Me Casei com O Marido em Coma romance Capítulo 63

Quitéria enterrou o rosto no travesseiro, mas não cobriu as orelhas. Ao ouvir a conversa entre os dois homens, ela se sentiu ainda mais irritada.

A garota nunca havia pensado nisso. Tinha sido apenas um sonho; uma ilusão causada pela lambida do cachorro.

"Dei uma olhada no seu machucado e vi que Lincoln cuidou dele muito bem. Desde que você o obedeça e passe a pomada, prometo que vai ter sarado em uma semana. Não vai sobrar nem a cicatriz, então não precisa se preocupar com o seu marido; ele vai continuar te achando bonita quando olhar para suas costas."

Parecia que, toda vez que Yale abria a boca, era para provocá-la. Quitéria ficou tão envergonhada que não conseguia nem levantar a cabeça do travesseiro.

"Deixe o remédio aí e pode ir embora."

A voz gélida de Lincoln o interrompeu. Yale olhou para os dois na cama e depois para os olhos do outro homem. "Não se preocupe. Sua esposa é toda sua. Não tenho interesse em tentar roubá-la de você."

Lincoln não queria deixá-lo nem mesmo olhar para ela... Que cara ciumento.

O doutor pegou suas coisas e se dirigiu à porta. Quando chegou lá, topou com Tiana, que vinha com pressa. "Não se preocupe, tia. Minha cunhada está bem. Ela só está com um pouco de febre, após ter tomado chuva, e vai ficar bem quando descansar por uns dias."

Yale não estava falado alto, mas ambos no quarto o ouviram chamá-la de “cunhada”. Também parecia que o homem estava com vergonha de chamá-la assim.

Assim que Quitéria ergueu a cabeça, viu que o marido já estava fingindo dormir de novo.

Parecia que ele considerava "estar em coma" uma profissão. Lincoln atuava tão bem que deveria considerar virar uma estrela de cinema.

Antes que a garota pudesse dizer qualquer coisa, Tiana entrou às pressas. Ela olhou para a nora e sentiu pena dela. "Se você sabe que tem um corpo fraco, deveria se cuidar melhor."

"Mãe, eu tô bem. É só um resfriado. A chuva de ontem tava mais pra tempestade."

Tiana viu que, apesar de estar com as bochechas coradas, a garota parecia mais animada. Ela deu um suspiro de alívio. Como o doutor tinha acabado de passar ali, a mulher sentiu que não havia motivo para se preocupar.

"Já que tá doente, é melhor descansar mais. Pode deixar que cuido de Lincoln por uns dias."

Quitéria disse, entusiasmada: “Posso sair, então? Digo, sair do quarto. Quero ficar em outro por enquanto".

Assim que a garota falou isso, a mão de Lincoln apertou com força a coxa dela. De repente, ela sentiu uma dor que quase a fez gritar.

"Você quer mudar de quarto?"

Tiana franziu a testa. Pensativa, ela olhou para o filho, que estava deitado ao lado da nora. Aí, perguntou-se se Quitéria já estava ficando cansada de fazer companhia para ele.

Nenhuma pessoa normal teria tanta paciência, muito menos uma jovem de 20 anos.

Embora a mulher se sentisse chateada e desapontada, não demonstrou o sentimento.

“Mas não me entenda mal, mãe. Não é que eu não goste de Lincoln, só tenho medo de passar o resfriado pra ele. Imagina se ele fica doente no estado em que tá... Seria terrível."

Quitéria fingiu estar preocupada com o marido. O homem estava prestes a explodir a coxa dela debaixo da coberta, mas ela fez o que podia para manter a calma.

Para evitar passar outra vergonha como a que passou de manhã, a garota decidiu que era melhor se afastar um pouco de Lincoln.

Como tinha passado tanto tempo com o marido, ela desejava ficar perto dele, o que era muito assustador. Afinal, ela era a filha de uma família que já foi rica e poderosa.

Após ouvir a explicação de Quitéria, Tiana deu um suspiro de alívio. Visivelmente feliz, ela sorriu e assentiu com a cabeça. "Como você é atenciosa... Ainda mais do que eu. Pode dormir no quarto ao lado nos próximos dias. Ele divide a varanda com esse daqui, então é fácil vir pra cá se quiser."

Em outras palavras, a garota podia descansar no quarto ao lado, mas ainda teria que fazer companhia para Lincoln.

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