Felipe
Os seguranças nos tiraram do restaurante e enquanto um deles acompanhou Igor até seu carro, o outro não tirou os olhos de mim, que fiquei aguardando a saída de Allana, ao lado de Caio.
Quando finalmente ela apareceu tentei conversar, mas foi em vão. Ela destrambelhou falar e não me deu chance de abrir a boca, entrou em seu carro e foi embora. Até tentei ir atrás, mas meu amigo impediu.
— Deixa ela cara! Não é o momento. — Disse barrando a minha passagem com a mão em meu ombro e eu desabafei totalmente desconcertado.
— Eu não posso acreditar que ela está agindo assim… Eu só a estava defendendo!
— E o que você esperava? Ela estava muito assustada quando cheguei… é normal reagir assim. Vocês pareciam dois ogros! — Falou mostrando sua indignação, enquanto eu, em silêncio, apenas acompanhei com o olhar o carro dela deixando o local. — O que pretende fazer agora? — Perguntou.
— Respeitar a decisão dela. Embora, não por completo. — Ele me encarou intrigado.
— Não entendi. O que você vai fazer se ela não quer que se aproxime?
— Embora seja difícil, vou tentar manter-me afastado e como ela não me quer por perto, pretendo garantir sua segurança de outro jeito. — Articulei deixando meu amigo todo confuso.
— Não sei o que está planejando, mas saiba que suas ações podem refletir de maneira ainda mais negativa a ela. Você pensou bem a respeito? — Indagou, deixando em evidência sua preocupação.
— Eu já perdi o que queria ter no momento, não tenho mais o que temer, mas uma coisa é certa… preciso evitar uma tragédia que me tire ela de vez! Sendo assim, prefiro aturar seu ódio e rancor, do que não ter nem isso. — Expressei-me decidido, enquanto ele me olhava claramente tentando decifrar o que eu dizia, então conclui. — Você segura as pontas na empresa? Preciso ir para o meu apartamento limpar esses ferimentos e resolver essa questão.
— Claro! Pode ir tranquilo e tome cuidado com o que pretende. Se precisar de algo, já sabe!
— Valeu irmão. — Agradeci com um abraço e ambos saímos para pegar os carros.
Cheguei no edifício, subi e fui direto para o banho. Lavei bem o corte de meu nariz com água corrente e sabão líquido e ao terminar, fui até o closet e vesti uma cueca e uma bermuda. Terminei a higienização do machucado, passando um spray anti-séptico que é também cicatrizante, tirei o excesso com algodão sem me importar com a dor e ainda de cabeça quente, sentei na cama e peguei o celular para fazer uma ligação.
— E ai, Fe!? Estava pensando em você agora e já ia te ligar, mas como se adiantou, diga-me, o que houve? Para você estar ligando no horário de almoço deve ser algo importante… É algum problema com a empresa? Algum cliente reclamou? — Gustavo indagou preocupado e eu permaneci calado tentando escolher a melhor forma de abordar o assunto.
— Gustavo, preciso de sua ajuda, mas fique tranquilo, os assuntos da empresa estão sob controle. O problema é outro. — Expliquei apreensivo em busca das palavras exatas para iniciar.
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