vai todo feliz da vida, a mirar tudo lá fora, leva um sorriso no rosto.

Trás também a mesma roupa surrada de ontem e isso me entristece muito.

Vou pedir permissão à sua mãe, para comprar roupa nova para o menino.

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