Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 40

CAPÍTULO 40

Eu Sou a Melhor

Narrado por Sabrina

Sou especial e ninguém me pára.

— Por favor Michel, por que isso agora?

A minha equipe foi convidada para desfilar em Milão e antes do desfile o Michel vem com uma conversa para lá de estranha.

— Porque eu quero estar contigo Sabrina, e não quero estar sempre a imaginar que estás com o corno do teu namorado. — ele diz chateado.

Suspiro aborrecida.

— Falamos depois do desfile Michel. — falo, dando por encerrada a conversa, pelo menos por agora.

Lhe dou as costas e vou para o camarim me preparar.

Caralho, era só o que me faltava agora, ele querer disponibilidade total para ele.

Penso no Brian.

As coisas entre nós dois, estão péssimas.

Ele mal me liga, e eu faço o mesmo.

E mesmo quando arranjamos um espaço para estar juntos, nada é como antes, parece tudo mecânico e sem gosto a nada.

A culpa, tenho a certeza que é daquela putinha sem sal da Alyson.

Afff, que menina irritante, que chegou lá na fazenda pelas mãos do tarado do velho e agora deve andar a comer o velho e todo o resto dos homens de lá.

Mas eu não vou deixar ela andar a comer o meu Brian, sim, porque tenho a certeza que ele anda a comer aquela melosa.

Claro que eu sei que se ele andar a foder com ela, é só mesmo para isso, para a foder e deitar fora no fim.

Sou chamada para o desfile, como sempre, sou eu que abro a passerelle.

Claro, eu sou a melhor, a mais linda e a mais perfeita, óbvio, que só eu posso ter o direito de ter este poder. Abrir sempre as passarelas com a minha beleza estonteante.

A Ameaça

Narrado por Sabrina

Assim como o diabo tem medo da cruz, o ser humano tem medo da verdade.

Depois do desfile, que foi um sucesso, Michel está cá fora à minha espera.

O bofe é um gostoso, mas começo a ficar cansada de ele não largar o meu pé.

Ao longo destes meses, ele está parecendo um carrapato.

— Pensei que já tinhas ido embora. — falo aborrecida, porque já sei que ele vai vir com a mesma lengalenga dos últimos dias.

— Disseste que falávamos depois do desfile, ora aqui estou eu para falarmos.

— Ai Michel, mas falar do quê?

— Já te disse, eu quero que tu sejas minha, que tenhamos uma relação nós os dois.

— Mas temos uma relação, nós os dois.

— Não, não temos, porque somos considerados amantes, tu só sais com o teu namorado, ele sim, é que é o oficial, eu sou apenas o que te fode quando tu queres, e eu quero ser eu o oficial.

Ele fala aquilo todo cheio de si.

Mas que otário, meu Deus.

— Tu deves estar a alucinar, só pode. Michel, eu nunca te prometi nada, eu sempre quis estar contigo, mas assim como nós estamos, nunca para termos uma exclusividade entre nós os dois. Nem pensar. Eu tenho namorado e vou continuar com ele, eu e o Brian vamos casar, isso é mais que certo. — falo o óbvio.

Ele encurta o seu olhar para mim.

— Então vai ser assim? Tu continuas o teu namoro, casas com ele e eu vou continuar a ser apenas o teu amante? É isso?

Eu olho para ele e de repente já não o acho tão gostoso, ele está a comportar-se como um psicopata, em que eu sou sua propriedade. Deus me livre, vou ter que despachar este maluco.

— Queres saber Michel? Não, não vais ser meu amante.

Vejo uma réstia de esperança no seu olhar.

— Sério? Então quer dizer que ficas comigo e o vais deixar?

Olho pasma para ele.

— O quê?? Não, claro que não. O que te quero dizer é que eu não quero mais nada contigo, o que nós tínhamos fica por aqui Michel. Acabou.

Vejo o seu olhar escurecer e vejo raiva no seu olhar.

Ele fecha os punhos e em dois passos fica perto de mim, tão perto que sinto a sua respiração pesada.

Estou bastante assustada com a reação dele, mas não o vou demonstrar.

— Tu estás a acabar comigo? — ele pergunta pausadamente.

Ergo a minha cabeça altiva, olhando bem dentro dos seus olhos.

— É isso mesmo Michel, nós não vamos ter mais nada um com o outro.

— Tens a certeza? Pensa bem na tua resposta.

Encurto o meu olhar.

— Estás a ameaçar-me? — pergunto assustada, mas não o demonstrando.

— Só quero saber, se tens mesmo a certeza do que vais dizer. — ele fala ameaçadoramente.

