Bônus*
Gustavo
Tive uma manhã de trabalho tranquila, sem ligações importantes, clientes insatisfeitos ou problemas no financeiro, tampouco reuniões demoradas e exaustivas, com divergências que só trazem dor de cabeça. Estava tudo tão quieto, que comecei a estranhar.
Com a manhã concluída, decidi ir almoçar em casa… Saí da empresa dirigindo e no caminho meu celular começou a tocar. Vi que tratava-se de Felipe e para ele estar ligando em pleno horário de almoço, sinto que minha teoria estava certa, algo não anda bem com a empresa. Liguei o viva do carro e atendi intrigado.
Ao ouvir o que está acontecendo com minha irmã, a ira tomou conta de mim e eu só pensava em ir a seu encontro o mais rápido possível. Anunciei minha ida ao Rio no mesmo instante e encerrei a ligação.
Aumentei a velocidade sem conseguir parar de pensar em Allana e em como darei essa notícia aos meus pais. Não posso me ausentar sem uma justificativa. Ao menos para meu pai devo dizer a verdade.
Cheguei e os vi sentados na sala, com certeza estavam me esperando para almoçar, o que vai ser impossível porque perdi a fome.
Os cumprimentei e chamei meu pai para conversar a sós, pois não quero preocupar minha mãe.
— Pai, tenho que tratar sobre um assunto da empresa com você. Podemos conversar um minuto?
— Claro, vamos até o escritório. — Ele se levantou e caminhou.
— Está tudo bem, Gus? — Minha mãe perguntou desconfiada, então tive que forçar um sorriso que quase não se formou.
— Sim, mãe. Só um fato que ocorreu na empresa, mas nada grave. Com licença. — Falei e dei um beijo em seu rosto, tentando parecer calmo e ela retribui.
Seguimos para o escritório e ao entrar meu pai Indagou:
— Qual é o problema filho? Porque eu não acredito que seja nada com a empresa. Acabei de sair de lá e estava tudo em ordem. Vamos, fale. — Proferiu seriamente, então pensei por um instante e comecei a falar:
— Pai, pedi para conversarmos a sós porque não quero que minha mãe saiba. — Expliquei e continuei. — Felipe me ligou porque Allana está com problemas com o Igor, que não está aceitando o fim do relacionamento e coincidentemente os dois são amigos. Creio que para ele ter tomado a decisão de me alertar, é porque teme que ela esteja correndo perigo.
— Não posso acreditar que minha filha esteja passando por isso. Ele a agrediu? Fez algo a ela? — Questionou alterado e como sei que ele seria capaz de matär aquele infëliz com as próprias mãos se souber, decidi ocultar parte da informação para não deixá-lo ainda mais nervoso.
— Ainda não sei, mas acredito que não, senão Felipe teria dito. Estou indo para lá justamente para assegurar que ela esteja bem. Talvez com a minha presença ele a deixe viver em paz.
— Então vá e fique o tempo que for preciso, mas garanta a segurança de sua irmã. — Ordenou preocupado, e logo em seguida perguntou confuso. — Espera… Felipe e Allana se conhecem?
— Pelo que entendi, Allana é amiga da irmã dele. — Comuniquei o que ouvi de Felipe e ele apenas ficou pensativo. — Pai, vou fazer as malas e já vou.
— Não vai nem almoçar?
— Não… como alguma coisa no avião. Quero chegar o mais rápido possível!
— Ok! Me mantenha informado e cuide muito bem de sua irmã!
— Conte com isso, pai!
Saí do escritório já seguindo para a escada, quando minha mãe me abordou.
— Onde vai, filho? Estávamos te esperando para comer.
— Mãe, eu preciso viajar para o Rio! Recebemos uma proposta irrecusável e Felipe está precisando de minha ajuda para resolver algumas questões pendentes. Assim já aproveito para passar um tempo com Allana. — Discursei inventando uma desculpa e dei um sorriso inverídico.
— Que notícia boa! Fico feliz que esteja tudo indo bem e que você vai fazer companhia para sua irmã. Desde que ela se mudou, não veio nos visitar... Deve estar se sentindo sozinha.
— Sim, mãe, mas logo ela vem! Bom, agora preciso fazer as malas, o avião já deve estar pronto. — Expliquei e subi para o meu quarto.
Após tudo organizado, me despedi de meus pais e fui rapidamente para o aeroporto. No caminho liguei para minha secretária, que me confirmou estar tudo pronto, então assim que cheguei já embarquei e o avião logo decolou.
Uma hora depois, pousamos no aeroporto do Rio, onde havia um carro da empresa à minha disposição. Entrei no veículo e fui direto ao edifício. O porteiro liberou minha entrada de imediato, a mando de Felipe e no estacionamento vi o carro de Allana e pedi a Deus para não encontrá-la antes da hora.
Segui as informações passadas por ele via mensagem WhatsApp e subi para o 7 andar. Ao avistar seu apartamento, apertei a campainha e quando ele abre a porta entrei ligeiramente pedindo que me contasse tudo.
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