Lição de Amor romance Capítulo 55

Raoul ergueu uma sobrancelha ao ver a cena a sua frente. Emma encontrava-se com um livro de receitas em cima do balcão da cozinha, seu rosto estava sujo e o avental encontrava-se repleto de manchas. Ele não conseguia mais enganar a si mesmo, a cada momento em que a olhava um sorriso brotava em sua face. Olhou com um leve sorriso nos lábios para ela, a qual mantinha a sua concentração. Ela havia lhe prometido fazer um jantar especial em uma sexta a noite.

–Tem certeza que não quer ajuda? – Raoul indagou sorrindo ao vê-la confusa em meio a tantos ingredientes.

–Não. Eu disse que vou fazer e bem.. o farei – tornou ao ler para o livro de forma concentrada. Sem dar-se conta, Raoul aproximou-se dela enlaçando-a pela cintura. Encostou sua cabeça em cima da dela e murmurou sorridente.

–Sabe que não precisa de nada disso para me conquistar, não é? – a viu arfar tendo certeza que ela estava com as faces avermelhadas.

–E.. o que eu preciso para isto acontecer? – indagou ainda envergonhada. Nunca havia lhe passado pela sua mente viver momentos tão alegres e amorosos com Raoul, o homem com quem havia se casado sem saber.

–Para começar – disse virando-a fazendo-a ficar de frente para ele – me beijar e depois – sorriu malicioso – podemos ver isso – tocou em seu rosto, sorrindo ao vê-la fechar os olhos diante de seu toque. Seus lábios se encontraram de forma sutil, no principio, e logo beijavam-se apaixonadamente sem importar-se com nada. Com destreza, Raoul retirou o avental dela seguindo pela sua camisa. Viu a sua lingerie simples – temos que fazer umas compras depois – acrescentou ao beijar o seu pescoço dando-lhe leves mordidas. A ouviu gemer levemente e sorriu mais uma vez.

“Ando sorrindo com muita facilidade.. algo que não acontecia. Não antes dela aparecer em minha vida” pensou ao erguê-la com facilidade e colocá-la sobre o balcão da cozinha. Continuou a beijando sendo correspondido com igual paixão, já estava retirando a sua própria roupa quando a campainha soou, despertando-os. Pararam e se olharam com a respiração ofegante. Indagavam-se em pensamentos se deveriam abrir quando escutaram a voz de Enrico soar no corredor.

–Teremos que terminar isto mais tarde – a segurou pela cintura, retirando-a do balcão e da mesma forma que estava foi atender a porta.

Emma passou a mão pelos cabelos e em seguida pelo rosto ainda inebriada. Ela não conseguia acreditar que tudo estava dando certo para ela. Olhou para si mesma apenas para ter a certeza de que não estava sonhando, sorrindo em seguida.

Enrico gritou pelo nome de Raoul pela segunda vez após tocar a campainha. Ele odiava esperar e amava imaginar estar atrapalhando-o. já estava ficando impaciente quando escutou o barulho da fechadura e logo avistou o seu primo com o rosto avermelhado, cabelos desgrenhados e roupas amassadas. O fitou durante alguns instantes incrédulo ate sorrir abertamente.

–UAUUU – falou entusiasmado – eu realmente estou atrapalhando.

–Enrico, o que deseja? – Raoul indagou mal humorado. Ele já estava acostumado as intromissões de seu primo, mas ainda ficava levemente incomodado com a presença dele.

–Vim conversar estava me sentindo solitário – confessou ao passar por Raoul e entrar no apartamento, encontrando Emma ainda se ajeitando próxima a cozinha – a coisa estava bem quente por aqui hein – gracejou sorrindo abertamente ao ver a expressão de Emma e o rosto inexpressivo de Raoul – ainda me pergunto Emma como conseguiu gostar de alguém como você que nem sabe apreciar uma boa provocação. Lastimável.

–Pelo menos não sou um homem sozinho, digno de pena – Raoul retrucou ao cruzar os braços – és o único aqui que veio atrapalhar um casal sem motivo ainda por cima. Não tens ninguém? Devo te arranjar um encontro?

Emma olhou para os dois homens e sorriu. Ela estava vendo a cada dia que se passava uma nova face do homem que amava e estava gostando do que descobria. Observou o semblante de Raoul, o qual aparentava contrariedade, mas ela percebeu uma ínfima felicidade passar por seus olhos. Ele gostava de Enrico, isso ela tinha certeza.

–Eu até tenho alguém, mas ela me trocou pelo meu primo – Enrico gracejou ao ir ate onde Emma estava e colocar as mãos em seu ombro – Esta é a ultima oportunidade hein, pode ir comigo – piscou travesso ao ver o sorriso na face dela. – “Fico feliz que esteja tão feliz, Emma.” Pensou sincero.

–Enrico..- Raoul o advertiu ao vê-lo olhar com gentileza e carinho para Emma – não acha que esta na hora de ir embora?

–Eu acabei de chegar – lamentou-se se afastando de Emma, sentando-se no sofá.

Raoul suspirou profundamente ao perceber que seu primo não sairia de sua casa tão cedo. Olhou para Emma esperando ver alguma decepção, mas encontrou felicidade em seu olhar e em seu sorriso.

“Ela é mesmo interessante. Uma peça rara”pensou convencido e orgulhoso.

***

Caroline olhou para o relógio em seu pulso pela terceira vez em menos de cinco minutos. A sua ansiedade era visível a olhos nus. Estava tão animada com a ideia de sair com Rupert que não conseguia conter-se. A lanchonete encontrava-se vazia dado o horário, ela já começava a achar que ele não iria quando o avistou entrar pela porta com as faces avermelhadas. Sorriu para ele e acenou da mesa onde estava.

