Lembranças Perdidas romance Capítulo 101

"Você vai ter que beber três taças de vinho por ter nos deixado esperando!"

"Isso mesmo. Adam está mais ocupado do que você, e ainda assim chegou antes. Por que se atrasou tanto?"

Bob tomou um gole de vinho e disse em voz baixa, com ar de mistério: "Adivinhem quem eu acabei de encontrar na entrada do bar?".

Seth, que adorava uma fofoca, logo perguntou: "Quem?".

"Thalia."

Bob encarou Adam ao terminar de falar.

Adam abaixou o copo e fitou o amigo com olhos negros ferozes, como se em uma tempestade.

Seth zombou com desdém. "Thalia desapareceu há cinco anos. Acho que você esbarrou em um fantasma!"

Wyatt completou: "Quando Adam se divorciou de Thalia. a imprensa noticiou que ela estava com câncer de estômago e que não teria mais do que seis meses de vida. Depois de tanto tempo, certamente ela não está mais viva. Pare de falar bobagem. Vamos beber".

Todos os presentes sabiam que o que acontecera causara uma dor profunda em Adam, portanto, não deveriam mencionar o fato na frente dele.

Assim sendo, todos mudaram de assunto.

No entanto, Adam abriu os lábios finos e falou, "Você disse que encontrou Thalia".

"Não." Vendo que Adam queria saber mais sobre o acontecido, Bob respondeu na hora, "Eu confundi a mulher com Thalia, por ser muito parecida com ela. Nunca vi alguém tão parecida com ela".

Seth revirou os olhos, "Sério? Ela se parece mais com a Thalia do que a irmã biológica dela, a Agnes?".

Vendo que Adam estava interessado, Bob não quis perder a chance de falar sobre o assunto, então acrescentou: "Ela riscou um pouco o seu carro e estava esperando por você, dizendo que pagaria pelo conserto. Mas como você tinha dito que enviaria o carro para conserto e manutenção, mandei que fosse embora. Os joelhos dela estavam sangrando, e ainda assim ela estava te esperando. Nunca vi uma pessoa tão honesta antes".

Seth brincou com um sorriso: "Você se apaixonou por ela?".

"O quê? Do que você está falando?" Bob o encarou. "Eu só fiz algumas perguntas a ela, quando vi que se parecia tanto com Thalia!"

Adam de repente olhou para cima com os olhos escuros, abaixou o copo e se levantou.

Bob ficou pasmo. "Está tudo bem?"

Adam de repente se recostou no sofá, com as mãos tremendo.

Eles nunca o tinham visto daquele jeito, sem controle... e um pouco assustado também.

Pensaram: 'Por que ele está assim? Por que está com medo?

'Existe alguma coisa neste mundo da qual Adam tenha medo?'

"Seth, encontre o gerente do bar e pegue o vídeo vigilância da entrada do bar."

Seth demorou um tempo para entender o pedido. "Adam, você está acreditando no que Bob disse? Thalia se divorciou de você há cinco anos e está desaparecida desde então. É razoável pensar que ela está morta... Você..."

"Cale a boca!" Adam olhou para ele com frieza.

De repente, ele se lembrou de um vislumbre do rosto da mulher que vira no elevador da empresa alguns dias antes, que havia virado seu pesadelo dos últimos dias.

A voz e o rosto familiares o assombravam. Ele ansiava por aquilo... mas ao mesmo tempo tinha medo.

Ele já havia se desapontado inúmeras vezes, o que o levara ao desespero. Tinha medo de cair em um abismo profundo.

Seth o encarou e depois se virou para pegar o vídeo de vigilância.

Wyatt suspirou. "Adam, somos amigos. Quero dizer algo a você, mesmo sabendo que não deveria. Lembro que você estava relutante em se casar com Thalia porque gostava da irmã mais nova dela, a Agnes, não? Quando você se divorciou, pensei que fosse se casar com ela, mas não esperava que permanecesse solteiro até hoje... Será que a Thalia ainda ocupa um espaço no seu coração?"

