- Sabrina? Filha, olhe para mim... Por favor. – Ouvi a voz dele, desesperado.
Tentei fixar os olhos em meu pai, mas tudo girava muito rápido.
- Min-ji... Corra aqui. – Ele gritou.
Quando percebi, estava nos braços de J.R, que subia a escadaria em direção ao meu quarto.
- Senhor... Vou providenciar um chá. – Disse Min-ji.
- Querida, olhe para a mamãe... Vai ficar tudo bem. – Minha mãe estava chorosa.
Assim que senti o meu colchão, parece que tudo ficou melhor. Ouvia as vozes, mas não conseguia responder. Enquanto o teto ficasse se mexendo, eu era incapaz de dizer qualquer coisa, pois o enjoo era forte demais.
Min-Ji ergueu-me com cuidado e minha mãe me ajudou a beber um pouco de água.
- Eu trouxe um chá... Chá sempre ajuda. – Min disse.
- Obrigada... Mas agora não... – Fiz careta, deitando novamente a cabeça no travesseiro.
- O que você fez? – Minha mãe perguntou ao meu pai, furiosa.
- Eu... Só estava conversando com ela. – Ele explicou.
- Sei muito bem como é a sua conversa. Fora daqui. – Ela disse altivamente.
Achei que ele pudesse ser resistente e não ir, mas me enganei. Ele se foi. E assim que J.R passou pela porta, me senti melhor.
- Como se sente, filha? – Perguntou minha mãe, sentando sobre o colchão, enquanto fazia carinho nos meus cabelos.
- Bem... Foi só um mal-estar.
- Ela está pálida, senhora. – Observou Min.
- Estou bem... Só... Talvez tenha ficado nervosa.
- O que sentiu?
- Tontura... Cansaço nas pernas. – Tentei identificar as tantas coisas que senti.
- Você... Chorou? – Calissa tocou meu rosto, observando os olhos.
- Não. – Menti.
- Sua cara está péssima. Marque para amanhã às nove horas massagem e limpeza de pele para ela, Min. Urgente!
- Sim, senhora. Quer... Que eu faça isso agora?
- Sim, por favor. Tenho o celular da massagista em algum lugar. A limpeza você agenda com a clínica de sempre.
- Ok. Mas... Posso tentar fazê-la tomar o chá primeiro? – Min pediu.
- Min, querida, eu entendo sua preocupação. Mas sabe que não acredito nos chás, não é mesmo?
- Mas... Sempre se sentiu melhor depois de tomar, quando lhe ofereci, não?
- Isso é puramente psicológico.
- Senhora, a maioria medicamentos naturais são à base de ervas. Os chás não são nada mais do que a infusão delas...
- Já li um pouco sobre isso. E certas ervas podem não fazer bem se má administradas, entende?
- Mas... Eu mesmo plantei, senhora. São todas calmantes... E naturais. Eu jamais ofereceria algo que pudesse causar qualquer tipo de risco na nossa menina.
- Prefiro que ela não beba o chá, Min. - Calissa foi firme – Mas pode trazer um de saquinho. Aliás, eu trouxe alguns da última viagem que fizemos. Tem de chocolate branco e baunilha pelo que lembro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Lembranças das noites quentes de verão