Mamãe, não deixe o papai romance Capítulo 128

Carley estava muito grata pelo carinho da madame Chambers, mas depois de muita consideração, chegara à conclusão de que Lance tinha de fato segundas intenções e, por isso, ela não tinha outra opção a não ser fugir dali.

"Não precisa, madame Chambers. Estou com sono. Vou descansar no meu quarto."

"Tudo bem. Você precisa descansar um pouco mesmo. Mas vou preparar Hasma para você de qualquer forma, assim você come quando acordar."

Carley se sentiu querida e ficou um pouco perplexa. Fazia muito tempo que ninguém cuidava deles assim, e naquele momento ela estava recebendo aquele carinho de uma pessoa que nem era da família dela.

"Obrigada, madame Chambers!"

Carley gostava de ser cuidada, e não por ser preguiçosa, mas por ter a possibilidade de descansar, ela genuinamente não relaxava assim havia muito tempo.

E finalmente tinha alguém com quem compartilhar o fardo, não precisando se preocupar por não poder buscar as crianças depois do trabalho todos os dias. Além disso, se elas adoecessem, ela poderia trabalhar normalmente, sabendo que estariam sendo bem cuidadas.

Ela nunca tivera tempo nem para pensar, todo os seus esforços eram para dar um lar estável aos filhos.

Até chegar nesse momento, quando conquistara um pouco de paz de espírito.

Entretanto, Kayden estava certo, ela não deveria se envolver com a família Hardwick.

Carley respirou fundo e reorganizou os pensamentos. Ela precisava ficar mais forte e se livrar de Lance aos poucos, para enfim encontrar um lar adequado e definitivo para eles.

Decidida, a dra. Chambers publicou sua tese para o concurso, na esperança de vencer.

Carley acordou sem saber quanto tempo havia dormido, ouvindo o som de risadas vindas do quintal.

Ela não sabia se estava sonhando, mas parecia ter ouvido a risada de Lance. Até parece que o d*abo riria!

"Me empurre mais alto, tio. Quero sentir como se estivesse voando."

"Você ainda é muito pequeno. Estou com medo de que voe de verdade se eu forçar demais."

"Tio, vem brincar de gangorra comigo."

"Estou indo!"

......

Carley não estava sonhando. Era de fato Lance, junto com as crianças!

Mas no segundo seguinte, ela apareceu no quintal, obediente.

Sheree tirou uma carta em forma de coração da mochila rosa e entregou à mãe, séria.

"Mamãe, eu escrevi isso quando estava com saudades."

Com o humor significativamente melhor, Carley acariciou o lindo rosto da filha e lhe deu um beijo, causando inveja no homem atrás dela.

No entanto, Carley o ignorou e abriu a carta, onde a menina a havia desenhado em meio a flores e escrito  "mamãe". 

"Você melhorou muito, Sheree. Escreveu melhor do que da última vez." Ela falou muito emocionada.

Lance vira o conteúdo da carta, mas não discernira nenhuma palavra além de "mamãe".

"O que está escrito aí?"

Seu tom cético deixou Sheree um pouco triste, e a menina o mirou com pena.

"Você não conseguiu entender, tio? Mas você parece tão educado.... Como não conseguiu ler a carta de uma aluna do jardim de infância?"