Lembranças Perdidas romance Capítulo 111

Sean dirigiu até o Amigos, o restaurante mais sofisticado da cidade de Marino, onde havia uma fila de carros luxuosos estacionada na porta.

Por ser hora do almoço, eles tinha decidido dar as boas-vindas ao sr. Andrew com um banquete ali.

Eram 18 pratos para quatro pessoas e, embora todos parecessem deliciosos, Thalia ficou com vergonha de estar lá, já que era apenas uma funcionária da empresa. Então, com um sorriso no rosto, ela se levantou e serviu vinho para Adam e o sr. Andrew, que a encarava com seus olhos azuis o tempo todo.

Sean bebeu uma xícara de água em silêncio enquanto assistia a tudo. Afinal, mesmo não podendo beber porque ia dirigir mais tarde, ele ainda podia desfrutar da cena.

Ele estava apenas curioso. Será que o sr. Matthews usaria Thalia como isca para agradar a um cliente tão importante como o Sr. Andrew?

"Senhorita Cloude, a A&K Corporation encontrou um diamante rosa raro na mineração alguns dias atrás. Acho que combinaria muito com você. Se você quiser, pedirei a minha assistente para entregá-lo a você."

O Sr. Andrew disse enquanto bebia vinho e a abservava.

Ao perceber que ninguém respondera, ele tomou coragem e tocou a mão de Thalia enquanto ela estava distraída.

A mulher ficou tão assustada que imediatamente retirou a mão e o fitou.

Andrew riu muito. "Srta. Cloude, é costume saudar os outros beijando as costas das mãos. Apenas toquei sua mão de leve. Não foi nada."

Thalia ficou sem palavras.

Se ela soubesse como ele era, nunca teria começado  o plano dela com o sr. Andrew.

Sean olhou de relance para Adam, que parecia calmo e frio, mas percebeu que o homem estava de mau humor...

Ele abaixou as pálpebras e se perguntou se deveria encontrar uma desculpa para alertar o sr. Andrew, mas, enquanto pensava nisso, o celular de Thalia tocou.

"Com licença. Tenho que atender uma ligação".

Ela sorriu e saiu, dando um suspiro de alívio.

Fora ela quem conquistara aquele cliente importante para a empresa, mas agora não sabia como lidar com as provocações dele.

Felizmente, seu filho ligara para ela naquele instante e ela havia conseguido fugir.

Ela o abençoou em pensamento, mas depois franziu a testa. Ele deveria estar na escola naquele horário, será que tinha acontecido algo?

Atendeu rápido o telefone.

"Ei, mamãe, onde você está?"

"O que aconteceu?"

"Mamãe, papai não vem para a cidade de Marino há alguns anos, então me pediu para levá-lo para passear. Venha se juntar a nós."

Thalia estreitou os olhos. "Se bem me lembro, você deveria estar no jardim de infância agora."

"Bem... você não precisa se preocupar com algo tão trivial." Zane parecia um pouco culpado. "Mamãe, você está na empresa, não é? Vou pedir ao papai para ir buscá-la. Por favor, pegue uma licença..."

Thalia se afastou da sala privada com alguns passos e, segurando o queixo, continuou: "Não estou na empresa agora, mas tenho muito tempo para falar. Me diga o que você está fazendo".

"Mamãe, você não está na empresa... mamãe? Eh? O sinal não está bom. Vou desligar!"

A linha ficou muda.

Ao ouvir o som de linha ocupada, Thalia sentiu uma vontade enorme de bater no filho.

Ela procurou o nome de Jacob na lista de contatos e ligou para ele. "O que você vai fazer com Zaney?"

"Ele quer ir ao parque de diversões e me pediu para levá-lo lá. Por que você está preocupada se estou com ele? Vou dirigir. Tenho que desligar."

O telefone foi desligado novamente, deixando Thalia ainda mais desconfiada.

Ela se perguntou: 'Ele disse que eles viriam me pegar para sairmos juntos e desligou o telefone quando soube que não estou na empresa.

'O que diabos ele está fazendo?'.

Thalia não queria voltar para o restaurante, então ficou do lado de fora pensando nas opções que tinha. De um lado, queria saber o que Zane e Jacob estavam fazendo. De outro, ela se perguntava se deveria parecer fria e indiferente ou manter um sorriso hipócrita ao trabalhar com o sr. Andrew... Enquanto pensava, viu duas figuras se aproximando à distância.

