Lembranças Perdidas romance Capítulo 100

Adam foi cercado por alguns amigos quando chegou na entrada do bar, e todos os presentes começaram a encará-los.

Seth Cooper tocou o queixo, baixou a voz e disse com um sorriso: "Adam, olhe, há muitas garotas bonitas no bar e você pode ter qualquer uma delas. Você está solteiro há cinco anos e nunca foi a nenhuma festa. Qual é o sentido de ficar na empresa lidando com documentos o tempo todo? Hoje vamos procurar lindas garotas para você, tenho certeza de que você vai gostar".

A atmosfera ficou inexplicavelmente tensa.

Nos últimos anos, ninguém havia se atrevido a tocar naquele assunto na frente de Adam, exceto Seth que era um tagarela...

Wyatt Moore viu que Adam ficara distante e assustador, então levantou a mão rápido e se rendeu. "Adam, não foi minha ideia arrastá-lo para o bar hoje. Não desconte a sua raiva em mim!"

Seth também deu um passo para trás. "Não é da minha conta. Foi ideia do seu pai!"

Adam comprimiu os lábios com indiferença e falou: "Vamos ficar aqui sendo observados a noite toda? Vamos entrar".

Seth e Wyatt olharam para cima e viram muitas pessoas ao redor, especialmente mulheres bem vestidas. Elas encaravam Adam como se fossem engoli-lo a qualquer minuto.

Eles tinham ido ao bar muitas vezes e nunca haviam sido tratados daquela forma. Por um momento, ficaram até lisonjeados.

Presunçoso, Seth observou uma mulher se aproximando deles. "Wyatt, olhe, aquela linda mulher está olhando para mim? Viu, ela está vindo com uma taça de vinho!"

Wyatt respondeu, sério: "Você pode ter um pouco de noção?".

A linda mulher se aproximou deles balançando o corpo, Havia sedução até no piscar dos olhos dela.

Ela parou na frente de Adam e disse com uma voz tentadora: "Ei, cara bonito, gostaria de tomar uma bebida comigo?".

No entanto, Adam apenas a fitou com frieza.

Os olhos frios e ferozes eram como barreiras, impedindo a mulher de se aproximar dele e colocando-a a um metro de distância.

Ela cerrou o copo e abriu caminho para ele.

Ele era muito bonito, mas... era tão poderoso, que a deixou inexplicavelmente apavorada.

Por mais que cobiçasse sua beleza, ela não ousaria voltar a falar com ele, por medo de ser esmagada até a morte.

Ao observarem a cena, todas as mulheres ao redor se encolheram.

Adam e os amigos entraram no bar sem problemas, e as pessoas que observavam tudo de longe ficaram em choque.

Mia tocou o pescoço e disse: "Ouvi dizer que o sr. Matthews tem andando muito mal-humorado nos últimos anos. Mas isso não é mal-humorado, ele é bravo e emocional. Como ele pôde olhar feio para uma mulher tão atraente?".

"Eu planejava me encontrar com ele aqui, mas parece que não é uma boa ideia." O gerente William enxugou o suor frio e continuou: "O sr. Matthews é um workaholic. Se ele vir que estamos aqui bebendo, provavelmente vai ficar bravo. Vamos logo, peguem suas coisas. Vamos para outro lugar!".

Embora todas as jovens cobiçassem o sr. Matthews, ninguém ousaria arriscar perder o emprego. Então, pegaram suas bolsas e saíram com o gerente William.

Atrás deles, Thalia tropeçou nos saltos na escada e gritou de dor.

"Você está bem?" Anna correu para ajudá-la, mas logo ficou aflita. "Thalia, sua bolsa... arranhou este carro!"

Todos pararam para olhar, chocados.

"Este não é o carro do sr. Matthews?"

"Puxa, dizem que só existem cinco carros assim no mundo. Vale dezenas de milhões!"

"Uau, você arranhou um carro muito caro, tirou até tinta. O valor de conserto deve ser de pelo menos mais de cem mil..."

Solidarizados, todos olharam para Thalia, que parecia assustada.

