Me Casei com O Marido em Coma romance Capítulo 84

Um leve aroma de flores saía do banheiro e se espalhava pelo quarto.

Quitéria, que estava deitada na cama, havia tomado um banho. Ela abraçava com força o cobertor e estava em silêncio, de olhos fechados.

Tiana deixou a tigela de sopa quente na mesa de cabeceira e olhou para Zara, que estava relutantemente parada na porta. Ela disse em um tom reconfortante: "Tá frio hoje, então ajustei a temperatura do ar condicionado do quarto. Zara tá preocupada com você... Quer que ela te faça companhia? Se não quiser falar comigo, pode falar com ela."

Afinal, as duas tinham mais ou menos a mesma idade e eram ambas garotas. Tiana supôs que deveria ser mais fácil para conversarem entre si.

Entretanto, ela havia esquecido que as duas não se davam bem. Quitéria sequer respondeu à sogra. Ao ouvir o que a mãe disse, Zara foi correndo até ela e disse: "Não quero ficar com essa garota. Olhe como ela te ignora! Por que eu deveria me importar com ela?"

Zara não sabia se Quitéria estava triste por ter sido abandonada pelo amante, mas agora tinha a audácia de querer que a família Huo a confortasse. Ela achava a cunhada uma pessoa horrível.

Tiana olhou feio para a filha, mas continuou sendo gentil com Quitéria. "Se quer ficar sozinha, pode descansar. Caso precise de alguma coisa, basta me chamar. Vou fazer o que for possível pra te ajudar."

A garota na cama abriu os olhos devagar e olhou para a sogra, mas permaneceu impassível. Em seguida, franziu os lábios e disse: "Obrigada, mãe. Só quero ficar sozinha mesmo".

Ela não queria conversar nem se mexer agora. Não importava quantos cobertores estivessem por cima do corpo dela, Quitéria não se sentiria quente.

Ela sabia que Tiana estava preocupada com ela, mas não tinha forças para explicar a situação.

Tiana suspirou e decidiu parar de incomodar a nora. Então, cobriu-a direito e saiu do quarto junto com Zara.

"Mãe, por que você a trata tão bem?"

Zara começou a se perguntar seriamente se era adotada. Tiana brigava com ela todos os dias, enquanto se preocupava mais do que deveria com Quitéria, que era grosseira.

Como filha biológica da mulher, ela se sentia bastante desconfortável.

"Ela é mais sensata do que você. Vai ao quarto do seu irmão pra ver como ele tá..."

"Ele já foi dormir. Acha mesmo que ele ficaria esperando aquela mulher voltar a essa hora? Juro que não consigo entender o que você vê de tão bom em Quitéria. Por que você se importa tanto com ela?"

"Se eu tô te mandando ir, vai. Por que você é tão reclamona? Não gosta de ser a filha da família Huo? Ou seu irmão te deu menos dinheiro do que você queria?"

"Dinheiro, dinheiro... Você só sabe me ameaçar com isso? Acha que é a única coisa que me torna a senhorita Huo? Por que não fala daquela falida, a senhorita Su?"

Zara não conseguia evitar bater boca com a mãe. Se ela não estava convencida a respeito de Quitéria, não havia quem lhe fizesse mudar de ideia. Por que aquela garota era superior a ela dentro da família Huo? Qual das duas tinha o sobrenome deles?

Quanto mais pensava nisso, mais se sentia injustiçada. Zara estava muito brava. Ela precisava se certificar de que, após um tempo, Quitéria mostraria a Lincoln quem realmente era, para que ele se divorciasse dela.

"Como você tem 25 anos se ainda age assim? Seu cérebro é o de uma criança de cinco anos!"

Tiana resmungou ao ver a filha sair. Assim que Zara entrou no quarto de Lincoln, a mulher deu um suspiro de alívio e voltou ao próprio quarto.

Já estava de noite, e o frio do outuno havia feito com que o ar se tornasse mais rarefeito.

O aquecedor estava ligado dentro do quarto de Quitéria, tornando a temperatura mais confortável. No entanto, a garota, que estava debaixo das cobertas, encolhia-se. Era como se nada pudesse esquentar seu corpo gelado.

O silêncio se tornou cada vez mais opressor, até que foi possível ouvir o barulho de choro.

Quitéria cobriu a cabeça e ficou debaixo do cobertor, incapaz de se impedir de chorar.