Christina abriu os olhos ainda desnorteada com o que havia acontecido. Tentou ignorar o braço que pousava, levemente, em sua cintura, sem sucesso, pois desejava sair daquele apartamento o mais rápido possível. Apesar de ter percebido desde o primeiro instante que Enzo estava vendo apenas Emma em sua frente, ela não conseguiu negar os beijos dele, suas caricias. Como um imã foi puxada ao seu encontro e arrebatada pelas sensações. De forma delicada, afastou a mão dele de seu corpo, ergueu-se da cama ignorando a nudez de seu corpo, pegou suas roupas no chão e vestiu-se rapidamente. Ela desejava, sinceramente, que o ocorrido ficasse apenas sendo como um sonho para ele e nada mais. Assim que acabou de se vestir, olhou para o homem deitado na cama com o semblante tranquilo e sorriu.
–Provavelmente... não iremos mais nos ver.. – murmurou para si mesma – foi um prazer e uma lastima te conhecer, Enzo – virou-se seguindo em direção a saída sem olhar para trás uma vez sequer.
Enzo levou a mão a sua cabeça antes de abrir os olhos e deparar-se com o seu quarto. Olhou para si mesmo tentando se recordar do momento em que despira e suspirou frustrado ao perceber que não iria lembrar-se de nada. Olhou em volta sentindo um aroma diferente.
—-Eu.. estava sozinho? – se perguntou confuso ao olhar para a sua cama bagunçada. – mas..foi tão real. Eu estava sonhando, de verdade?
***
Raoul afrouxou a sua gravata ao ler os relatórios mensais da seguradora. Apesar do esforço que fazia, não conseguia parar de desejar retornar para casa e encontrar Emma, o seu mais novo alento. Sorriu diante de seu pensamento ao se dar conta do quanto havia mudado. Escutou batidas em sua porta e em seguida, Enzo entrou na sala com o aspecto cansado no rosto.
–Enzo, o que houve? – Raoul indagou sério. Ele ainda temia que Enzo pudesse lhe tirar Emma de alguma forma, por mais que não quisesse pensar nisso, Emma ainda era importar demais para ele, pois poderia perder a seguradora se a perdesse e na atual conjuntura, ele não queria a perder de nenhuma forma, não só pela empresa.
–Raoul.. diga-me de uma vez, o que sente por Emma?
–Sabe que minha vida não lhe interessa de tal forma que não tenho motivos para responder a sua pergunta.
–Estou curioso – Enzo disse com um leve sorriso na face – quando ela chegou em sua vida, nem a suportava. Implorava para que eu ficasse com ela, em minha casa, e agora... estão aparentando serem dois apaixonados. Esta tentando enganá-la, não é?
–Esta assistindo televisão em excesso – falou sem paciência ao retornar a leitura dos relatórios.
–Muito bem.. então me diga.. você a ama? – perguntou seriamente. Enzo havia prometido a si mesmo desistir de Emma se Raoul lhe dissesse que estava apaixonado por ela. – a pergunta é simples e a resposta ainda mais, basta responder que sim ou que não.
–Nunca irá desistir? Ela gosta de mim, é por mim que ela é apaixonada e..
–Não perguntei sobre os sentimentos dela, e sinceramente, és a ultima pessoa que eu perguntaria sobre tal coisa. Responda a minha pergunta, por favor.
Raoul observou seu primo atentamente. A sua vontade era de dizer a verdade, mas seu orgulho não permitiu. Orgulho este que ainda colocaria em perigo tudo pelo o que ele havia lutado.
–Paixão.. não se achas velho demais para acreditar em tal tolice? – Raoul ironizou ao olhar para ele.
–Então não a ama, não é? O que ela tem é um amor não correspondido.
–O único que esta dizendo tais coisas é você, pode interpretar como quiser, mas se me der licença.. tenho coisas a fazer e me parece que você não.
–Pelo contrario. Tenho algumas coisas a preparar – tornou misterioso ao dar as costas e sair da sala de Raoul decidido a separa-los. Após a saída de seu primo, Raoul sorriu levemente ao pegar o seu celular e discar para um numero, escutando uma voz feminina em seguida.
–Passarei para te buscar hoje. Sim, eu sei, não se preocupe. Ate mais tarde, Emms – falou antes de desligar – agora acredito que poderei me concentrar no trabalho.
Enzo passou pela secretaria de Raoul sério. A sua noite havia sido tumultuada de sonhos e imagens desconexas e ao acordar optou por lutar por Emma, nem que para isso tivesse que usar de artimanhas que envergonhar-se-ia depois.
–Não deve ser difícil encontrá-la – disse consigo mesmo ao pensar em uma mulher.
***
O colégio de Emma encontrava-se animado com os preparativos finais da formatura. Caroline tentava não olhar ou esbarrar em Rupert, enquanto ele a observa a de longe. Por algum motivo sua atenção havia sido direcionada para ela, após receber a sua confissão.
–Carol – Emma a chamou ao aproximar-se dela – esta precisando de ajuda?
–Emma.. – murmurou ao virar-se para ela, abraçando-a – só.. me deixe ficar abraçada por um momento.
Emma ficou surpresa com a ação de sua amiga, a abraçou e a deixou ser confortada. Em sua mente inúmeras perguntas de formavam, mas todas permaneceram em segundo plano, pois a sua prioridade era reconfortá-la. Ficaram abraçadas durante longos minutos ate Carolina se afastar, e a olhar ternamente.
–Obrigada – agradeceu docemente ao olhar para ela.
–O que esta havendo?
–Nada...
–Sabe que pode contar para mim, não é?
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