Ela se levantou vacilante e disse: "Não fiz de propósito... Mas de qualquer maneira, a culpa foi minha. Vou pagar pelo conserto. Podem ir, vou esperar aqui pelo sr. Matthews".

O gerente William franziu a testa e de repente reparou que os joelhos de Thalia estavam sangrando. "Vá ao hospital cuidar desse ferimento antes. Vou ajudá-la a lidar com este assunto depois. Se for necessário pagar o conserto, podemos deduzir o valor do seu salário gradualmente."

Thalia meneou a cabeça. "Vou assumir a responsabilidade pelo que fiz. Se ofendi o sr. Matthews, devo suportar a raiva dele. Gerente William, todo mundo saiu para jantar hoje; não perca tempo com este assunto. Vá logo. Ligarei para você quando terminar."

Ao pensar na frieza com que Adam tratara a linda garota no bar, o gerente William não se atreveu a dizer mais nada.

Logo todos se viraram e foram embora.

Thalia ficou parada na frente do carro preto de luxo, fitando a luz fraca com seus olhos claros. Os nós dos dedos estavam até brancos de tanto que agarrava a bolsa.

A ferida no joelho formara uma crosta, mas ela não se importava com aquilo de qualquer maneira.

Ela ficou em silêncio ao lado do veículo, observando as pessoas no bar saindo, uma a uma. Já estava escurecendo.

"Thalia?"

De repente, ouviu uma voz atrás dela. A pessoa parecia bastante surpresa.

Ela franziu a testa e, quando se virou, viu um homem atordoado em um terno prateado parado atrás dela.

Ela estranhou ainda mais a situação. "Quem é Você?"

Ele a fitou, surpreso. "Você não me conhece? Sou Bob Sanders, amigo de Adam. Fui ao casamento de vocês..."

Ele ficou tenso. "Me desculpe, eu não deveria ter mencionado isso..."

Thalia tinha se divorciado de Adam havia cinco anos, e ele acabara de mencionar o casamento de oito anos antes. Não havia motivos para infligir tal dor sobre ela...

No entanto, ela só respondeu, "Senhor, eu não o conheço e nunca me casei. Você me confundiu com outra pessoa".

"Não é só um casamento. Eu estava lá quando vocês se conheceram e se casaram..."

"Sinto muito, nunca fui casada."

Bob ficou sem palavras. Ele coçou a cabeça e a encarou, perdido por um momento. "Talvez... eu tenha confundido você com outra pessoa."

Afinal, tantos anos já haviam se passado. Além do mais, Thalia não estivera com eles nos últimos cinco anos. Seria normal que ele a confundisse com outra pessoa...

Bob pensou: 'Não!'.

Bob se lembrou de que, cinco anos antes, ouvira falar que Thalia estava com câncer de estômago e que morreria em breve.

Fazia cinco anos, e ele não sabia se ela ainda estava viva. De qualquer forma, era impossível ela aparecer na cidade de Marino como se nada tivesse acontecido.

Muito envergonhado, ele tocou o nariz e perguntou: "Por que você está parada ao lado do carro do meu amigo?".

A expressão de Thalia relaxou, "Este carro é do seu amigo?".

Bob assentiu, e Thalia sorriu. "Eu acidentalmente arranhei um pouco da pintura dele. Sei que é um carro muito caro, mas não sei quanto é o valor de conserto, então estou esperando o dono chegar. "

Bob acenou com a mão e falou: "Adam dirige este carro há mais de meio ano, já é hora de consertá-lo. Você apenas arranhou um pouco a tinta. Não é grande coisa. Ei, seus joelhos estão sangrando. Você está esperando aqui há muito tempo? Já está tarde. Vá ao hospital fazer um curativo nessa ferida".

Thalia piscou os olhos. "Não preciso mesmo pagar pelo conserto?"

"Não, acho que não. Adam não vai ligar para isso."

Thalia baixou a cabeça e agradeceu. Então, foi embora devagar, mancando.

Bob ficou olhando para as costas dela por um longo tempo, e depois entrou correndo no Palace Exquisite Bar. Antes que dissesse qualquer coisa, alguns de seus amigos o cercaram.

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