Felipe
Após a abordagem direta de Gustavo, decidi saber de uma vez do que se tratava.
— Estou ouvindo! — Nos sentamos e ele permaneceu sério.
— Eu tenho uma dúvida que não consigo tirar da cabeça e como não gosto de rodeios, vou direto ao assunto. O que existe entre você e minha irmã? — Interrogou olhando fixo para mim e eu engoli seco ao ouvi-lo e foi minha vez de encará-lo seriamente.
Me calei por um momento, mas sem outra alternativa, respirei fundo e comecei:
— Eu não queria que essa conversa fosse assim, mas não tenho outra opção a não ser dizer a verdade. Gosto de Allana desde a primeira vez que a vi. Inclusive, ela é a mulher que te falei em São Paulo.
— Não acredito nisso! Estou ouvindo e não consigo acreditar! — Mencionou ao se levantar e começa a andar pelo escritório.
— Gustavo, eu… — Antes que eu pudesse terminar de falar, ele me cortou.
— Por que não me falou quando soube que ela é minha irmã?
— Queria conhecê-la primeiro. — Aleguei e ele negou, mexendo a cabeça.
— Não justifica!
— Justifica sim! — Afirmei e continuei explicando. — Eu soube naquele dia no clube, quando você mostrou as fotos do ensaio dela, mas preferi não falar nada porque não sabia o que ia acontecer quando nos conhecêssemos e quando retornei, ela estava namorando com meu amigo, por isso me calei. Entende?
— Então você é o real motivo dela ter terminado o namoro?
— Não. Allana não quer nada comigo! —
Desabafei e ele retrucou com ênfase.
— Me alegra muito ouvir isso!
Apontei a cadeira e ele entendeu que era um convite para sentar-se novamente e parar de andar de um lado para o outro, então assim fez e eu continuei.
— Eu sei o que você pensa sobre mim, mas está equivocado! Gosto de sua irmã e minhas intenções com ela são sérias e as melhores. Acontece que ela não quer nem saber de mim, então achei desnecessário iniciar este assunto com você.
— Cara, ela é minha irmã! Era sua obrigação ter me dito.
— Gustavo, acredite… não me calei por vontade própria, mas sim pelas circunstâncias.
— Não pensava em me contar, né?!
— Na verdade não. Ontem conversamos e ela revelou gostar de alguém e deixou claro que não sou eu, então não tinha o porquê falar.
Ele baixou a cabeça, passou a mão na testa, respirou fundo e resmungou sozinho.
— Não faz sentido! — Essa frase me intrigou, então perguntei destemido.
— Por que "não faz sentido"?
— Nada. Esquece! — Pronunciou um pouco agitado e deixando-me ainda mais confuso, calou-se por alguns segundos, voltou a respirar profundamente e deu sequência. — Presta atenção Felipe, não me agrada nem um pouco a ideia de você se engraçar com a minha irmã, mas cuidou dela enquanto eu não estava e arriscou ganhar seu desprezo, por contrariar sua decisão, apenas para mantê-la segura. Além disso, foi homem de assumir para mim que gosta dela e eu admiro a sua coragem. Nunca pensei que diria isso, mas vou te ajudar.
Será que eu estou alucinando? Me pergunto ainda sem acreditar, então decido entender melhor
— Não entendo! O que quer dizer com isso?
— Que conheço o tamanho da teimosia de minha irmã e se ela disse para você ficar longe, sei que fará de tudo para mantê-lo afastado, mesmo que não seja o que ela de fato quer.
— Gustavo, você está me confundindo.
— Ontem estávamos conversando e eu acabei me lembrando que no momento em que cheguei de surpresa, ela abriu a porta resmungando e citou seu nome. Não entendi o que ela falou, mas seu nome ouvi perfeitamente, então eu a confrontei a respeito disso e ela ficou muito nervosa. Desconversou e se esquivou de todas as formas possíveis, mas não respondeu minha pergunta.
Ouvi-lo mencionar a reação da irmã, me fez lembrar que ela reagiu da mesma forma no parque. Não consigo decifrá-la! Tento acreditar que ela está mentindo quando diz não sentir nada por mim, mas confesso que sua frieza me assusta. Pensei por um momento e em seguida Interpelei.
— E o que perguntou?
— O mesmo que para você! Se existe algo entre vocês.
— Entendi.
— Eu não vou nem perguntar se vocês ficaram, porque você foi bem direto quando assumiu o que sente e de verdade, eu prefiro não saber se rolou alguma coisa ou então vou querer te matär ao invés de ajudar. — Falou e eu ri.
— E na sua opinião, o que devo fazer?
— Ela já tomou uma decisão e hoje vamos voltar para São Paulo.
— Hoje? — Perguntei completamente aflito e ele afirmou, mexendo a cabeça.
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