Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 31

CAPÍTULO 31

O Parto do Bezerro

Narrado por Alyson

A fé não é a estrada, mas pode ser a força que nos faz caminhar.

Está uma tempestade lá fora, e eu acabo de tomar o meu banho e estou pronta para me deitar.

Ouço uma confusão do lado de fora da casa e vou espreitar.

Vejo a Bri a sair da sua casa em passo apressado.

— Bri, — a chamo ao abrir a janela — o que se passa?

— Uma das vacas está a parir. — ela diz abrindo o chapéu de chuva — Mas parece que não está a correr nada bem, vou ver se consigo ajudar de alguma maneira.

— Espera, vou contigo — digo já fechando a janela.

Pego num casaco comprido e saio também eu de casa, com um chapéu de chuva na mão.

— Vamos então. — digo ao sair de casa.

Fazemos o caminho até ao estábulo praticamente a correr.

Ao chegar ao estábulo, está a pobre vaca a sangrar e num grande sofrimento.

— Meu Deus, — falo em pânico — já chamaram o veterinário?

— Não temos agora aqui na cidade nenhum veterinário, nós levamos os animais a Diemtigen, mas são quase 30 quilómetros daqui lá, e com esta tempestade não o conseguimos fazer a tempo.

— Mas como uma cidade destas não tem um veterinário? — pergunto escandalizada.

— O veterinário que aqui trabalhava se reformou e então ficou só o da Vila Diemtigen a auxiliar as duas vilas. Mas são muitas quintas, é complicado ele dar conta de todas.

A vaca está num sofrimento atroz, e está a deitar sangue demais.

— Vamos então tentar nós ajudar o pobre animal. — digo já me a baixando, para tentar ajudar a vaca.

Com o auxílio da Bri, do Pierce e de mais algumas pessoas, consigo fazer o parto do coitado do bezerro que também ele já estava em sofrimento.

Mas é com grande tristeza, que não conseguimos salvar a pobrezinha da vaca.

Ela acaba por morrer, tinha uma grande hemorragia, era impossível salvá-la, mas conseguimos salvar o bezerro.

Bri vai de imediato buscar leite para o bezerro, e ele mama de um biberão.

—Tu deves ser a Alyson.

Alguém fala atrás de mim e eu me viro para o dono da voz sensual.

Me deparo com um homem bonito, bonito demais, puxa a vida.

Mas quem é este bonitão?

No meio de toda esta trapalhada nem o vi aqui, não sei se chegou depois, ou se já cá estava, nem sei quem é, nunca o vi aqui!

Eu estou toda despenteada, molhada da chuva, e coberta de sangue.

Deus pai todo poderoso, um homem destes e eu nestes preparos.

Mas não faz mal, fiz o parto de um bezerro e o salvei, isso é o que importa agora.

— Desculpe, mas quem é o senhor? — pergunto, surpresa com a sua beleza e curiosa, para saber quem é o bofe gostoso.

—Eu sou o Brian, Brian Keller. — ele me olha com um olhar tão penetrante, que eu me sinto como se ele me estivesse a ler a mente — Ao teu dispor.

Brian Keller, o filho do Pierce.

Sim, Decidi que Quero Ser…

Narrado por Alyson

Um desejo não muda nada, mas uma decisão muda tudo.

Depois de uma noite tão agitada, acordo e vou direto à casa principal.

Ao entrar, percebo que a Bri já lá está a fazer o pequeno almoço.

— Bom dia Bri. — a cumprimento ao entrar.

— Bom dia minha pequena, como passaste a noite? — ela pergunta, visivelmente cansada.

— Agitada, não me conformo com a perda da pobre vaca, coitada, tanto sofrimento.

— Tens razão, mas pensa pelo lado positivo, salvaste o bezerro, isso já é qualquer coisa, não achas?

— Tens razão, tens toda a razão.

Pierce entra na cozinha nesse momento.

— Bom dia meninas. — ele fala se sentado no banco.

Eu me sento na sua frente.

— Pierce, lembrasse de me dizer para eu escolher qual o curso que eu quero tirar? — pergunto a ele.

— Claro que sim, já pensaste foi? — pergunta, enquanto enche a sua caneca de café.

— Sim, decidi que quero ser veterinária, para ajudar os animais daqui da vila Zweisimmen.

Tanto ele como a Bri, me olham com admiração.

Mas eu continuo.

— Pelo menos, quero começar os estudos, porque depois sei que no dia do meu 20°aniversário tenho que ir embora daqui, e nem sei para onde vou depois. — falo bem triste.

Eles não dizem nada em relação a esse assunto.

E um silêncio desconfortável se instala entre nós os três, que é de imediato interrompido pelo Pierce.

— Bem, então vamos lá a ver onde vais tu tirar esse curso.

Pierce acabou com o desconforto do momento, mas é um assunto que vai voltar a ser motivo de conversa.

Pierce foi comigo a Diemtigen, para eu me inscrever então num curso com especialidade e formação.

Vou estudar para ser veterinária.

Depois de tudo tratado, voltamos para casa e eu estou super feliz da vida.

Pierce me paga um ordenado, o que faz com que eu junte dinheiro, já que eu não o gasto em nada mesmo.

Ele disse que me pagava os estudos e todo o material necessário.

Eu reclamei, pois se ele me paga um ordenado, não tinha que custear todo o meu estudo, mas ele disse que faz questão e fim de conversa.

Disse para eu juntar o máximo de dinheiro que conseguir, porque nunca se sabe se não vou precisar dele no futuro e assim, tenho a minha independência financeira garantida.

Levou-me também para me inscrever, para tirar a carta de condução

Pierce é realmente uma alma muito boa e o considero como um pai para mim.

Ao chegarmos na casa principal, vou direto para a cozinha para ajudar a Bri com o jantar, adoro estar com ela.

— Então pequena, como correu lá no curso? — ela pergunta ansiosa.

— Correu muito bem Bri. — eu digo toda entusiasmada — Começo daqui a uma semana no curso de veterinária, e o Pierce também me levou a inscrever nas aulas de condução, começo já na próxima segunda feira.

Ela me oferece um sorriso sincero.

— Fico tão feliz pequena. — ela me abraça.

Naquele momento, ouço a voz sensual de novo atrás de mim.

— Assim fico com ciúmes, Bri.

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