Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 29

CAPÍTULO 29

Lady

Narrado por Alyson

É o inesperado, que muda as nossas vidas.

Entro nas cavalariças, e vejo lá o Pierce a afagar a crina de um cavalo robusto, com o seu pêlo muito bem cuidado.

O seu pêlo preto é brilhante e tem uma mancha branca, na pata esquerda da frente.

— Que lindo! — exclamo ao chegar perto dele.

Pierce olha para mim e sorri.

— Alyson, este é o Feroz. — ele me diz todo orgulhoso.

— Posso fazer uma festa?

— Claro, ele tem o nome de Feroz, mas é manso.

Chego mais perto e afago o seu lombo.

Do outro lado das cavalariça, ouço um barulho de outro cavalo, parece zangado, olho na sua direção.

É um cavalo todo branco, com algumas manchas Marrom claro e os seus olhos castanhos e grandes não se afastam de nós, mas por alguma razão ele está a bufar e aos coices, ele parece muito desagradado da vida dele.

— O que aquele cavalo tem? — pergunto ao Pierce.

— É uma égua, aquela é a Lady, a égua preferida da Mariane. — ele diz triste.

Eu não consigo tirar os meus olhos da égua.

— Mas o Pierce não disse que ela era meiguinha? — pergunto, enquanto observo aquela bela espécie, é deveras linda.

— E era. A Lady era a mais meiga de todos os cavalos, ela amava tanto a Mariane como a Mariane a amava. Mas desde que aconteceu a tragédia, a Lady mudou completamente.

— Sério?

— Sim. No dia que aconteceu a tragédia a Lady cheirou a Mariane enquanto ela estava nos meus braços, liguei de imediato para que os médicos chegassem rápido a nós. A Lady não saiu de perto de nós. Quando os médicos chegaram e disseram que não havia nada a fazer pela Mariane, recordo-me bem, mesmo no meio do meu desespero, do olhar da Lady para mim, um olhar tão triste que me atrevo até a dizer que ela estava a chorar. Ela deu em correr desesperada sem rumo. Esteve desaparecida uma semana. Apareceu aqui toda suja, magra, quase sem força nas suas patas. Foi direto ao banco onde a Mariane se sentava e passava horas a conversar com ela, e ali se deixou cair. Chamei o veterinário que ainda cá havia na terra, e ele disse que ela estava exausta. Depois de a Lady melhorar, não deixava ninguém chegar perto dela, para a lavarmos temos que lhe dar sempre um sedativo, porque ela tenta morder todo o mundo e não quer que ninguém chegue sequer perto dela.

— Então ela não sai sequer daqui? Do estábulo?

— Já tentámos que ela fosse lá para fora, mas ela não sai dali do seu canto. Ali fica dia e noite, sempre zangada, sempre a guinchar.

Eu começo a andar na direção da Lady, pareço até estar hipnotizada pelo olhar dela. Vejo uma imensa meiguice nos seus olhos.

— Não Alyson, ela vai te magoar. — ele me avisa.

Mas eu não o ouço e vou mesmo assim.

A minha mão levanta na sua direção e ela não pára de bufar, zangada e aos coices.

— Calma Lady, eu não te vou fazer mal. — falo calmamente para ela.

Ela pára de dar coices, mas continua a bufar nervosa.

— Alyson, por favor, afasta-te. — ele volta a avisar.

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