Lembranças Perdidas romance Capítulo 133

O fim de semana começou no dia seguinte.

Era final de março, um lindo dia de primavera, e o jardim de infância havia organizado uma excursão para pais e filhos.

Zane não estava nada interessado no passeio infantil, mas Thalia estava muito entusiasmada. Jacob queria ir com eles, mas foi excluído do passeio.

"Queridos pais e filhos, prazer em conhecê-los! Obrigado por reservarem um tempo para participar das atividades do nosso jardim de infância..."

Assim que entraram no ônibus, o diretor começou um discurso de abertura usando um alto-falante.

As crianças no ônibus papeavam animadas, e os pais conversavam sobre os filhos.

A mulher ao lado de Thalia puxou conversa, "Mãe do Zaney, você é muito jovem e bonita. Não acharia nada estranho se seu filho se referisse a você como irmã dele".

Thalia ficou muito envergonhada, "Você está querendo me agradar. Você também é muito jovem".

"Mãe do Zaney, por favor, compartilhe conosco que tipo de produtos você usa para a pele. Sua pele é tão macia."

Várias mães inclinaram a cabeça.

Zane ficou radiante: "Minha mãe nasceu linda e não precisa de nenhum produto para a pele".

"É mesmo?"

Thalia corou ao ser observada daquela forma e deu um sorriso amarelo: "É só dormir cedo todos os dias e comer mais frutas. A pele melhora naturalmente...".

"Dormir cedo é que hora? Que frutas são boas para a pele?"

As mulheres logo começaram a conversar sobre o assunto e o ambiente ficou animado.

Do lado esquerdo da primeira fila do ônibus, uma garotinha de cabelo preto com uma coroa de princesa fez beicinho e disse: "Mãe, por que não vamos lá também? Quero falar com o Zaney".

Um menino ao lado dela entrou na conversa: "Christy, Zaney falou que nunca mais vai querer brincar com você. Mas eu posso brincar com você, ok?".

O menino ia pegar a mão dela, mas Christy o empurrou com raiva: "Zaney não vai parar de brincar comigo. Você está mentindo. Vou brincar com Zaney agora!".

"Aonde você está indo? Sente-se!" Amelia puxou a filha de volta e franziu a testa, parecendo descontente.

Antes, Amelia era a única filha da família Matthews, e aonde quer que ela fosse, era adorada por todos. Porém, depois de morar no exterior por vários anos, ninguém mais a conhecia. No passado, ela era muito popular, mas agora, sua filha era odiada por alguém no jardim de infância.

Ela preferia ficar sozinha a deixar a filha bajular os outros.

Afinal, os membros da família Matthews tinham nascido para ser o centro de tudo.

Mas o que Amelia esquecera, era que ninguém lá sabia quem era a família de Christy, pois a origem dela fora guardada como um segredo.

"Queridos pais e filhos, chegamos ao destino. Por favor, levem seus pertences com vocês..."

O ônibus parou na beira da estrada, e pais e filhos desceram um após o outro.

Thalia deu um suspiro de alívio.

Nos últimos cinco anos, sua vida tinha sido simples e monótona. Ela sofria de depressão, então era raro fazer amigos, ficava só cercada por um grupo de mães. Ela estava com medo de que seria estranho se ela de repente ficasse quieta ou sem reação, mas, felizmente, aquelas mães eram muito comunicativas e o ambiente permaneceu animado.

Assim que desceram do ônibus, Thalia sentiu o ar fresco e sorriu, acariciando o rosto de Zane. "Acabei de ouvir das outras crianças que você não é nada amigável. Eles querem brincar com você, mas você sempre os ignora. Isso é verdade?"

Zane fez beicinho. "Eles falaram que querem brincar na lama, mas eu não vou. Eles que façam o que quiserem."

"Zaney, eu também não gosto de brincar na lama. Vamos brincar no balanço?"

De repente, eles ouviram uma voz doce e gentil de menina. Thalia olhou para trás e viu uma garotinha com olhos grandes se aproximando de Zane, ansiosa. No entanto, o menino fitou a garota com frieza, parecendo descontente o tempo todo.

A menina se sentiu extremamente injustiçada, "Zaney, me desculpe, eu errei. Admito que seu pai é cem vezes mais bonito do que o meu tio, não, mil vezes mais! Tudo bem? Você pode brincar comigo agora?".

O coração de Thalia amoleceu quando ouviu aquilo, mas ela ficou em uma posição difícil ao perceber que o filho ainda não havia desculpado a garotinha. A briga entre eles ocorrera havia dias, e ele ainda permanecia orgulhoso. Como ele poderia encontrar uma namorada quando crescesse daquele jeito?

Ela se agachou e falou, séria: "Zaney, você não pode fazer isso. O que eu disse para você em casa? Você se esqueceu?".

Zane baixou o olhos, escondendo as emoções com os longos cílios. Ninguém sabia o que ele estava pensando.

"Mãe do Zaney, sua voz é tão gentil, e você é tão linda. Posso chamá-la de tia?" Christy perguntou docemente.

Thalia sorriu e tocou a cabeça dela. "Claro."

Zane levantou a cabeça, carrancudo, e falou com relutância: "Já que você elogiou minha mãe e disse que ela é linda, vou brincar com você".

Esse tom...

Thalia ficou ainda mais chateada ao ouvir o filho.

Mas Christy não se importou com aquilo, ela logo pegou a mão de Zane e falou: "Vamos brincar juntos. Vamos no balanço, então!".

Enquanto as crianças brincavam à distância em grupos de dois ou três, os pais montavam as barracas, a pedido do diretor.

Amelia voltou do banheiro e olhou ao redor procurando a filha, mas não a encontrou. Ela franziu a testa e caminhou até o diretor. "Onde está Christy? Onde ela está? Se minha filha desaparecer, vocês serão responsabilizados!"

Os outros não conheciam a origem familiar de Amelia, mas o diretor provavelmente sim.

Além disso, a mulher usava roupas e uma bolsa de marca. Era óbvio que era rica. O diretor não ousou ofendê-la, então só falou com um sorriso: "Tem um parquinho ali. Christy e algumas crianças foram lá brincar. Mãe da Christy, você poderia ajudar a preparar a comida com as outras mães?".

Amelia ficou impaciente.

Ela não queria participar daquelas atividades do jardim de infância, mas ninguém da família Matthews poderia substituí-la naquele papel. Então ela reprimira o ódio e se inscrevera para participar da excursão. Porém, ao chegar lá, percebeu que tudo era muito diferente do que havia imaginado, e ela queria ir embora o quanto antes.

Ignorando os professores, ela começou a caminhar em direção ao parquinho, e ouviu os gritos de uma menina durante o trajeto.

"Uau! Está tão alto!"

"Zaney! Mais alto! Ainda mais alto!"

Os olhos de Amelia ficaram frios ao ver a cena. Quantas vezes ela havia dito a Christy que as crianças da Matthews Corporation tinham que se comportar? Ela não podia gritar em público. Por que aquela menina era tão desobediente?

Além disso, ela estava com aquele menino chamado Zaney, que parecia ser o mesmo que havia comparecido à festa de aniversário da família Matthews. Amelia pensou: 'Christy, por que você sempre fica atrás desse garoto? Você quer agir como uma dama ou não?".

A mulher franziu a testa e abriu a porta do playground para repreender a filha, quando viu uma figura voando alto no balanço.

Ao mesmo tempo, Christy exclamou: "Mãe, olhe, estou voando!".

"Crack."

A corda rompeu de repente.

E gritos ressoaram pelo parque.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Lembranças Perdidas