Lembranças Perdidas romance Capítulo 120

A antiga casa da família Matthews estava localizada na área mais isolada e luxuosa da cidade de Marino.

Atrás dela havia montanhas e, na frente, um oceano. Parecia estar no meio das nuvens.

Era o octogésimo oitavo aniversário do mestre Matthews, e a antiga casa estava decorada com um novo visual. Antes do anoitecer, já havia de uma longa fila de carros luxuosos esperando na porta.

Apesar de preferir a serenidade, o mestre Matthews esperava por uma festa de aniversário animada. Portanto, mais de 80 por cento das famílias prestigiosas da cidade de Marino tinham sido convidadas. Além disso, os Matthews haviam ficado ainda mais poderosos nos últimos anos, então todos queriam aproveitar a oportunidade para estreitar o relacionamento com eles. O local estava muito animado naquela noite.

A festa de aniversário ainda não havia começado oficialmente e as pessoas da família Matthews estavam no saguão nos fundos.

O mestre Matthews usava um terno muito formal e segurava uma bengala de buxo com desenhos de nuvens. Mas mesmo assim, parecia frio e zangado. "Adam, hoje é meu octogésimo oitavo aniversário. Se for me irritar de novo, vá embora! Quero chegar aos noventa e nove anos, mas se ficar furioso com você, talvez morra amanhã!"

"Adam, eu não quero brigar com você. Já se passaram cinco anos. Será que não pode dar uma alegria para nós, os mais velhos?" A sra. Matthews meneou a cabeça e suspirou. "Tiffany voltou comigo desta vez. Vocês se conheceram quando eram jovens e se deram bem no passado. Talvez você se apaixone por ela se sair mais tarde para conhecê-la."

Adam se sentou no sofá com o rosto muito sério.

Ele brincou com a taça de vinho tinto na mão e disse devagar: "Eu me dava bem com ela quando era criança. Infelizmente, quando fiquei cego, ela nunca mais veio me ver. Mãe, você acha que eu deveria casar com uma mulher assim?".

"Ela não era sensata quando criança. Não pense nos erros do passado, esqueça isso."

Adam meneou a cabeça e sorriu com desdém.

Ele enxergara a inconstância humana no período em que estivera cego. Até a mãe dele não ia visitá-lo com frequência. Caso contrário, como ele estimaria tanto aquela garotinha que sempre ficara ao lado dele nos bons e maus momentos?

Cinco anos antes, ele achara que não havia mais esperanças.

Só reavivou o sentimento quando a reencontrou.

"Vovô, mãe, por favor, não digam mais nada. Hoje é o aniversário de oitenta e oito anos do vovô. Por que estão falando sobre coisas infelizes?"

Uma mulher elegante se aproximou deles. Era Amelia Matthews, a filha mais velha da família Matthews, três anos mais velha que Adam.

Ela sorriu, tentando aliviar a tensão, "Não tem sido fácil para o Adam há muitos anos. Não o pressionem. Está quase na hora. Os convidados estão esperando lá fora. Vamos".

Amelia saiu com a sra. Matthews e pediu ao empregado para ajudar o mestre Matthews, porém viu que Adam permaneceu imóvel.

Ela suspirou e se virou. "Adam, vai ser apenas por uma noite. Aguente."

Ele não tinha intenção de sair para socializar com os outros, pois sabia que, assim que deixasse o saguão, inúmeras senhoras ricas o abordariam para apresentar as filhas.

Ele ficava muito aborrecido naquelas ocasiões.

Ainda mais que sua mãe trouxera Tiffany de volta para o país...

"Tio!"

Uma criança pequena de repente apareceu correndo e se jogou nos braços de Adam como uma bola de neve.

Ao se virar para fitá-la, Adam logo ficou mais animado e beliscou o rosto da menina com os dedos finos. "Por quê você está aqui?"

"É o aniversário do vovô. Claro que eu viria. O vovô ficaria muito triste se não tivesse um neto ou neta para acompanhá-lo nessa idade."

Adam se sentiu desamparado.

