Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 63

CAPÍTULO 63

Amar os Dois Com a Mesma Intensidade

Narrado por April

Sem pressa, deixa acontecer.

Tenho o Liam aqui na minha frente.

Ele me convidou para jantar com ele e agora aqui estamos nós, frente a frente aqui no restaurante.

— April, posso te fazer uma pergunta?

— Claro que sim.

— Os teus pais estão juntos?

Olho para ele, sem entender muito bem a sua pergunta.

— E qual a razão dessa pergunta? — pergunto desconfiada.

— Sabes bem qual a razão da minha pergunta, o meu pai gostaria de saber, só isso. — ele diz tranquilo.

— Olha Liam, eu sei que uma história tem sempre duas versões e por isso acredito, que a história que a minha mãe conta, com toda a certeza não é a mesma história que o teu pai conta.

— Concordo com isso.

— Mas se queres saber, sim, os meus pais estão juntos, casaram há 20 anos e continuam juntos até hoje.

— Ok, assim pode ser que o meu pai tire a ideia da cabeça da tua mãe. Ele pensava que ela estava morta, foi o que o pai dela fez todos acreditarem, que a tua mãe tinha sido vendida a um árabe e que desapareceu, nunca mais ninguém a viu — ele diz aquilo e eu rio, aquele louco do pai da minha mãe, que afinal não era pai, era um autêntico lunático.

— Não, não foi nada assim, mas eu esse ponto da história não vou falar, não tenho autorização para isso, afinal a história é deles não minha, por isso se algum dia o teu pai souber, será pela boca da minha mãe. — digo firme.

— Claro, faz sentido.

Ficamos calados por momentos, até que ele volta a falar.

— E nós? Em que ponto estamos? — ele pergunta curioso.

Encurto o meu olhar para ele intrigada.

— Como assim? Em que ponto estamos? Tu ficaste de pensar no que eu te disse. — falo nervosa.

— E tu ficaste de falar com a outra parte interessada, como ele se chama mesmo?

— Gael. E sim, eu já falei com ele.

— E então? O que ele disse sobre o assunto? — percebo a sua curiosidade.

— Que precisava de pensar. — sorrio divertida — Vocês homens pensam muito.

Ele ri.

— Ok. — ele faz uma breve pausa — Eu vou ser sincero contigo, April, eu nunca sequer me imaginei numa situação dessas, e quando falaste sobre o assunto, confesso que me apanhaste desprevenido e eu fiquei bem surpreso.

— Eu sei, deu para perceber. — sorrio discretamente.

— Pois é, mas pensei bem sobre o assunto, falei com o meu pai sobre, e também fiz umas pesquisas, para tentar saber mais e me admirei por descobrir que esse tipo de relação é mais comum do que eu imaginava sequer. Cada vez existem mais casais a ultrapassar as barreiras do dito convencional.

— Eu também nunca sequer pensei em estar numa situação dessas Liam, como tu sabes e viste, eu era virgem quando me deitei contigo, mas, eu conheci-te e logo a seguir conheci o Gael, com o tempo percebi que eu era capaz de amar os dois com a mesma intensidade, e na minha mente se começou a formar a ideia de sermos um trisal, sería benéfico para todos, se todos o aceitarem e se sentirem bem com isso, é claro.

— Bem, sabes que tu é que vais tirar mais prazer de tudo isto. — ele diz aquilo com malícia no seu olhar.

— Sério? E como isso vai ser? — pergunto, já com o corpo bem encalorado.

Ele se chega para a frente e coloca a sua mão em cima da minha.

Sinto um choque de prazer me percorrer.

— Então, — ele abaixa a voz — já imaginaste tu no meio de nós os dois? Um a foder-te pela frente e o outro a foder-te por trás?

Sinto a minha calcinha a ficar molhada só de o ouvir falar isso.

Caramba, é o que eu mais quero.

— Isso quer dizer que aceitas? — pergunto expectante.

Ele me dá um lindo sorriso e vejo os seus olhos verdes brilharem.

— Aceito. Tenho saudades tuas April, tenho saudades de estar contigo. Não consigo imaginar a minha vida sem ti. Se para te ter, tem que ser com essa condição, eu aceito de boa vontade.

Eu sorrio, um sorriso largo e feliz.

— Eu amo-te, Liam.

— Eu também te amo princesa, muito mesmo.

Nos beijamos apaixonadamente.

Logo a seguir vamos para a minha casa.

Liam passa a noite comigo e como sempre é lindo, especial, extraordinário.

Este Fim de Semana Não

Narrado por Brian

Não é quem te dá a mão, é quem não a solta.

Eu e a Alyson sempre tivemos uma excelente relação, o nosso casamento sempre foi movido por conversas, muito amor e muita compreensão.

Pouco ou nada nos chateamos, ao longo destes 20 anos de casamento.

