Felipe
Após a saída de Gustavo eu não consegui parar de me martirizar.
— Por que fui ligar para ele? Agora Gustavo quer levá-la de volta e eu não tenho como impedir… Mërda! — Andei de um lado para o outro e enfim sentei no sofá.
Abri meu computador e tentei trabalhar para me distrair, mas foi impossível. Não consegui me concentrar. Preciso conversar com alguém e sem dúvidas, Kate é a melhor opção.
Fui até o closet e como eu já estava com uma bermuda jeans, vesti apenas uma camiseta polo e um tênis, peguei as chaves do meu carro e saí.
Já no estacionamento, dei partida no carro e comecei a dirigir. O trânsito estava controlado então decidi ligar o rádio e nesse exato momento, ouvi minha vida resumida em uma música. "Superhuman", o feat entre Chris Brown e Keri Hilson, me fez lembrar de Allana e dei socos no volante enquanto escutava sua voz ecoando que não me quer por perto.
Mais alguns minutos de rodovia e cheguei no condomínio. Guardei meu carro na garagem e ao entrar percebi que tudo estava quieto. Cláudia veio ao meu encontro e informou que minha mãe saiu com Ayla e Kate está trabalhando em seu quarto. Agradeci e subi para falar com ela.
Estava prestes a bater na porta quando ouvi ela ao telefone, então fui até a cozinha beber um copo d'água e fiquei conversando com Cláudia, até que minha irmã apareceu de repente.
— Fe… não sabia que estava aqui! — Disse ao pegar uma maçã da fruteira.
— Cheguei a pouco... Fui ao seu quarto, mas você estava em ligação e eu não quis interromper. Tem um tempo livre? Estou precisando conversar contigo. — Perguntei ansioso enquanto ela mordia a fruta.
— Claro, vamos subir. Só preciso responder um e-mail e conversamos.
Caminhamos para a escada e minha inquietação ficou evidente a ponto de fazê-la comentar:
— Presumo que seja importante… Parece angustiado!
— Sim, estou! Preciso que me ouça e me aconselhe. — Confirmei ao entrarmos em seu quarto e ela se expressou facilmente.
— Pelo visto a coisa é séria! Espera só um minutinho, tá?! É rápido. — Assenti e a mesma foi até o computador.
— Sem problemas, não tenho mais nada para fazer hoje. — Desanimado, deitei na cama e fiquei encarando o teto enquanto ouvia o barulho das teclas misturadas à sua pergunta.
— Não vai voltar para a empresa?
— Não. Estou sem cabeça para trabalhar.
Poucos minutos depois ela terminou e deitou-se ao meu lado.
— Pronto! Primeiro me diz, como estão esses machucados aí?
— Um pouco doloridos, mas não importa. — Me sentei e ela me acompanhou.
— Então me diz, o que está te deixando tão inquieto?
— Você falou com Allana depois que saiu do restaurante?
— Não… Ela estava muito mal, parecia confusa. Achei melhor deixá-la pensar um pouco.
— Confusa? Como assim? — Agora fiquei intrigado.
— Sim! Ela saiu rápido, falando que precisava ir. Não entendi muito bem. Mas o que também não entendi, foi o que aconteceu naquela mesa enquanto eu não estava. O que o Igor viu, que fez com que vocês dois terminassem brigando daquele jeito? — Colocou a mão no queixo e me perguntou fixando nossos olhos e eu prontamente abaixei a cabeça, esquivando-me de tal pressão.
— Você sabe que o Igor está descontrolado. Ele não precisa ver nada de mais para agir daquela forma. Aliás, brigamos porque ele queria levá-la à força e estava a ofendendo. — Justifiquei-me, mas ela não acreditou.
— Tá bom! Digamos que vocês estivessem se comportando adequadamente. — Sorriu e completou. — O que está rolando entre vocês? Perguntei e ela não quis dizer.
— Na verdade nada. Estou tentando, mas ela não quer. — Expliquei cabisbaixo.
— Naquele dia que você estava no apartamento dela, vocês ficaram?
— Ficamos! Mas depois ela falou que foi um erro e desde então está me evitando. Não viu que a expressão dela mudou quando me convidou para sentar com vocês?!
— Realmente! Eu percebi mesmo, mas não pensei que meu convite iria incomodá-la.
— A culpa não é sua. Eu que não devia ter aceitado, porque percebi na hora que ela ficou descontente. E talvez, se eu tivesse recusado, nada daquilo teria acontecido, mas eu precisava de respostas!
— Que tipo de respostas?
— Sobre os sentimentos dela. Às vezes demonstra se importar, do nada já não quer aproximação. Não consigo entender!
— Olha, uma coisa é fato, sua presença deixa ela muito nervosa. Isso ficou claro para todos, desde aquele almoço. E não só ela, como você também muda. Mas os seus motivos nós já sabemos, agora os dela…
— Você acha que ela não sente o mesmo?
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