Loucos Por Ela romance Capítulo 70

Allana

A conversa com Felipe me deixou desconcertada… O que ele fez foi um absurdo! Terminar comigo por causa de algo tão fútil, só confirmou que ele realmente é muito imaturo.

Não vou negar que isso mexeu um pouco com meu emocional e minha voz falha, ao ouvir aquelas palavras saindo da mesma boca que dizia me amar, quase me entregou, mas fiz de tudo para não demonstrar. Nunca fui fraca e agora não será diferente! Antes de conhecê-lo eu já vivia e se ele pensa que vou correr atrás, está muito enganado.

Fiquei observando o céu por alguns minutos, mas logo troquei de lugar. A decisão de terminar partiu dele e já foi demais ter que aguentar os chiliques desde ontem, não sou obrigada a aturá-lo me encarando emburrado a viagem toda. Ele que fique sozinho com suas amarguras, afinal, foi ele quem quis assim.

O avião pousou e eu segui para o edifício com meu irmão, que tentou conversar, mas eu estava estressada demais para isso, então evitei.

Entramos no apartamento e ambos fomos para os quartos. Comecei a desfazer as malas na intenção de me distrair, mas sem sucesso, pois não saía de minha cabeça que ele prefere acreditar nos outros e isso me tira do sério, então deixei para Marta terminar.

Fui para a cozinha, preparei um café forte e sentei na sala. Ao olhar para meu dedo, vi a aliança e o aparador, e percebi que já não fazia mais sentido continuar usando. Tirei e coloquei na mesinha de centro, em seguida, meu irmão apareceu.

— Vocês não se acertaram? — Pronunciou ao sentar-se ao meu e eu respondi sinalizando com a cabeça.

Ele tirou a xícara de minha mão e ao colocar na mesinha, viu os dois anéis.

— Não foi só uma briga, né? — Afirmou mexendo em meus cabelos.

— Como pode ver... não. — Confirmei encarando a aliança e voltei a olhar para ele.

— Quer conversar? — Perguntou e eu neguei novamente. — Certo! Vou dar uma saída, se precisar me liga. — Falou, se levantou e foi saindo, então eu o chamei.

— Gus… — Ele parou e voltou a me olhar. — Obrigada por estar aqui comigo! — Agradeci e ele sorriu e saiu.

Achei melhor não ficar pensando e ir descarregar a tensão nos exercícios. Me troquei e desci para a academia do edifício. Coloquei uma música no celular e encaixei na braçadeira para começar o aquecimento e iniciei com a bicicleta, onde fiquei mais tempo, pedalando e refletindo sobre todos os acontecimentos.

Após fazer algumas sequências, subi e ao entrar, me dei conta que meu irmão já havia voltado. Tomei banho e depois almoçamos juntos.

À tarde ele foi para a empresa e eu comecei a arrumar algumas coisas, mas hoje definitivamente eu não tenho cabeça para nada. Fechei o computador, peguei meu carro e saí.

Fui até a Praia da Reserva de Marapendi e como o próprio nome já diz, é menos frequentada que as demais. Fica localizada entre o Recreio dos Bandeirantes e a Barra da Tijuca e tem cerca de 8 km de extensão.

Com poucos turistas e também moradores, o lugar é ideal para quem deseja fugir da habitual multidão de Copacabana ou Praia da Barra, por exemplo, e como hoje é segunda-feira, o número de pessoas se reduz ainda mais. Sem dúvidas será perfeita para uma longa caminhada na areia...

Tirei os sapatos e andei por uma distância que não me afastava muito do carro. Sentei na areia com as pernas cruzadas e permaneci ali por um tempo, não sei dizer quanto, lembrando-me de cada coisa que ouvi de Felipe e o desatino de suas palavras, deixava-me incrédula cada vez que voltavam a perturbar minha mente.

Tempo depois, o clima começou a mudar e o vento fresco que agora soprava, encarregou-se de sincronizar a aglomeração das nuvens e a intensidade das ondas que já não estavam tão brandas, então entendi que era hora de voltar.

Levantei-me e caminhei novamente para o carro. A areia macia escondia meus pés a cada passo, deixando rastros que em breve a chuva irá apagar, assim como o amor que Felipe dizia sentir. Isso me fez entender que eu sempre estive certa sobre os relacionamentos a dois.

Voltei para o edifício e ao chegar no estacionamento, o carro de meu irmão já estava lá, então soube que ele já havia retornado.

Entrei no apartamento e não o vi, mas as chaves de seu carro estavam em cima do balcão. Deixei as minhas ao lado e fui tomar banho.

Enchi a banheira e entrei, com o intuito de relaxar, mas de nada valeu. Levantei e fui para o chuveiro.

Após o banho, vesti um shorts de elástico e uma blusa segunda pele, pois realmente o clima mudou. O céu está nublado e eu quero aproveitar a vista antes que comece a chover. Penteei os cabelos e deixei-os secar naturalmente, em seguida, saí do quarto.

Não havia nem sinal de Gustavo no amplo espaço, mas as chaves continuavam no mesmo lugar, o que significa que ele não saiu e mesmo sabendo que ele vai resmungar, me servi uma taça de vinho tinto e sentei em uma cadeira na varanda.

Dobrei uma perna na horizontal, a outra na vertical e comecei a degustar a bebida enquanto sentia a chuva se se aproximando, por conta do vento úmido e logo ouvi sua objeção bem atrás de mim.

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