Ela foi a melhor escolha da minha vida e não me arrependo de ter me casado com ela, mesmo que tenha sido como foi, um Contrato de Casamento, para a salvar do triste futuro que ela teria.

Se voltasse atrás no tempo, faria tudo igual.

Amo ela de paixão e sei que à maneira dela, ela também me ama, mas também sei que ela nunca esqueceu o tal do Kevin.

Não a censuro nem a culpo, não mandamos no nosso coração nem na nossa mente.

A nossa relação foi construída na base do amor, do respeito mas também muito na base da amizade, acho isso muito importante.

Ela é a minha melhor amiga e eu sou o seu melhor amigo, não temos porque esconder nada um do outro, mas, eu neste momento estou a esconder uma coisa dela.

Bem, não é bem esconder, mas sim ocultar.

A nossa relação esfriou com o nosso afastamento diário, no início que vim para Zurique não, mas depois sim, começou a esfriar. Eu tenho muito trabalho, todo o mundo quer decorar ou redecorar alguma parte da sua casa. Empresas quando abrem, são os meus serviços que são solicitados, e quando falo em empresas, falo também em bares, boates, cafés, restaurantes, casas particulares, enfim, muito trabalho pelo mundo fora. Passo muito tempo a viajar e isso, claro que ia acabar por afetar o meu casamento. No início dizemos sempre que não vai afetar nada e que damos a volta a isso, mas depois, inevitavelmente acaba por acontecer, afeta, afeta e muito.

Tenho que falar com ela sobre o assunto que anda a corroer a minha mente.

Mas não este fim de semana, não estamos juntos a algum tempo, não quero estragar o nosso fim de semana, pelo menos não este.

Trisal?

Narrado por Gael

Às vezes o coração precisa de mais tempo para aceitar o que a mente já sabe.

Não tenho pais com quem eu possa contar ou desabafar.

O meu pai sempre foi um homem um pouco rude, mas sempre me deu amor, brincou sempre comigo, foi perfeito, até ele perceber que eu não ia seguir os seus passos.

A empresa que ele tanto ama, protege e idolatra, nunca foi a minha praia e quando ele percebeu isso pela escolha do meu curso, ele ficou puto da vida.

Me chamou de ingrato, mimado e que a culpa de tudo isto era da minha mãe, que sempre me tratou como um bebé.

Tenho uma relação melhor com a minha mãe, e amo ela muito, mas isso não quer dizer que não ame o meu pai, claro que amo.

Mas ele começou a mudar mais ainda, e depois de falar com a April sobre o assunto e ela me ter dito o que podia ser, ele finalmente, depois de eu falar com a minha mãe e ela o convencer a ir ao médico, eles lá foram, fizeram muitos exames nele e infelizmente o diagnóstico é mesmo o que a April disse que seria, Alzheimer e já está num estado avançado.

Respiro fundo, desanimado da minha vida.

Penso na April, tenho tantas saudades dela que chega a doer no meu peito.

Preciso de estar com ela, preciso urgentemente dela, de a ver, de ouvir a sua voz, de a ter nos meus braços.

Ligo então para a April e combinamos estar hoje juntos.

Já à noite bato na sua porta e mal ela a abre eu atiro-me nos seus braços e choro agarrado a ela.

Os homens têm muitos problemas em chorar, acham que isso é coisa de mulher, mas eu acho isso muito estúpido, não me sinto menos homem por chorar quando tenho vontade de chorar.

Tenho vontade, choro e pronto.

E é o que eu faço agora, aqui, nos braços da April, sem vergonhas e sem medos.

Choro de tristeza, choro desanimado com tudo o que se está a passar à minha volta.

April nada diz, apenas me deixa aqui quieto nos seus braços, pacientemente à espera que eu diga alguma coisa, porque desde que entrei, ainda não disse nada.

Então ela espera e eu choro.

Passado algum tempo, deixo o conforto dos seus braços e olho nos seus lindos olhos cinza esverdeados.

E a beijo apaixonadamente.

Ela retribui o beijo e quando damos conta, já as nossas mãos exploram o corpo um do outro.

Estar com ela é como se fosse magia, é bom, perfeito.

Estar com a April é o certo a se fazer, mesmo com todas as exigências dela, exigências essas que eu estou pronto a aceitar.

Depois de fazermos amor, ali mesmo no sofá e ela estar aninhada no meu peito, início a conversa que temos que ter.

Ela me conta que o outro homem, o Liam, aceitou a proposta dela e ainda nem o conheço, nem ele a mim. Eu aceito também a sua proposta, já não consigo estar sem a April.

O próximo passo é conversarmos os três juntos e colocarmos regras nesta relação.

Entro assim, numa relação trisal, eu a April e o Liam.

Só peço que seja uma boa relação.

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