Logo foi ao encontro deles. "Sinto muito, sr. Matthews. Estou com alguns problemas, por isso fiquei tanto tempo ao telefone. Sinto muito".

Adam respondeu, calmo: "Vamos embora".

"Para onde estamos indo? Onde está o sr. Andrew?" Thalia perguntou, atordoada.

"Srta. Cloude, depois que você saiu do restaurante agora há pouco, o sr. Andrew ligou para quatro mulheres diferentes." Sean baixou as sobrancelhas e continuou: "O sr. Andrew não quer que ninguém o perturbe. Vamos voltar para a empresa".

Thalia ficou sem palavras, então afastou o olhar, assentiu e seguiu atrás de Adam.

Ao chegarem à empresa, Sean e Adam pegaram o elevador exclusivo do presidente e foram direto para o último andar. Thalia pegou o elevador comum e voltou para o escritório da A&K Corporation. Quando entrou na sala, todos se voltaram para ela. Alguns estavam com inveja, outros confusos. Alguns até tinham pensamentos maliciosos. Ela entrou com calma e se sentou à mesa.

Mia largou o trabalho e perguntou em voz baixa: "O que você estava fazendo? Por que voltou ao escritório apenas agora?".

"Fui com o sr. Matthews buscar o sr. Andrew. Retornamos à empresa somente depois de almoçar com o sr. Andrew."

Os olhos de Mia ficaram surpresos. "O sr. Matthews pediu que você fosse buscar o sr. Andrew com ele?"

"Sou designer de produto da A&K Corporation. Talvez seja por isso que o sr. Matthews me pediu para ir com ele." Thalia mudou de assunto e tirou o primeiro esboço de um produto. "O sr. Andrew virá aqui amanhã para falar sobre os conceitos de design. Vamos conversar sobre isso..."

Mia assentiu com a cabeça e começou a analisar o trabalho com Thalia.

Ela estava um tanto insatisfeita na verdade, mas só porque Thalia tivera a chance de conhecer o sr. Andrew, e ela não.

Era bastante inexplicável aquele sentimento para ela, então, depois de pensar um pouco, só suprimiu a sensação.

Afinal, ela tinha sido convidada para a festa de aniversário do mestre Matthews, e Thalia não...

Sem saber o que Mia estava pensando, Thalia se levantou para imprimir o esboço do projeto e, quando passou pela janela francesa, seu olhar pousou em algo que a deixou chocada.

Um deslumbrante carro esporte vermelho estava estacionado na entrada da empresa, um veículo com o qual ela já era bastante familiarizada.

Era o carro de Jacob. Ele, extravagante como era, dirigia aquele automóvel toda vez que ia a um encontro.

Ela já ia ligar para ele para perguntar por que estava lá quando viu o carro partindo, deixando uma pequena figura no lugar dele.

Na altura do décimo quinto andar, ela não conseguia ver claramente quem era, mas mesmo assim se perguntou:.

'Será que ... Estou enganada?

'Jacob não disse que levaria Zane ao parque de diversões? Por que ele viria aqui?'.

Thalia achou que aquilo era impossível e continuou a trabalhar.

No andar térreo da torre da Matthews Corporation.

Zane estava na frente do prédio alto com a pequena mochila nas costas, e seu rostinho rechonchudo parecia atordoado.

Ele colocou o relógio perto da boca e perguntou em voz baixa: "Papai, Adam Matthews é tão poderoso assim? Este prédio todo é dele?".

"Se ele não fosse tão poderoso, eu teria me vingado há muito tempo. Por que eu esperaria por você?"

"Você é um inútil. Não admira que mamãe não goste de você!"

Jacob ficou sem palavras com o que ouvira, enquanto Zane se abaixava e entrava no saguão do prédio.

Ali era o prédio administrativo, todos eram profissionais de colarinho branco e estavam ocupados, então não prestaram muita atenção na criança que entrava. A recepcionista estava ao telefone e não percebeu Zane passando por ela... Ele correu para o elevador.

"Você precisaria de um cartão de acesso para pegar o elevador exclusivo do presidente. Então, vai ter que pegar um elevador até o 58º andar e, em seguida, subir até o 66º andar."

"Você está me pedindo para subir oito lances de escada? Pai, se quer me matar, é só falar. Não me engane desse jeito!"

"Quem prometeu vingar a mãe?"

Com o rostinho rechonchudo bastante irritado, Zane começou a subir as escadas com passos pesados.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Lembranças Perdidas