–Me perdoe pelo atraso – Rupert desculpou-se ao se sentar em frente a ela – eu tive um problema e...

–Está tudo bem – assentiu sorrindo levemente – disse que queria falar comigo.

–Sim, eu queria que me ajudasse com algo.

–O que é?

–Quero...que me ajude a falar com Emma.

–Como? – indagou surpresa e decepcionada – pensei que...pensei que tinha me chamado aqui para...para...

–Caroline, no principio não nos dávamos bem, é verdade, mas me ajude, sim? Eu a amo e sei que ela pode vir a me amar. Isso de ficar com um homem tão velho é loucura. Ela só esta com ele por...

–CHEGA – Gritou atraindo a atenção dos poucos clientes. O olhou incrédulo com lagrimas nos olhos – qual o seu problema? Não consegue enxergar quando esta perdendo? Ela não gosta de você. Ela o vê como um amigo, apenas isso. Aceite e siga a sua vida. Eu não vou o ajudar, e sabe por quê? Porque eu demorei uma hora. UMA HORA. Pra escolher essa roupa pra vir lhe encontrar.. Porque eu.. porque eu queria que me elogiasse. Esqueça, Rupert. Eu vou indo embora, e sobre Emma... faça o que quiser. – levantou-se e se afastou deixando-o sozinho – eu desisto – disse para si mesma ao sair pela porta da lanchonete.

–Ela.. ela gosta de mim? – Rupert indagou-se surpreso assim que ela saiu. Fitou o lugar onde ela havia estado e um leve sorriso brotou em seus lábios.

***

Enrico jazia no sofá com os olhos fechados e a respiração ritmada. Ele havia pegado no sono logo após comer a comida preparada por Emma para Raoul.

Raoul olhou com desagrado para o seu primo, deu de ombros, e foi em direção ao quarto de Emma. Abriu a porta sem bater a encontrou de short retirando a blusa suja, ficando apenas com o sutiã. Sorriu ao entrar no quarto e fechar a porta atrás de si.

–Parece que eu tenho um time perfeito – brincou ao cruzar os braços e a olhar demoradamente.

Emma virou-se com as faces avermelhadas. Sua primeira reação seria a de se vestir, mas optou por olhar firmemente para ele e controlar a sua vergonha.

–Não deveria estar ajudando Enrico? – ela disse ficando com as faces cada vez mais vermelhas.

–Eu deveria? Ele apenas adormeceu no sofá. Acho que é o final perfeito para o dia dele aqui em casa, não acha?

–Deveria levá-lo para um quarto.

–Não. Ele merece acordar com dor nas costas – disse com o semblante sério ao caminhar em direção a ela. A enlaçou pela cintura, aproximando os seus corpos – devo admitir que fiquei frustrado hoje.

–Com o que?

–Por não termos terminado o que começamos – sorriu travesso ao abaixar a sua cabeça e a beijar docemente – talvez Enrico tenha me feito um favor – brincou ao passar a mão pelo rosto dela. A olhou no fundo dos seus olhos e inebriado pela sensação de nostalgia que sentia ao estar perto dela, a beijou mais uma vez. Acariciou as suas costas demoradamente e logo seus beijos e caricias tornavam-se mais e mais frequentes. A medida que a paixão aumentava, a respiração tornava-se ofegante. A temperatura do quarto começava a esquentar. O que antes era frio tornava-se quente e caloroso. Raoul beijava o corpo dela com maestria e suavidade, aos poucos se entregavam aos seus desejos sem importar-se com o homem deitado no sofá da sala, o qual mantinha um sorriso de satisfação no rosto.

***

Enzo tropeçou na entrada do apartamento. O ultimo dia estava se tornando um fracasso para ele e seu único alento encontrava-se a quilômetros de distancia, casada com seu primo. Retirou os sapatos, puxou a blusa pela cabeça e jogou-se no sofá sem recordar-se de como havia chegado em casa.

Cristina revirou os olhos ao ver Enzo cair no sofá de qualquer jeito. Após beberem, ele começou a falar coisas desconexas não demorando para ela perceber que ele encontrava-se alto. Suspirou ao vê-lo, se aproximou sem perceber e agachou-se ficando com o rosto próximo do dele.

–O que estou fazendo aqui ainda? – se perguntou ao observar os traços dele – estou ficando louca, certo?

Enzo murmurou algo inaudível ao escutar uma voz ao longe. Abriu os olhos deparando-se com uma mulher lhe olhando. Sem conseguir distinguir sonho da realidade, sorriu.

–Que bom que esta aqui...senti a sua falta – falou com a voz languida ao olhar com os olhos semicerrados – esperei muito por esse encontro, você não?

Cristina nada disse, apenas manteve a expressão confusa em sua mente. Ficou estática ao ver a mão de Enzo ir em direção ao seu rosto, sentiu o seu toque gentil e sem perceber fechou os olhos apreciando o momento. “Devo me afastar e ir embora” pensou decidida, mas ao abrir os olhos, deparou-se com o olhar dele. O viu aproximar o seu rosto do dela e não conseguiu se mexer, era como estivesse esperando por aquele momento. Seus lábios se encontraram deixando-a inebriada com seu corpo clamando por ele. À medida que aprofundavam o beijo, as mãos de Enzo já se encontravam na nuca dela e de alguma forma ele desceu do sofá ficando em frente a ela, ajoelhado, para em seguida deitá-la no chão. As caricias tornavam-se cada vez mais ousadas não demorando para as roupas estarem espalhadas no chão da sala do apartamento de Enzo.

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