Allana
A pergunta de Felipe me fez gargalhar.
— De onde tirou uma loucura dessas? Claro que não! — Afirmei ao me recompor.
— Não se faça de desentendida! Sabe muito bem que ficamos juntos por duas vezes sem preservativo. Portanto tem sim a possibilidade. — Diante dessa afirmação, não me contive e respondi sem hesitar.
— Sim… e se dependesse de você, não teríamos usado nem uma! Mas não se preocupe, eu tomei a pílula. — Esclareci, mas ainda não foi suficiente… eu tive que ironizar. — Imagino quantos filhos deve ter por aí…
— Nunca fiquei com ninguém sem camisinha! Nem mesmo com minha ex-namorada. É você que me faz perder o controle! — Retrucou aproximando-se e abraçou minha cintura.
— Huum… Quer dizer que o "senhor'' não consegue controlar seus instintos junto a mim? — Fiquei na ponta dos pés e proferi beijando seu queixo enquanto deslizava uma das mas por seu tórax, até chegar no cós de sua calça.
— Não começa, Allana… — Alertou vagarosamente me olhando de cima e eu continuei trilhando beijos e passando a língua em seu pescoço.
— Por que? Eu não estou fazendo nada! — Falei descaradamente me fazendo de inocente e ele se abaixou, chegando perto de meu ouvido.
— Está tentando desviar minha atenção da sua consulta, mas não vai conseguir! Hoje nós vamos tirar essa dúvida. — Afirmou esboçando um sorriso cínico e eu me frustrei.
— Vamos tomar café! — Expressei-me ao arquear a sobrancelha e ele riu.
Descemos e meu gato escolheu uma mesa próxima a janela, para que eu pudesse tomar um "ar fresco", como se em São Paulo isso fosse possível, pois segundo ele, a palidez é eminente. Nos acomodamos e fizemos os pedidos.
Parece que a comida originária de minha mãe despertou nossas raízes … Ele pediu ovos mexidos com queijo e bacon e para beber, um chá preto que segundo o mesmo, é para dar energia. Já eu, optei por duas torradas com geleia de frutas e meu precioso cafezinho. Após nos alimentar, deixamos o hotel e fomos para a clínica.
***
Chegamos no horário marcado e a recepcionista pediu que aguardássemos um momento. Alguns minutos depois, anunciou que podíamos entrar...
— Allana, fiquei surpreso ao ver seu nome em minha lista de pacientes... em uma última consulta sua mãe havia dito que você estava morando no Rio. — O médico pronunciou apertando minha mão.
— Como vai, doutor? Sim, mudei-me para o Rio, mas vim passar alguns dias com minha família. Esse é meu namorado, Felipe… Fe, ele é o Dr. Maurício, médico da família.
— Muito prazer!
— Igualmente!
Apresentei-os e eles cumprimentaram-se com um aperto de mãos. Em seguida, fomos convidados a nos sentar.
— E então, qual é o motivo da visita? — O doutor perguntou e sem outra alternativa, comecei a falar.
— Dr. Maurício, eu tive queda de pressão algumas vezes, o que acarretou dois desmaios e algumas leves tonturas também. — Relatei enquanto o médico digitava os sintomas.
— Não se esqueça de falar que sente uma dor de cabeça sem fim e que dorme o dia todo por conta do sono excessivo. — Felipe completou o que eu estava dizendo eu apenas dei uma olhadinha para ele.
— Você teve náuseas ou vômito? — Com essa pergunta, tive certeza que o médico suspeitou o mesmo que Felipe e os dois encararam-me de uma vez.
— Não. Apenas isso mesmo! — Afirmei e o médico terminou de digitar em minha ficha.
— Bom... vou pedir alguns exames para descartar dúvidas e assim que estiverem prontos retornem aqui. — Anotou o necessário e entregou-me o pedido. — Entregue a minha secretária e ela te conduzirá até o laboratório.
— Ok! Até daqui a pouco. — Deixamos o consultório e fizemos o que nos foi indicado.
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