Allana
Estes hormônios ainda me farão cometer uma loucura! Quase revelei a Felipe o que de fato sinto, mas por sorte ele permaneceu alguns segundos calado, tempo em que pude voltar à realidade e reconstruir a pose de mulher fria e desapegada.
Ele é muito atrevido! Falou descaradamente que eu estava mentindo e o pior, é que ele está certo.
Voltei para o edifício e já em meu apartamento liguei para o Bryan e expliquei que a situação com o Igor se complicou e pedi que ele me consiga 1 mês de licença e logo recebi a confirmação por mensagem.
Deitei no sofá e em minha cabeça só vinha Felipe e tudo que me disse. Ainda estou anestesiada com aquela revelação e de repente me peguei sorrindo, mas como tudo que é bom dura pouco, logo meu coração apertou, ao lembrar que é impossível ficarmos juntos.
Fui tirada de meus pensamentos com a campainha tocando e quando vi que era meu irmão, abri e ele entrou.
— Onde estava? — Perguntei curiosa.
— Na empresa!
— Entendi… vem aqui, vou cadastrar sua digital na fechadura para que consiga abrir a porta sozinho. — Ele assentiu, eu fiz o procedimento e voltamos para a sala e.
— Irmã, quero pedir desculpas por ter me alterado com você hoje. — Falou ao senta-se no sofá.
— Tudo bem Gus, você está certo! Já pedi um mês de licença e vou voltar com você amanhã mesmo. — Ao me ouvir ele abriu um sorriso aliviado.
— Tomou a melhor decisão!
— Sim. Preciso mesmo sair daqui por um tempo.
— Que bom que entendeu. Sabe que não suporto te ver mal.
— Eu sei. — Concordei pensativa e ele percebeu.
— O que mais está te incomodando? — Inquiriu desconfiado.
— Nada. Só estou um pouco cansada e com dor de cabeça. Deve ser o estresse destes dias.
— Você comeu alguma coisa hoje?
— Não. Estou sem fome.
— Nada disso. Você precisa comer. Vou fazer o macarrão que você gosta.
— Irmão, de verdade eu não quero! Faz só para você, ou pede algo pronto.
— Allana, você não me engana! Só perde a fome assim quando está triste e não acredito que os fatos com Igor sejam o motivo. Isso te deixou chateada, nervosa, mas não abalada como está. Me conta o que está acontecendo.
Enquanto ouvia meu irmão me questionar, as palavras de Felipe sopravam em meus ouvidos como o vento e em poucos segundos, meu rosto já estava completamente molhado. Deitei a cabeça em seu colo e pude senti-lo acariciando meus cabelos, enquanto falava:
— Não sei o que mais está havendo contigo, nem o motivo de não querer compartilhar, mas sabe que estou aqui para tudo o que precisar e quando estiver pronta para falar, eu estarei para ouvir.
— Obrigada, Gus! — Agradeci ainda chorando enquanto me sentava, o abracei e ele retribuiu.
— Vai lavar o rosto. Eu te espero aqui.
— Tá bom.
Fui até o banheiro, lavei e enxuguei o rosto e fiquei parada em frente ao espelho sentindo ódiø de mim mesma por ter me envolvido com o Igor. Por causa disso, agora tenho que renunciar ao Felipe, mesmo sabendo que sentimos o mesmo um pelo outro.
Ah se eu pudesse voltar no tempo… mas infelizmente não posso e arrependimento não muda nada.
Bloqueei meus pensamentos e ao voltar para a sala, vi meu irmão ao telefone na varanda. Caminhei até lá e ele logo encerrou a chamada.
— Está mais calma?
— Sim. Obrigada por me entender. — Ele sorriu e eu continuei. — Quem era?
— Nosso pai.
— Contou a ele?
— Sim. Nossa mãe que não sabe.
— E por que não me disse que Felipe te ligou e contou tudo? — Interpelei e ele me olhou confuso.
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