Adam franziu um pouco a testa. "Nunca gostei de Agnes. Não volte a falar dela."

Bob ficou pasmo. "Como não? Você não a ajudou a abrir a joalheria? Você até encontrou um ótimo médico para curar as pernas dela. Já fez muito por ela. Isso não significa que gosta dela?"

Adam ia responder quando a porta da sala privada foi aberta.

Seth estendeu os braços, enquanto dizia: "Adam, não há sistema de vigilância onde você estacionou o carro".

O coração de Adam afundou.

...

A casa alugada ainda estava iluminada com quentes luzes amarelas.

Quando entrou na sala e, antes que pudesse se sentar, Thalia ouviu uma voz suave.

"Mamãe, você chegou ainda mais tarde hoje... Por que está com cheiro de sangue?"

Zane estava assistindo a um desenho animado, mas quando viu a mãe, logo pulou do sofá e viu o machucado no joelho dela.

Ele jogou o controle remoto de lado e perguntou: "Mamãe, o que aconteceu?".

Thalia ainda estava um pouco confusa, e se lembrou de que deveria ter voltado para casa depois de cuidar da ferida, mas se abaixou e sorriu. "Eu caí quando saí do trabalho, mas não doeu, e por isso esqueci de cuidar disso. Não fique aí parado, me traga um band-aid agora."

Zane assentiu com a cabeça e foi pegar a caixa de remédios.

Ele tirou o desinfetante e a gaze com a mãozinha rechonchuda e limpou o ferimento de Thalia com cuidado: colocou um curativo e soprou. "Mamãe, não vai doer..."

Os movimentos foram tão suaves que Thalia não sentiu nenhuma dor.

Ela pousou os olhos no cabelo preto e encaracolado do filho e se acalmou.

Nos últimos cinco anos, ela só conseguia esquecer toda a dor e desespero quando estava com Zane. Em momentos como aquele, ela se sentia apenas uma pessoa comum, uma mãe comum...

"Mamãe..." O rostinho rechonchudo de Zane se enrugou. "O chefe da empresa maltratou você? Não precisa ir mais pra lá, ok?"

"Não pense muito nisso. Ninguém me maltratou. Se eu não trabalhar, como cuidarei de você? Se eu não for trabalhar, como poderei me dar ao luxo de mandá-lo para a faculdade?"

"Podemos pedir ao meu pai para cuidar de nós."

O sorriso no rosto de Thalia congelou. "Zaney, eu já te disse tantas vezes. Meu relacionamento com seu pai não é nada parecido com o que você imagina."

"Eu não me importo. Só quero minha mamãe e meu papai juntos para sempre!" Zane segurou o pescoço de Thalia com força. "Papai disse que vai vir aqui em alguns dias. Vou contar tudo para ele, tenho certeza de que ele vai ficar com pena da gente. Ele não suporta te ver sofrer."

Thalia riu e apertou o nariz do filho. "Tudo bem, se você convencer o seu pai..."

Afinal, fora ele quem havia providenciado para que ela voltasse para sua terra natal. Ele não a deixaria desistir no meio do caminho...

Após um bom descanso, Thalia foi trabalhar animada no dia seguinte.

Os colegas da empresa se reuniram em torno dela, curiosos.

"Ei, o que aconteceu depois que você arranhou o carro do sr. Matthews? Ele ficou com raiva?"

Thalia sorriu e falou, "Não me encontrei com o sr. Matthews. O amigo dele me viu esperando lá ao lado do carro e me falou para voltar para casa."

"Você vai pagar pelo conserto?"

"Se precisar, sim."

Thalia ligou o computador e começou a trabalhar.

Recentemente, o supervisor Chris tinha fechado um novo contrato e a maioria dos pedidos tinha sido enviada a ela. Depois de uma ideia preliminar, ela enviaria as ideias para Mia e outros funcionários experientes. Seu trabalho era muito simples. Afinal, não era difícil ter novas ideias.

Enquanto examinava as informações dos clientes, viu um nome ali.

Sr. Andrew, um dos clientes mais importantes do exterior.

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