Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 65

Claro que eu deveria ter ao menos tentado descansar. Tirando o fato de que não levantei da poltrona para nada e bebi água por todo o tempo, talvez possa definir isso como “descanso”... Caso esta palavra signifique pensar intensamente 60 minutos por hora, até a cabeça doer de tanto medo e ansiedade.

Assim que a porta do jato abriu-se, a comissária de bordo avisou:

- Estamos em Noriah Sul, senhora Monaghan.

Eu poderia corrigir e dizer que não era senhora Monaghan. Mas também não era mais uma Rockfeller. Teoricamente eu não tinha mais um sobrenome, já que meu pai me proibiu de usar o dele, mesmo isso sendo legalmente impossível.

- Obrigada. – Foi minha única palavra que disse enquanto pegava o dinheiro que Colin havia deixado para mim na poltrona.

Desci as escadas sem sequer uma sacola com roupas. Eu usava uma jaqueta de couro, com uma concha no bolso e dinheiro que ganhei por caridade do meu ex-noivo.

Quando cheguei a terra firme, pisando enfim em Noriah Sul, vi o homem magro, alto e com pele extremamente clara parado alguns metros adiante. Usava camisa e calça claros e as mãos estavam repousando nos bolsos. Tinha os olhos estreitos, como os da mãe. Cabelos negros, extremamente lisos e brilhantes, levemente crescidos e muito bem penteados. Os lábios eram grossos e carnudos e a íris escura. Ele cheirava bem e me recebeu com um belo sorriso.

Fiquei parada ao vê-lo, sem saber como agir. Ele veio até mim, pegou minhas duas mãos e disse:

- Seja bem-vinda à Noriah Sul, Sabrina.

- Obrigada. – O abracei, recebendo um toque de mãos leve sobre meus ombros.

- Sou Do-Yoon.

- É um prazer conhecê-lo. Eu... Sempre gostei muito da sua mãe.

Ele sorriu novamente, de forma simpática:

- Minha mãe realmente é uma pessoa maravilhosa.

- Não tenho bagagens... Vim exatamente como fui mandada embora... Sem nada. – Levantei as mãos para cima.

- Minha mãe também avisou que isso aconteceria.

- Mas tenho uma bagagem aqui – pus a mão no ventre – Onde tem um bebezinho se formando.

- Encontrará a paz que precisa aqui... Para você e ele. – Olhou na minha barriga.

- Ela. – Fiz questão de dizer.

- “Ele” eu quis me referir ao substantivo bebê e não ao gênero.

- Entendo...

- Mas não vamos ficar aqui esperando, não é mesmo? Você deve estar cansada.

- Não, não estou. A viagem foi rápida.

Ele foi andando e segui ao lado dele, tentando acompanhá-lo.

- Já deixei um táxi esperando por nós. Em breve estaremos na casa.

- Obrigada, Do- Yoon.

Chegamos no táxi e sentamos ambos atrás. Assim que o motorista começou a dirigir, tratei de dizer:

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