— Sim, tenho a certeza absoluta, não quero e não vou ter mais nada contigo. Acaba aqui e não vou voltar atrás, faças o que tu fizeres.

Mal acabo de dizer isso, arrependo-me de o ter dito, porque o estou a provocar descaradamente e ele riposta.

Ele com uma mão, segura no meu pescoço o apertando.

Eu bato com as costas na parede atrás de mim com força e involuntariamente, agarro a sua mão com as minhas mãos, na tentativa de ele me largar, mas ele aperta mais.

— Vou voltar a perguntar. — ele cola a sua testa na minha com força e vejo ódio no seu olhar — Estás mesmo a acabar comigo? E não vais voltar atrás? — ele volta a perguntar.

Como posso eu voltar atrás, vendo que ele é um louco, psicopata?

Eu a muito custo digo.

— Sim, não vou voltar atrás. — respondo com muita dificuldade.

Ele aperta mais o meu pescoço.

— Vais arrepender-te amargamente, sua puta vadia.

Ele me larga para trás como se eu fosse um lixo e eu caio no chão de joelhos, a tossir descontroladamente, agarrada ao meu pescoço.

— Puta de merda, vou me vingar de ti, e vou foder com a tua vida, podes ter a certeza.

Ele cospe em cima de mim e não contente, empurra-me para trás fazendo eu cair e bater com a cabeça no passeio.

Sinto-me tonta e acabo por desmaiar.

UMA SEMANA DEPOIS

Taylor, o Pai

Narrado por Brian

Caminhos difíceis, te levam a destinos incríveis.

A porta da minha sala é aberta com brusquidão e vejo entrar o Taylor, o pai da Sabrina e a Lara, a minha secretária logo atrás dele.

— Senhor Taylor, não pode entrar assim na sala do Senhor Brian — Lara diz toda abespinhada com ele.

Eu levanto-me de imediato da minha cadeira assustado com esta brutalidade.

— Mas o que se passa afinal?

— O que se passa? Isso quero eu saber, Brian.

— Não entendo Taylor! — pergunto confuso.

Ele faz uma pergunta com a minha própria pergunta?Não estou a entender é nada mesmo.

— NÃO ENTENDES, PORQUE NÃO SEI QUE MERDA DE RELACIONAMENTO TU E A MINHA FILHA TÊM! — ele grita descontrolado.

Eu cada vez estou mais confuso com as palavras dele.

Começo a ouvir um burburinho lá fora, claramente os funcionários estão curiosos com os gritos doidos que o Taylor dá na minha sala, e devem estar a perguntar o que raio se passa na sala do CEO da empresa.

Valha-me Deus, aturo cada merda.

— Taylor, por favor acalme-se eu…

— E COMO TU QUERES QUE EU ME ACALME? — ele fala me interrompendo.

— Lara, por favor saia e feche a PORTA. — peço educadamente.

Ela assente com a cabeça e sai a contragosto, fechando a porta atrás de si.

— Taylor, eu não vou admitir que venha aqui para a minha sala e comece a gritar comigo coisas que eu não estou a entender. Isto aqui é trabalho, não lazer, por isso, faça o favor de falar de uma vez, coisas que eu entenda, porque até agora eu não entendi nada.

Ele me olha com raiva.

— Então, eu vou fazer uma pergunta bem básica Brian. Há quanto tempo, tu não falas com a minha filha, que por sinal é a tua namorada.

— À volta de uma semana, mais coisa menos coisa. — digo, um pouco perturbado com aquela pergunta — As coisas entre mim e a Sabrina, não têm andado muito bem Taylor, essa é a verdade.

— Não tem andado muito bem? — ele levanta os braços exasperado — Ninguém diria não é Brian? — ele diz irônico — Não falam há mais de uma semana, é claro que as coisas entre vocês estão péssimas, atrevo-me a dizer.

— Sim, é verdade Taylor. — acabo por dizer.

— Bem, então se te interessa saber, na noite do desfile em Milão, a Sabrina foi atacada e assaltada, e teve no hospital, mas como não tinha documentos, ninguém sabia quem ela era. Mas os seus colegas acharam estranho a sua ausência e procuraram por ela e a acharam no hospital.

— Mas ela está bem? — pergunto preocupado.

— Ela chega hoje aqui à Suíça, se tiveres algum tipo de interesse, pelo menos de saberes se ela está bem, ela vai para a minha casa quando chegar. — ele informa.

Vira as costas e sai batendo com a porta, me deixando ali com cara de paisagem.

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