A família dele sempre o importunava por não se casar nem ter filhos, e ele acabara de perceber que a sobrinha tinha aprendido com eles a fazer o mesmo, o que o deixou surpreso.

Ele se abaixou e pegou a menininha. "Vamos. Vou levar você para brincar."

Amelia ficou ansiosa. "Adam, por favor, cumprimente os convidados primeiro, ou dirão que nossa família não tem boas maneiras."

"Quem se atreveria a dizer isso?" Adam perguntou com desdém. "Irmã, vá cumprimentar os convidados. Vou levar Christy para um passeio."

"Tio, deixa eu te falar uma coisa. Eu convidei um garotinho do jardim de infância para vir aqui no aniversário do meu avô!" Candy sussurrou no ouvido de Adam: "Vovô sempre fala que quer um neto. Se ele passar a tratar esse menino como neto, não vão mais querer forçar você a ir em encontros às cegas ou a se casar com alguém! E no final das contas, também vou brincar com o menino todos os dias!".

Adam riu. "Você ficou pensando nisso o dia todo?

"Em como ajudar o seu tio?"

Adam apertou as bochechas da menina mais uma vez.

Depois caminhou pelo corredor cheio de convidados com Christy nos braços. Eles brincavam um com o outro como se não houvesse ninguém por perto.

Todos ficaram surpresos ao ver o presidente Matthews, que sempre carregava uma expressão facial fria, sorrindo.

"Quem é aquela garotinha?" Alguém perguntou.

"Você não sabe quem é? Há quanto tempo não lê as notícias? Meio ano atrás, a filha mais velha da família Matthews se divorciou do marido estrangeiro e voltou para cá com a filha. Falam que o sr. Matthews gosta muito da sobrinha e só sorri quando está ao lado dela."

"É verdade. Muitas pessoas tentaram se aproximar dela a fim de obter favores da família Matthews, mas, infelizmente, ela é muito protegida. Até agora, ninguém conseguiu se quer tirar uma foto da criança, e poucos sabem o nome dela."

Todos invejavam a menina por ter nascido em uma família tão rica.

Mesmo que seus pais fossem divorciados, ninguém a menosprezaria com o tio que tinha.

"Tio, por aqui. Vamos até a porta!" Christy o puxou e apontou na direção da porta. "O garotinho disse que está chegando. Vamos esperá-lo na porta ou ele pode se perder!"

No portão da antiga casa da família Matthews, havia dois criados que lideravam o caminho para os convidados, mas quando viram Adam se aproximando, logo se afastaram.

Os convidados que estavam entrando ficaram lisonjeados. "Sr. Matthews, é uma honra você vir aqui nos receber pessoalmente."

Mas Adam apenas acenou com a cabeça, deixando todos muitos envergonhados.

Enfim...

Não muito longe, uma pequena figura apareceu caminhando. A luz fraca da rua projetava uma longa sombra dele na estrada, parecendo inexplicavelmente frio e solitário.

Adam estreitou os olhos e pensou: 'Esta criança parece familiar. Parece que já o encontrei em algum lugar antes.'

A figura foi ficando cada vez mais próxima...

"Estou aqui! Cheguei!"

Christy gritou com entusiasmo e saltou dos braços de Adam para dar um abraço caloroso na pequena figura que chegara.

Infelizmente, o menino evitou seu abraço com nojo. "Foi muito difícil encontrar essa casa. Se eu soubesse antes, não teria vindo!"

Nem um pouco zangada, Christy deu uma risadinha. "Foi você quem não deixou que eu pedisse ao motorista para buscá-lo. Mas vou levá-lo para casa pessoalmente mais tarde..."

Adam sorriu com curiosidade.

Christy era a única filha de sua irmã mais velha e a única criança da família Matthews. Tinha sido mimada desde pequena, então era inevitável que fosse bastante arrogante e imprudente.

Ela era acostumada a ser adorada e nunca se curvara a ninguém. No entanto, aquele garotinho estava muito impaciente, e Christy ainda sorria e o bajulava. A situação era muito estranha...

Adam os estava observando quando o menino levantou os olhos de repente e franziu o cenho.

"É você?"

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